Mais uma estação de metro, na praça das três estações de comboios, no centro da cidade.
bem, foi uma alegria, quando conseguimos meter a Julka no comboio:
ainda ficámos uns cinco minutos a recuperar o fôlego…
À saída da estação, já sem pressa reparámos nesta pintura:
é uma gravura alusiva à “MIR” (“pequena Rússia”)onde só consegui ler: “família” e “trabalho árduo”…
saídos da estação começou uma saga que nos acompahou até aravessarmos a fronteira de volta à Estónia. Ainda quando estávamos em Tallinn alguém nos disse que se ficámos mais de três dias na Rússia tinhamos que nos registar na polícia ou nos correios. Na verdade os russos que querem ficar em Moscovo mais de 90 dias também têm que se registar. Ora chegámos a Moscovo numa quinta de manhã, partimos para São Petersburgo no sábado à noite, tínhamos portanto até segunda-feira para fazer o maldito registo. Então no sábado lá fomos aos correios onde nos deram milhares de folhas para preencher… benvindos ao mundo da burocracia. Mas o registo tinha que ser feito por alguém com um passaporte russo e uma morada registada em Moscovo. Ora nem a Lena nem a Alina tinham os passaportes consigo e só a segunda é que tem morada registada. Além disso ela sozinha não podia registar 9 pessoas… Grande discussão, grande atrofio, o que vai ser da nossa vida? Ai que vamos ficar presos na Rússia… Ninguém foi capaz de nos dizer o que nos aconteceria na fronteira se não fizéssemos o dito registo… Enfim, era o nosso último dia em Moscovo e queríamos aproveitá-lo. Decidimos adiar o registo para segunda-feira, em São Petersburgo…
A Lena e a Alice apanharam o comboio de volta a Tallinn, eu a Lena (russa) e os rapazes fomos beber uma cerveja e o resto do pessoal foi dar um passeio e visitar uma catederal (onde depois o Yeltsin esteve em câmara ardente). Nós não somos assim o exemplar perfeito de turistas, mas lá seguimos depois por mais um passeio em Moscovo.
uma estátua de Pedro, o Grande
e mais uma de Lenine…
uma catedral que eu apelidei de “Jamaica’s church”!
e a bela embaixada da França…Tanto a embaixada em si, como a residência oficial do emabixador são incríveis edifícios… Comprados por De Gaule, claro!
O Kê em frente à embaixada
a modesta residência…
mais três belos exemplares da arquitectura religiosa
No objectivo do nosso passeio era chegar a uma festa, no outro lado da cidade. Era uma festa de artistas, numa antiga tipografia, onde a Alina tem o seu estúdio. Como sempre estávamos super atrasados e foi sempre a correr… quando demos por nós estávamos de novo perto da Praça Vermelha, mas agora da parte de trás, do outro lado do rio. Eu e os rapazes ficámos super excitados ao ter uma nova perspectiva da Praça, que é talvez mais espectacular do que vista da entrada principal…
o Kê e a Praça…. Mais um postal de Moscovo!
a tal igreja (do Cristo Salvador, se não me falha a memória) onde esteve o corpo de Yeltsin
a Catedral da minha infância, vista da ponte…
a vista da ponte, à esquerda
e à direita…
eu e a Alina
Lá continuamos a correr para a festa e com a pressa, eu não reparei numa barra de ferro a 10 centímetros do chão e dei um grandessíssimo trambolhão à porta da festa! Foi a risota pegada, claro está, mas ainda hoje tenho as pisaduras nas pernas…
A festa era a inauguração da mostra de uns trabalhos de vários estudantes e artistas renegados pela sociedade. Tinha cenas bem bonitas, mas outras… mas é como tudo! Estívemos menos de duas horas na antiga tipografia, porque tínhamos que voltar para o centro, comprar pequeno almoço e apanhar o comboio para São Petersburgo, onde iríamos chegar por volta das 7 da manhã.
a vista do estúdio da Alina
A festa:
ao que a Lena me confidenciou o coraçãozinha da Alina bateu mais forte pelo Kê. Mas é compreensível:
a última fotografia, na minha máquina, de Moscovo
segunda-feira, abril 30, 2007
domingo, abril 29, 2007
Motins em Tallinn
Há muito tempo que ando para escrever sobre as relações entre russos e estonianos. Agora já não dá para fugir.
Na quinta-feira estalou a bomba entre as duas comunidades e a cidade tem assistido a motins desde então.
No centro da cidade havia uma estátua de um soldado do exército vermelho. Estava lá desde 1947, como uma homenagem aos homens que morreram do lado soviético a combater o exército nazi, "a salvar a europa do fascismo". Diz-se que no perímetro do monumento estão enterrados os corpos de 14 soldados do exército soviético.
Desde então veteranos de guerra juntam-se no monumento em datas comemorativas, para prestar as suas homenagens. No ano passado, 9 de Maio, quando aqui se comemora o fim da IIGM e a libertação, a polícia teve que impedir nacionalistas estonianos de se manifestarem perto do monumento, porque já lá estavam veteranos de guerra e muitos russos.
Desde esse dia que o monumento tem estado sobre vigilância policial e de uma organização russa, 24 horas por dia.
O mês passado o governo estoniano aprovou uma lei "War Graves protection" para deslocar de locais impróprios cemiterios de guerra. Ou seja, para tirar o monumento do centro da cidade. O presidente vetou a lei, à primeira, mas acavou por se deixar levar pelo novo governo (uma coligação entre o partido reformista, social democrata e nacionalista...nada faxos, portanto).
Na madrugada de quarta para quinta feira foi montada uma enorme tenda branca sobre o monumento, colocada vedação em volta e uns placares que dizem "escavações arqueológicas". A estátua do soldado foi removida para uma localização desconhecida, mas o governo garante que se mantém intacta.
Durante a tarde centenas de russos e estonos juntaram-se nas imediações do monumento. Uns para manifestar o seu descontentamento e outros para verem o que se passava. eu também lá fui ver. As pessoas estavam calmas, apenas gritando, muito de quando em vez, "Pazor" ("vergonha"). Só ha a referir que os mais exaltados eram da categoria: bebâdos russos e jovens, muito novos. Uma barreira policial foi montada entre a vedação e os manifestantes. Muitos cravos vermelhos e cartazes com dizeres do género: "Eu sou contra o vandalismo", "Fascismo nunca mais", "Welcome to Estonia"...
Antes da hora de jantar pressenti uma agitação na multidao e fugi a sete pés!! Também porque estava atrasada para um belo jantar, mas fugi como o diabo foge da cruz!
Depois de uma lasanha de espinafres com blue cheese fomos ao concerto dos espanhóis Ojos de Brujo. Foi lindo, brutal, mucho calor!!
Quando saimos do concerto, fomos em direcção ao centro da cidade para beber um fino e acalmar o ritmo cardíaco antes de irmos dormir... mas deparámo-nos com o caos instalado. Centenas de pessoas nas ruas, montras partidas, carros virados, lojas assaltadas... tivemos que dar a volta a meia cidade velha para conseguirmos entrar, porque a polícia não deixava niguém passar... pelo caminho muita gente ensanguentada, outros algemados, presos a postes de electricidade, o fim!
Esplanadas destruídas, paragens de autocarro vandalizadas, mas a casa de Portugal (o mercado que não tem bacalhau) estava intacta. Muitos bares estavam fechados, mas os bancos tinham as janelas "abertas"...
Sexta feira de manhã fui tirar umas fotos para o jornal, a uma escola. Tudo normal. Quando me sentei en frente ao mac a ler as notícias... tive muito medo! Um morto (russo esfaqueado por russo), 60 feridos (10 dos quais polícias), quase 300 detidos. Diz-se que o governo fechou as fronteiras com a Rússia, bem como as fronteiras de Tallinn com o resto do país, mas eu não encontro confirmação oficial sobre isto. A venda de alcool em supermercados e lojas esta proibida até 3 de Maio, jovens russos foram deportados para a Rússia e os protestos continuaram pela noite fora...
Balas de borracha, canhões de água, gás pimenta e muitos cacetetes. Mas há que dizer que a polícia estoniana é extremamente pacífica, eu diria até de mais! E há que referir que a maioria dos amotinados são muito jovens ou muito velhos. Todos com os copos!
Os protestos alastraram-se ao resto do país. A Rússia anunciou o corte das relações diplomáticas e um boicote aos produtos estonianos. Uma barreira foi construída em frente ao parlamento estoniano, está literalmente barricado. Entretanto o presidente da República endereçou uma mensagens a todos os habitantes da Estónia... Além de extremamente diplomática é um bocado provocadora...
Ontem (sábado) à noite as coisas etiveram mais calmas. a maioria dos bares estava fechada ou às moscas... Havia imensos polícias na rua, muitos mesmo. Hoje é o mesmo homens de azul por todo o lado! As montras continuam partidas e há um ambiente muito pesado nas ruas... mas não se preocupem comigo que não sou maluca o suficiente para me meter no meio da confusão.
deixo-vos aqui duas fotos da AFP, da primeira noite de confrontos...
amigos jornalistas, se precisarem de uma correspondente, já sabem!!
Na quinta-feira estalou a bomba entre as duas comunidades e a cidade tem assistido a motins desde então.
No centro da cidade havia uma estátua de um soldado do exército vermelho. Estava lá desde 1947, como uma homenagem aos homens que morreram do lado soviético a combater o exército nazi, "a salvar a europa do fascismo". Diz-se que no perímetro do monumento estão enterrados os corpos de 14 soldados do exército soviético.
Desde então veteranos de guerra juntam-se no monumento em datas comemorativas, para prestar as suas homenagens. No ano passado, 9 de Maio, quando aqui se comemora o fim da IIGM e a libertação, a polícia teve que impedir nacionalistas estonianos de se manifestarem perto do monumento, porque já lá estavam veteranos de guerra e muitos russos.
Desde esse dia que o monumento tem estado sobre vigilância policial e de uma organização russa, 24 horas por dia.
O mês passado o governo estoniano aprovou uma lei "War Graves protection" para deslocar de locais impróprios cemiterios de guerra. Ou seja, para tirar o monumento do centro da cidade. O presidente vetou a lei, à primeira, mas acavou por se deixar levar pelo novo governo (uma coligação entre o partido reformista, social democrata e nacionalista...nada faxos, portanto).
Na madrugada de quarta para quinta feira foi montada uma enorme tenda branca sobre o monumento, colocada vedação em volta e uns placares que dizem "escavações arqueológicas". A estátua do soldado foi removida para uma localização desconhecida, mas o governo garante que se mantém intacta.
Durante a tarde centenas de russos e estonos juntaram-se nas imediações do monumento. Uns para manifestar o seu descontentamento e outros para verem o que se passava. eu também lá fui ver. As pessoas estavam calmas, apenas gritando, muito de quando em vez, "Pazor" ("vergonha"). Só ha a referir que os mais exaltados eram da categoria: bebâdos russos e jovens, muito novos. Uma barreira policial foi montada entre a vedação e os manifestantes. Muitos cravos vermelhos e cartazes com dizeres do género: "Eu sou contra o vandalismo", "Fascismo nunca mais", "Welcome to Estonia"...
Antes da hora de jantar pressenti uma agitação na multidao e fugi a sete pés!! Também porque estava atrasada para um belo jantar, mas fugi como o diabo foge da cruz!
Depois de uma lasanha de espinafres com blue cheese fomos ao concerto dos espanhóis Ojos de Brujo. Foi lindo, brutal, mucho calor!!
Quando saimos do concerto, fomos em direcção ao centro da cidade para beber um fino e acalmar o ritmo cardíaco antes de irmos dormir... mas deparámo-nos com o caos instalado. Centenas de pessoas nas ruas, montras partidas, carros virados, lojas assaltadas... tivemos que dar a volta a meia cidade velha para conseguirmos entrar, porque a polícia não deixava niguém passar... pelo caminho muita gente ensanguentada, outros algemados, presos a postes de electricidade, o fim!
Esplanadas destruídas, paragens de autocarro vandalizadas, mas a casa de Portugal (o mercado que não tem bacalhau) estava intacta. Muitos bares estavam fechados, mas os bancos tinham as janelas "abertas"...
Sexta feira de manhã fui tirar umas fotos para o jornal, a uma escola. Tudo normal. Quando me sentei en frente ao mac a ler as notícias... tive muito medo! Um morto (russo esfaqueado por russo), 60 feridos (10 dos quais polícias), quase 300 detidos. Diz-se que o governo fechou as fronteiras com a Rússia, bem como as fronteiras de Tallinn com o resto do país, mas eu não encontro confirmação oficial sobre isto. A venda de alcool em supermercados e lojas esta proibida até 3 de Maio, jovens russos foram deportados para a Rússia e os protestos continuaram pela noite fora...
Balas de borracha, canhões de água, gás pimenta e muitos cacetetes. Mas há que dizer que a polícia estoniana é extremamente pacífica, eu diria até de mais! E há que referir que a maioria dos amotinados são muito jovens ou muito velhos. Todos com os copos!
Os protestos alastraram-se ao resto do país. A Rússia anunciou o corte das relações diplomáticas e um boicote aos produtos estonianos. Uma barreira foi construída em frente ao parlamento estoniano, está literalmente barricado. Entretanto o presidente da República endereçou uma mensagens a todos os habitantes da Estónia... Além de extremamente diplomática é um bocado provocadora...
Ontem (sábado) à noite as coisas etiveram mais calmas. a maioria dos bares estava fechada ou às moscas... Havia imensos polícias na rua, muitos mesmo. Hoje é o mesmo homens de azul por todo o lado! As montras continuam partidas e há um ambiente muito pesado nas ruas... mas não se preocupem comigo que não sou maluca o suficiente para me meter no meio da confusão.
deixo-vos aqui duas fotos da AFP, da primeira noite de confrontos...
amigos jornalistas, se precisarem de uma correspondente, já sabem!!
quinta-feira, abril 26, 2007
Moscovo V (o ultimo dia)
Acordámos mais ou menos cedo e não-sei-quantos duches depois lá nos fizemos à estada, ou ao metro, melhor dizendo. Voltámos à Praça Vermelha, queríamos ver o Lenine, ao vivo e a cores. Se bem que é mais morto e a vermelho. O mausoléu só está aberto de manhã e a estrada para a Praça Vermelha fica fechada! Há mais polícias que turistas por metro quadrado… surreal! Fila, face control, malas postas num depósito, zero de máquinas fotográficas, detector de metais e mais um controlo policial… dois a dois, finalmente lá entramos no mausoléu. Dois polícias à estrada, mais sérios e quietos que os do palácio de Buckingam! Descemos vários lances de escadas. Em todos os patamares um polícia! A luz do mausoléu é vermelha e escura. É assustador… descer escadas na penumbra e deparar-se com um gajo fardado com cara de mau… Chegádos ao fim das escadas, lá estava ele “Dieduska Lenine”. Deitado numa bela cama vermelha, dentro de uma redoma de vidro, enfeitada com símbolos comunas na base. Entra-se pela direita do avô, controrna-se pelos pés e sai-se. Tão rápido como escrever esta frase! Há quatro polícias (um em cada canto da sala quadrada) que não deixam os visitantes pararem a romaria ou chegarem-se perto do centro, onde está o corpo. Mas os meus olhos treinados tiveram tempo suficiente para ver e pensar. Se é verdadeiramente o corpo de Lenine não está tão bem conservado como seria de esperar (o Kremlin garante que a manutenção do corpo é uma das maiores despesas do Estado). Não percebo nada de corpos embalsamados ou conservados através de qualquer outra táctica. Mas o cabelo, a barba e as unhas não me pareceram muito reais.
Se é um boneco está incrivelmente bem feito, à imagem e semelhança de todas as figuras de Lenine que vi pela cidade. É a mesma cara sisuda, de expressões vincadas, com ar pensativo que se vê nos murais e nas estátuas. Nunca na minha vida eu pensei visitar este mausoléu! Nunca pensei em qual seria o verdadeiro aspecto de Lenine, mas o que vi deitado na cama vermelha deu-me uma ideia bem nítida de como for a o homem em vida! Parecia real, a tirar um bela soneca após almoço!
As nossas opiniões dividem-se quando caminhamos para a saída e discutimos, já cá fora. “É mesmo ele?” “Uma múmia?” “Um boneco?” “Viste as unhas?” “Reparaste nos sapatos?” “As mãos pareciam de cera!” “Que grande testa tinha o homem…” o pedaço idealista de mim quer acreditar que vi mesmo o verdadeiro Lenine. Mas todo o aparato em volta, a falta de luz, o exagero de polícias, a rapidez da visita, o facto de a saída não permitir uma nova entrada… tudo isso me faz pensar que o Kremlin não quer que eu saiba que “aquilo” é um boneco… Whatever!!
À saída do mausoléu visitamos as campas dos russos famosos, na parede do Kremlin. Reconheço alguns poetas, figuras da história política, desportistas. Todos o nome, as datas, uma cabeça em alto relevo de mármore e cravos vermelhos… de plástico!!! Sim porque se todo o guito vai para o avô, os netos recebem cravos de plástico!!! Até me estiquei! Mais valia não ter flores nenhumas a ter cravos de plástico, desbotados pela neve! Só Juri Gagarin e Joseph Stalin tinham cravos e rosas de verdade e de várias cores! Foi a primeira e última imagem de Stalin que vi na Rússia.
Quando saímos da Praça deparámo-nos com uma manifestação comunista, eu diria mesmo ortodoxa!
os manifestantes eram menos de 3 dezenas, mas os polícias… impossível contá-los! Eu não estava a perceber o porque de tanto aparato. Camiões, exército, cães, coletes anti-bala, gajos grandes… Mas Alina logo me explicou que o aparato não era pa esta manifestação. “They are not here for the communists, but for the nationalists!”. Estava marcada para essa tarde uma marcha de nacionalistas por uma das maiores avenidas de Moscovo. Polícia em todas as esquinas da avenida. Quando cheámos a um certo ponto não nos deixaram passar porque não era seguro. Enquanto conferenciávamos um polícia pediu-nos que continuássemos a andar, sem parar, para longe dali… Digamos que não me senti lá muito confortável! Mas a verdade é que não vimos manifestação nenhuma. Soubémos no dia seguinte que se registaram confrontos entre nacionalistas e a polícia em vários pontos da cidade e que dezenas de manifestantes foram presos…
Tratámos de sair dali e fomos ter com a Julka que estava bué atrasada para apanhar o comboio para a sua cidade natal – Samara. É tão longe de Moscovo como Tallinn, 16 oras de comboio, uns 1000 km… Toca de correr outra vez pela cidade, pela estação de comboios e all the way até à última carruagem… foi o início do fim da estadia em Moscovo!
Se é um boneco está incrivelmente bem feito, à imagem e semelhança de todas as figuras de Lenine que vi pela cidade. É a mesma cara sisuda, de expressões vincadas, com ar pensativo que se vê nos murais e nas estátuas. Nunca na minha vida eu pensei visitar este mausoléu! Nunca pensei em qual seria o verdadeiro aspecto de Lenine, mas o que vi deitado na cama vermelha deu-me uma ideia bem nítida de como for a o homem em vida! Parecia real, a tirar um bela soneca após almoço!
As nossas opiniões dividem-se quando caminhamos para a saída e discutimos, já cá fora. “É mesmo ele?” “Uma múmia?” “Um boneco?” “Viste as unhas?” “Reparaste nos sapatos?” “As mãos pareciam de cera!” “Que grande testa tinha o homem…” o pedaço idealista de mim quer acreditar que vi mesmo o verdadeiro Lenine. Mas todo o aparato em volta, a falta de luz, o exagero de polícias, a rapidez da visita, o facto de a saída não permitir uma nova entrada… tudo isso me faz pensar que o Kremlin não quer que eu saiba que “aquilo” é um boneco… Whatever!!
À saída do mausoléu visitamos as campas dos russos famosos, na parede do Kremlin. Reconheço alguns poetas, figuras da história política, desportistas. Todos o nome, as datas, uma cabeça em alto relevo de mármore e cravos vermelhos… de plástico!!! Sim porque se todo o guito vai para o avô, os netos recebem cravos de plástico!!! Até me estiquei! Mais valia não ter flores nenhumas a ter cravos de plástico, desbotados pela neve! Só Juri Gagarin e Joseph Stalin tinham cravos e rosas de verdade e de várias cores! Foi a primeira e última imagem de Stalin que vi na Rússia.
Quando saímos da Praça deparámo-nos com uma manifestação comunista, eu diria mesmo ortodoxa!
os manifestantes eram menos de 3 dezenas, mas os polícias… impossível contá-los! Eu não estava a perceber o porque de tanto aparato. Camiões, exército, cães, coletes anti-bala, gajos grandes… Mas Alina logo me explicou que o aparato não era pa esta manifestação. “They are not here for the communists, but for the nationalists!”. Estava marcada para essa tarde uma marcha de nacionalistas por uma das maiores avenidas de Moscovo. Polícia em todas as esquinas da avenida. Quando cheámos a um certo ponto não nos deixaram passar porque não era seguro. Enquanto conferenciávamos um polícia pediu-nos que continuássemos a andar, sem parar, para longe dali… Digamos que não me senti lá muito confortável! Mas a verdade é que não vimos manifestação nenhuma. Soubémos no dia seguinte que se registaram confrontos entre nacionalistas e a polícia em vários pontos da cidade e que dezenas de manifestantes foram presos…
Tratámos de sair dali e fomos ter com a Julka que estava bué atrasada para apanhar o comboio para a sua cidade natal – Samara. É tão longe de Moscovo como Tallinn, 16 oras de comboio, uns 1000 km… Toca de correr outra vez pela cidade, pela estação de comboios e all the way até à última carruagem… foi o início do fim da estadia em Moscovo!
Moscovo IV
Depois fomos à universidade, uma das torres de Stalin e um dos melhores pontos de vista da cidade. Aí está a Universidade Estatal de Moscovo. Pelo que nos disseram as russas, um dipoma desta escola abre portas em todo o lado, mas para o ter é preciso muito dinheiro e muito mérito…
e vista do outro lado do rio
O rio que atravessa Moscovo tem o mesmo nome da cidade. Tem também umas belas pontes!
Depois da universidade, já pouco me podia surpreender. Mas há mais seis torres como a do ensino. Aí está mais uma:
ao longe
ao perto
em pormenor
Mais um passeio por uma rua turística, comprar umas matrioskas, postais, beber café. Vive-se bem! Uma coisa que marcou estes dias em Moscovo foi o tempo incerto! Neste segundo dia passámos pelas quatro estações do ano! Esteve sol, nevou, fez frio e calor, choveu… foi tão surreal como: entrar num túnel (para atravessar a estrada) com sol, e sair do outro lado a nevar! Incrível!!
Eu sou uma nódoa para me lembrar de nomes… mas na rua comercial, que cujo nome começa por A, vimos umas coisas giras como:
um restaurante georgiano que mais parecia um cenáro da Cinderela
e bonitos exemplares de arquitectura.
No café, a Alina (amiga da amiga da Julka) disse-nos que podíamos dormir em casa dela naquela noite. Ora, a miúda é moscovita, mora sozinha perto do centro (15 minutos de metro comparados com 1 hora de comboio…) e tinha um quarto livre! Foi a puta da alegria!! A casa onde ficámos na primeira noite não deve ter mais de 30 metros quadrados. Apesar da boa vontade das pessoas, nós precisamos de um bocado mais. Aceitámos o convite de Alina e começamos a correr contra o relógio. Eram seis da tarde quando decidimos ir à outra casa buscar as trouxas. O último comboio que tínhamos de lá para o centro de Moscovo era pouco depois das 9… sendo que duas horas seriam passadas em viagem, e tínhamos que fazer 9 mochilas, bem como carregá-las, estávamos com um grande problema. Foi um contra relógio impressionante! Decidimos e apanhámos o metro para a estação. Pelo caminho:
conseguem ver o avôzinho lá ao fundo?
Apanhámos o comboio, corremos durante 15 minutos para a casa do bacano, onde chegámos por volta das 8h30. O que vale é que somos uma máquina do caraças. A Alice e a Aude ficaram na cidade. Tínham mochilas pequenas e menos duas pessoas sempre é menos comfusão. Chegados à estação de saída a Laura e a Lena foram à loja comprar chocolates para os nossos anfitriões, para dizer “obrigadinha, mas adeus!”. Eu, a Bárbara e os rapazes fomos a correr para o apartamento. Enquanto uns faziam as mochilas eu falava com uma das miúdas que mora na casa. Inventei uma desculpa esfarrapada, disse que íamos a uma festa e que depois não teríamos comboio para voltar, por isso íriamos dormir na estação de comboios. “Spaciba bolchoi” pela hospitalidade, toma lá uns chocolates e da próxima vez que aceitares hospedar 9 pessoas certifica-te que mudaste de casa antes!
Dez minutos para as nove e eu e o Kêlig estávamos a sair do apartamento, com as nossas mochilas, mais as das miúdas, sacos cama, etc. A volta para a estação demorou mais que a ida, obviamente. Pelo caminho encontramos Vaddim, o nosso anfitrião e contacto do Hospitality Club. “Foda-se! Que grande galo!”, pensei eu! “Ah!! Merde!” disse o Kê! Mas o homem foi tão simpático que nos ajudou a levar as cenas para a estação… toca de desbobinar a mesma desculpa, com o meu melhor sorriso e umas desculpas em russo (“izvinitze”)!
O Kê ainda teve o descernimento de ir à loja comprar umas cervejas para a viagem. “After all this running we could use a bit of relax” foi o argumento dele. Na boa. Afinal, ainda esperámos uns cinco minutos pelo resto do pessoal (foi lindo vê-los a correr pelo meio da floresta, com mochilas de 75 litros às costas!) e mais cinco pelo comboio. Foi demais, mas lá apanhámos o último comboio para o centro, todos rotinhos, mas cada um com uma “Botchkariof” na mão!
Mais uma hora no comboio a levar com todo o tipo de vendedores de todo o tipo de bagatelas e lá chegámos ao centro. Altura para comprar algo para a nossa nova anfitriã: vinho tinto! Quando chegámos a casa dela tive o meu primeiro contacto com a verdadeira hospitalidade russa! A rapariga fez uma festa! Estava tão contente de receber pessoas… pôs música, pôs-nos a dançar, riu a bandeiras despregadas… foi lindo! Depois do apartamento nos subúrbios quando nos vimos num apartamento normal, com grandes quartos e duas casas de banho tivemos todas as razões para fazer a festa! Dormimos que nem princesas e tivemos um pequeno almoço de reis! Adorei e hei-de agradecer à miúda para sempre!
e vista do outro lado do rio
O rio que atravessa Moscovo tem o mesmo nome da cidade. Tem também umas belas pontes!
Depois da universidade, já pouco me podia surpreender. Mas há mais seis torres como a do ensino. Aí está mais uma:
ao longe
ao perto
em pormenor
Mais um passeio por uma rua turística, comprar umas matrioskas, postais, beber café. Vive-se bem! Uma coisa que marcou estes dias em Moscovo foi o tempo incerto! Neste segundo dia passámos pelas quatro estações do ano! Esteve sol, nevou, fez frio e calor, choveu… foi tão surreal como: entrar num túnel (para atravessar a estrada) com sol, e sair do outro lado a nevar! Incrível!!
Eu sou uma nódoa para me lembrar de nomes… mas na rua comercial, que cujo nome começa por A, vimos umas coisas giras como:
um restaurante georgiano que mais parecia um cenáro da Cinderela
e bonitos exemplares de arquitectura.
No café, a Alina (amiga da amiga da Julka) disse-nos que podíamos dormir em casa dela naquela noite. Ora, a miúda é moscovita, mora sozinha perto do centro (15 minutos de metro comparados com 1 hora de comboio…) e tinha um quarto livre! Foi a puta da alegria!! A casa onde ficámos na primeira noite não deve ter mais de 30 metros quadrados. Apesar da boa vontade das pessoas, nós precisamos de um bocado mais. Aceitámos o convite de Alina e começamos a correr contra o relógio. Eram seis da tarde quando decidimos ir à outra casa buscar as trouxas. O último comboio que tínhamos de lá para o centro de Moscovo era pouco depois das 9… sendo que duas horas seriam passadas em viagem, e tínhamos que fazer 9 mochilas, bem como carregá-las, estávamos com um grande problema. Foi um contra relógio impressionante! Decidimos e apanhámos o metro para a estação. Pelo caminho:
conseguem ver o avôzinho lá ao fundo?
Apanhámos o comboio, corremos durante 15 minutos para a casa do bacano, onde chegámos por volta das 8h30. O que vale é que somos uma máquina do caraças. A Alice e a Aude ficaram na cidade. Tínham mochilas pequenas e menos duas pessoas sempre é menos comfusão. Chegados à estação de saída a Laura e a Lena foram à loja comprar chocolates para os nossos anfitriões, para dizer “obrigadinha, mas adeus!”. Eu, a Bárbara e os rapazes fomos a correr para o apartamento. Enquanto uns faziam as mochilas eu falava com uma das miúdas que mora na casa. Inventei uma desculpa esfarrapada, disse que íamos a uma festa e que depois não teríamos comboio para voltar, por isso íriamos dormir na estação de comboios. “Spaciba bolchoi” pela hospitalidade, toma lá uns chocolates e da próxima vez que aceitares hospedar 9 pessoas certifica-te que mudaste de casa antes!
Dez minutos para as nove e eu e o Kêlig estávamos a sair do apartamento, com as nossas mochilas, mais as das miúdas, sacos cama, etc. A volta para a estação demorou mais que a ida, obviamente. Pelo caminho encontramos Vaddim, o nosso anfitrião e contacto do Hospitality Club. “Foda-se! Que grande galo!”, pensei eu! “Ah!! Merde!” disse o Kê! Mas o homem foi tão simpático que nos ajudou a levar as cenas para a estação… toca de desbobinar a mesma desculpa, com o meu melhor sorriso e umas desculpas em russo (“izvinitze”)!
O Kê ainda teve o descernimento de ir à loja comprar umas cervejas para a viagem. “After all this running we could use a bit of relax” foi o argumento dele. Na boa. Afinal, ainda esperámos uns cinco minutos pelo resto do pessoal (foi lindo vê-los a correr pelo meio da floresta, com mochilas de 75 litros às costas!) e mais cinco pelo comboio. Foi demais, mas lá apanhámos o último comboio para o centro, todos rotinhos, mas cada um com uma “Botchkariof” na mão!
Mais uma hora no comboio a levar com todo o tipo de vendedores de todo o tipo de bagatelas e lá chegámos ao centro. Altura para comprar algo para a nossa nova anfitriã: vinho tinto! Quando chegámos a casa dela tive o meu primeiro contacto com a verdadeira hospitalidade russa! A rapariga fez uma festa! Estava tão contente de receber pessoas… pôs música, pôs-nos a dançar, riu a bandeiras despregadas… foi lindo! Depois do apartamento nos subúrbios quando nos vimos num apartamento normal, com grandes quartos e duas casas de banho tivemos todas as razões para fazer a festa! Dormimos que nem princesas e tivemos um pequeno almoço de reis! Adorei e hei-de agradecer à miúda para sempre!
quarta-feira, abril 25, 2007
Moscovo III (segundo dia)
Sobre o sítio onde ficamos a dormir na primeira noite não há muito a dizer. A uma hora de comboio do centro da cidade, nos subúrbios dos subúrbios. O bem do hospitality club é que facilmete arranja um sítio para nove mânfios dormirem à pala. O mau é que acabámos num quarto de 1,60m por 3m. é muito bonito dizer que se pode hospedar nove pessoas num apartamento, onde já vivem 5… agradecemos a boa vontade, mas dormimos mal para caralho!! Eu não tirei fotos, estava demasiado cocada. Além disso fui eu que arranjei o contacto no HC, por isso senti-me um bocado responsável… Mas houve quem tirasse muitas fotos, eu depois mostro-vos. Mas só uma ou duas, não vá a família pensar que me ando a meter em sarilho e a dormir como refugiada!
Segundo dia: tínhamos combinado com a Julka mais a amiga e os franceses encontrarmo-nos às 10 da manhã na estaçaõ do avô. Acordámos às 8 e chegámos à estação a tempo e horas. Foi uma das viagens mais surreais de todos os tempos. Entrámos no comboio, encontrámos posições confortáveis, mas em vez de dormir, fomos ao circo!! Primeiro passa um bacano pela carrugaem a cantar e a tocar acordeão. Depois um dezena de vendedores de tudo o que se possa imaginar: sabonete, calças, chocolates, jornais, spray, meias… mas tudo isto numa sincronia incrível. Entra um vendedor, apregoa o produto, sai e entra outro… durante uma hora!!! No final, passa uma mulher a cantar e a tocar acordeão, bem ao estilo Kusturica!
Bem, chegados à estação recebemos uma mensagem da Julka a dizer para irmos nã sei onde que ela nos esperava lá… mas quem esperou fomos nós, duas horas!!! Eu entreti-me a fazer fotos do pessoal, mas quem me conhece consegue bem imaginar o meu estado de humor…
as olheiras do Georgios
Christian and the rocket
Luta Greco-romana, ou devia dizer franco-romana?
o fabuloso circo de Moscovo!!
mas uma foto de família
Encontrámos as russas e os franceses naquilo que agora é uma espécie feira popular. Antigamente era o espaço da exibição internacional das repúblicas soviéticas. Cada uma tinha direito a um pavilhão para expor a sua arte e cultura
a entrada
o tal casal, no topo dos portões
a entrada para os pavilhões. Adivinhem de quem é a estátua!! Escusado será dizer que os pavilhões agora são lojas e show rooms das melhores marcas!
Segundo dia: tínhamos combinado com a Julka mais a amiga e os franceses encontrarmo-nos às 10 da manhã na estaçaõ do avô. Acordámos às 8 e chegámos à estação a tempo e horas. Foi uma das viagens mais surreais de todos os tempos. Entrámos no comboio, encontrámos posições confortáveis, mas em vez de dormir, fomos ao circo!! Primeiro passa um bacano pela carrugaem a cantar e a tocar acordeão. Depois um dezena de vendedores de tudo o que se possa imaginar: sabonete, calças, chocolates, jornais, spray, meias… mas tudo isto numa sincronia incrível. Entra um vendedor, apregoa o produto, sai e entra outro… durante uma hora!!! No final, passa uma mulher a cantar e a tocar acordeão, bem ao estilo Kusturica!
Bem, chegados à estação recebemos uma mensagem da Julka a dizer para irmos nã sei onde que ela nos esperava lá… mas quem esperou fomos nós, duas horas!!! Eu entreti-me a fazer fotos do pessoal, mas quem me conhece consegue bem imaginar o meu estado de humor…
as olheiras do Georgios
Christian and the rocket
Luta Greco-romana, ou devia dizer franco-romana?
o fabuloso circo de Moscovo!!
mas uma foto de família
Encontrámos as russas e os franceses naquilo que agora é uma espécie feira popular. Antigamente era o espaço da exibição internacional das repúblicas soviéticas. Cada uma tinha direito a um pavilhão para expor a sua arte e cultura
a entrada
o tal casal, no topo dos portões
a entrada para os pavilhões. Adivinhem de quem é a estátua!! Escusado será dizer que os pavilhões agora são lojas e show rooms das melhores marcas!
terça-feira, abril 24, 2007
Moscovo II
Moscovo é maior do que se possa imaginar; a capital de um império. Aqui vivem mais pessoas que em Portugal, há mais linhas de metro que em Lisboa e Porto juntas. Obviamente a diversidade cultural é o espelho da cidade e isso vê-se na rua, em pormenores.
uma pausa merecida junto à estátua de um poeta e à sala de concertos de Tchecov. Como qualquer cidade cheia de história, sempre que, ao acaso, escolhiamos um sítio para descansar os pés, logo nos apercebíamos que estávamos em algumas das páginas do guia Routard.
aí está a sala de espectáculos.
em frente há uma réplica das torres de Stalin, esta data de 1949. Há sete como esta em Moscovo. Uma é a da universidade. São gigantes e esplendorosas e de um certo ponto da cidade podem ver-se todas ao mesmo tempo. São enormes monumentos ao regime, com foices e martelos na base e estrelas no topo. Por muito bonitas que sejam, e são, não deixam de ser esmagadoramente assustadoras. Junto da torre da universidade, que foi a de que nos aproximamos mais, sentime mais pequena que uma formiga!
Mas nem só de Stalin viveu o regime.. aliás, diga-se que de Stalin só vi o túmulo, com o busto, as torres e ouros edifícios megalómanos espalhados pela cidade. “He was a traitor rat” diz-nos Lena, moscovita nascida antes do colapso da união. O facto é que de Stalin restam apenas edifícios e de Lenin restam edifícios, estátutas, bustos, pinturas, avenidas e parques com o seu nome. Por exemplo
não é preciso dizer que esta estação de metro, sim é uma estação de metro, tão imponente como tantas outras, chama-se Leningradski. Já vos disse que é proibido fotografar estes sítios. Será por causa disto:
ou disto?
a verdade é que queria ter fotografado muito mais, porque todos os painéis tinham um Lenine diferente, mas a polícia não deixou…
Mais um pormenor de uma estação de metro, da quel não recordo o nome:
Moscovo vale a pena até pelas estações de metro!! Todas têm uma iluminação diferente proporcionada por grandes candeeiros e lustres. Algumas estações são verdadeiros museus, podem perder-se horas lá dentro a admirar as pinturas ou as estátuas. Há (várias) estações com imagens de Lenine e outras com martelos e foices ou símbolos da luta operária. É frequente encontrar murais de um casal de trabalhadores, de faces convictas, empunhando ferramentas de lavoura!
uma pausa merecida junto à estátua de um poeta e à sala de concertos de Tchecov. Como qualquer cidade cheia de história, sempre que, ao acaso, escolhiamos um sítio para descansar os pés, logo nos apercebíamos que estávamos em algumas das páginas do guia Routard.
aí está a sala de espectáculos.
em frente há uma réplica das torres de Stalin, esta data de 1949. Há sete como esta em Moscovo. Uma é a da universidade. São gigantes e esplendorosas e de um certo ponto da cidade podem ver-se todas ao mesmo tempo. São enormes monumentos ao regime, com foices e martelos na base e estrelas no topo. Por muito bonitas que sejam, e são, não deixam de ser esmagadoramente assustadoras. Junto da torre da universidade, que foi a de que nos aproximamos mais, sentime mais pequena que uma formiga!
Mas nem só de Stalin viveu o regime.. aliás, diga-se que de Stalin só vi o túmulo, com o busto, as torres e ouros edifícios megalómanos espalhados pela cidade. “He was a traitor rat” diz-nos Lena, moscovita nascida antes do colapso da união. O facto é que de Stalin restam apenas edifícios e de Lenin restam edifícios, estátutas, bustos, pinturas, avenidas e parques com o seu nome. Por exemplo
não é preciso dizer que esta estação de metro, sim é uma estação de metro, tão imponente como tantas outras, chama-se Leningradski. Já vos disse que é proibido fotografar estes sítios. Será por causa disto:
ou disto?
a verdade é que queria ter fotografado muito mais, porque todos os painéis tinham um Lenine diferente, mas a polícia não deixou…
Mais um pormenor de uma estação de metro, da quel não recordo o nome:
Moscovo vale a pena até pelas estações de metro!! Todas têm uma iluminação diferente proporcionada por grandes candeeiros e lustres. Algumas estações são verdadeiros museus, podem perder-se horas lá dentro a admirar as pinturas ou as estátuas. Há (várias) estações com imagens de Lenine e outras com martelos e foices ou símbolos da luta operária. É frequente encontrar murais de um casal de trabalhadores, de faces convictas, empunhando ferramentas de lavoura!
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