terça-feira, agosto 28, 2007

blog encerrado para ferias, finalmente!

Caros viajantes,

venho por este meio informar que amanhã abandono a PUTA (http://aldeialusitana.blogspot.com/2007/08/puta.html).
Se sobreviver à noite de hoje, amanhã à tarde embarco para Berlim... vou visitar 4 alemães que conheci na Estónia (3 voluntárias e um amigo de ERASMUS). Devo ficar 5 a 6 dias na cidade onde eu gostava de estar a fazer este voluntariado...
de Berlim sigo para Praga, para fazer bacalhau com natas! É verdade, a minha fama (e o proveito) de cozinheira levou uma tuga em Praga a preparar uma noite de bacalhau com natas... Ela e mais dois tugas são a razão da minha visita. se alguém tiver mais alguma sugestão, por favor...

de Praga começarei uma odisseia para voltar à Estónia, já que não tenho nenhum bilhete... o meu plano é ir de comboio ou bus até Vilnius, na Lituânia. Lá passar um dia ou dois com a Tânia (http://www.tuganolestee.blogspot.com/) e... se ela estiver disponível e disposta, virmos à boleia para Tallinn. Se não, e porque matava a minha mãe do coração, venho de bus, pelo menos até à fronteira... todos os trocos que poupar serão bem precisos...

ainda não embarquei nesta viagem, mas já ando a pensar nas próximas... Começo a ver o meu tempo aqui a esgotar-se... os amigos dizem que vêm cá, mas é só dizer. Então tenho que ir visitar povo... o próximo contemplado será o Diogo, em Estocolmo. E pelo que ouvi dizer hoje a Tânia também lá estará. Além destas fortes razões, os preços do ferry estão estupidamente baratos( tipo: 30 euros ida e volta...) e o Manu Chao vai la tocar em Outubro... e porque não?? Entretanto... a Ucrânia continua nos meus planos, com voos desde 100 euros... e tenho que ir à Finlândia, só para dizer que sim! Até me fica mal não ir lá, se bem que não me chama e pelo que tenho visto e ouvido, não me vai agradar!

Entretanto, é oficial, o Verão acabou na Estónia! as temperaturas desceram, nos últimos 2 dias, cerca de 10 graus! já guardei as sandálias, as havaianas e os sapatos abertos... de Sexta para sábado os meteorologistas prevêm 6 graus para a noite...
a mim, estas temperaturas já não me chocam. Choca-me sim a rapidez com que elas aparecem! E hoje está a chover torrencialmente desde as 10h30 da manhã, altura em que enteri no office, e o céu despencou atrás de mim. mas há dias em que o céu ainda é azul...



meus caros e minhas caras, amores e amoras, framboesas e morangos: estarei de volta, cheííííínha de coisas bonitas para contar, lá para o meio de Setembro! Até lá divirtam-se e comprem viajens para me virem ver!! ;)

quinta-feira, agosto 23, 2007

o quarteto dos 3 irmaos Pedro e Paulo

há dias de manhã, que nem sempre à tarde um gajo deve sair à noite... tipo hoje! Chego ao escritório às 11 da manhã e o boss tá de saída. Aproveita e diz-me: "olha, vai também, que hoje não há muito que fazer..."
Não é que eu não goste que me dêem dias livres... mas se me avisarem com alguma antecedência...
Entretanto com a brincadeira acabei por ficar aqui o dia todo a tratar e merdas e merdices pessoais, blogs, mails, blogs, jornais, etc... agora vou-me que logo à noite há DnB...

quando mudei para a casa onde vivo agora esta foi uma das primeiras coisas em que reparei. (rua adjacente à minha, onde passo todos os dias). Era só um par até há um mês atrás. Hoje de manhã já lá estavam 3 pares... mais actualizações para breve!
Ah!! sim, é um fio de electricidade entre duas casa, que atravessa uma rua... e não, não tenho nada que ver com isto, nem sei como as all star foram lá parar!

quarta-feira, agosto 22, 2007

o inicio de Agosto

Depois do Festival de Folk, tive a minha primeira semana de Férias, mas que conta como horas de trabalho... o que é assim: espantífico!! À chegada ao país de acolhimento temos o chamado "On arrival trainning course" e mais ou menos a meio o "mid term". Então, lá nos levaram 6 voluntários (3 franceses, eu, um alemão e uma sueca) para o meio do nada, para passarmos uma semaninha de relax. Eu não sei se os outros voluntários, noutros países têm tanta sorte como quem vem para a Estónia... É que aqui fazem o favor de nos levarem sempre para lugares lindos, hotéis de muitas estrelas, comida da melhor, saunas e torto e a direito e pelo menos um dia de actividades de lazer, em eu é mais trabalhar com o corpo do que com a mente. No on arrival, este dia não foi muito de lazer... Começou com uma caminhada pela floresta, durante quase 5 horas, à noite, uns menos 10 ou 15 graus, com neve pelos joelhos e escuro como breu e bem pertinho do mar e da nortada gelada! Mas é para fomentar o espírito de equipa e tal e tal... e a malta lá sobrevive, porque a bem dizer não tínhamos outra hipótese! no Mid term... bem, já vos conto o dia de lazer, deixem-me só fazer um (grande) parênteses.
O Festival de Folk só acabava no domingo à noite, ou na segunda para os sobreviventes da after party. Para irmos para o nosso mid term tínhamos que estar à uma da tarde na Estação de autocarros da cidade onde decorreu o festival. Tudo óptimo, não houvesse 3 pessoas a bazarem na segunda de manha, de Tallinn. Nem sequer é justo dizer "três pessoas", parecendo que todas representam o mesmo para mim, quando isso não é verdade! De manhã cedo foi o Emrah, o turco com a mania dos domínios e dos programas megalómanos. Este sozinho não me fazia ir ao aeroporto nem que estivesse lá perto e sem nada para fazer... A meio da tarde foi a Doro, alemã, novinha, mas (provavelmente) a mais madura de todos os voluntários que conheci! Passei poucos, mas bons momentos com ela. Dotada de uma inteligência rara e de um sentido de humor impressionante, ela sim, tem um plano. Vai estudar medicina, ingressar pelo ramo da tropical e voltar a ser voluntária onde mais for precisa! Mas, estivemos juntas no Festival, não iria a Tallinn de propósito se não fosse pela Lena, ucraniana, que foi embora ao fim da manhã. Ainda bem que me despedi dela na noite anterior e não a vi entrar para o autocarro e desaparecer mesmo enfrente dos meus olhos. Poupou-me uma grande choradeira, um dia triste como o caralho e uma dor de cabeça à noite! A Lena foi das pessoas com quem mais aprendi aqui. Aprendi a fazer panquecas diferentes dos crepes franceses, aprendi umas boas lições em russo, aprendi que mesmo quem não tem salero pode aprender capoeira e berimbau... Aprendi a dar, se esperar nada em troca e a surpreender-me quando esse algo acontece. Aprendi que às pessoas hiperactivas não basta dizer: "não faças, não comas, não treines", tens que fazer e comer e treinar antes delas. Aprendi a relaxar e não tripar com quem não pára quieto quando eu quero aterrar ou quando já fez de mais na mesma sala onde há quem nada tenha feito. Não vou escrever muito mais sobre ela porque começo a ficar lamechas... Digo-vos só que ela se candidatou a um visto de trabalho na Estónia para puder continuar a trabalhar no seu projecto (Living for Tomorrow - AIDS prevention centre), e que os voos de Tallinn para Kiev são estupidamente baratos... so, who knows? pode ser que nos encontremos mais cedo do que seria de prever!
Então no domingo do festival levantei-me cedinho e fiz-me à estrada com o belga poliglota, que faz anos a 29 de Fevereiro, para mais uma aventura à boleia! Uma hora depois de termos esticado o dedo há um gajo que nos leva até meio do caminho que é como quem diz até meio do nada, a 80 km de Tallinn. Começa a chover assim que saimos do carro... uma hora e meia depois já nos tínhamos rendido às evidências e decidimos apanhar um autocarro. Mas o primeiro que parou ia tão cheio que não nos levou... e dez minutos depois aconteceu o mesmo! Ao cansaço e à ressaca juntam-se a frustração e o frio e como podem imaginar o meu humor não era o melhor... Mas antes que parasse o terceiro autocarro (quiçá cheio como um ovo) eis que um tunning nos dá boleia, no seu golf todo quitado! E pronto, jantarada com o pessoal, copos sem brindes, tristes festas de despedida!
Na segunda de manhã lá fui, com o Thomas, de volta para Viljandi, onde um autocarro nos esperava para nos levar para Kopra Talu, em Sooma que é como quem diz, na zona pantanosa do Sul da Estónia. Cerca de 50 por cento do território estoniano é floresta e mais de 20 por cento é composto por pântanos ou lodaçais... pois, claro que neste país há menos de milhão e meio de pessoas!!! Nesta área do Sul há umas centenas de ursos, milhares de alces e de castores e mais cegonhas do que eu alguma vez vi! Isto para não falar em linces, lobos e veados... que aqui há a dar com um pau! Sim, linces, o mesmo tipo de gato que está em vias de extinção em vários pontos do mundo... aqui é permitido caçá-los porque ainda há muitos! Claro que isto é o que nos dizem porque os únicos animais que eu vi foram mosquitos, melgas e peixinho dourados...
O complexo hoteleiro onde ficámos era muito à frente, sendo a casa principal de há uns século atrás, arquitectura estoniana, lareira aberta para puder meter troncos inteiros a a partir do exterior. A casa de madeira tem um sistema muito marado que permite acrescentar grandes troncos de madeira no interior, para tornar o tecto mais baixo, logo menos espaço para aquecer. Em invernos rigorosos além da família partilhar o espaço principal da casa com os animais (eles mesmos uma fonte de calor), podia baixar-se o tecto até ao limiar suportável... Eu já vos disse que a chaminé era tão pequena que a casa por dentro é preta?
a sala de jantar...



Como foi uma casa de caçadores durante não sei quantas gerações há animais embalsamados e peles por todo o lado... agora deixo-vos apenas com a foto do interior, mas o que eu quero publicar são as do exterior... até já

as perguntas dos leitores

Post 114 - "Os setes da vida", 2º parágrafo. A Raquel, que esteve em Tallinn quando a neve ainda derretia nos telhados fez-me uma questão muito pertinente: Onde é que eu vou estar daqui a sete meses?? É uma questão do caraças... se eu não a conhecesse diria que é jornalista!! A esta questão eu só sei dar não respostas... não consigo formular uma resposta 100% certa. Ora, na Estónia não vou estar... Talvez em Portugal, talvez em Espanha, talvez na Alemanha... Talvez num outro sítio qualquer. Na pior das hipóteses, estarei de volta à terra natal, com o mesmo emprego de há um ano atrás, a aturar os mesmos politiqueiros de merda, a beber café nos mesmos sítios de há tanto tempo... Isto é o que mais me assusta que aconteça: Voltar à estaca zero! Tenho medo de perder tudo o que aprendi, que se me fechem os horizontes, que me preguicem (esta palavra existe??) as ideias de iniciativas! Eu tinha pensado em voltar à terra mãe, falar com o patrão, tentar voltar ao mesmo emprego, fazer estágio profissional, juntar uns trocos e em 2009 embarcar em nova aventura. Abroad. Falei com a pita amiga e colega de trabalho que compreende este plano melhor que ninguém. Mas... assusta-me muito voltar ao início. Como se a Estónia tivesse sido apenas um parêntesis na minha existência. O que eu quero é que esta experiência seja o início de alguma coisa e não apenas uma interrupção...
Então, Raquel, eu não sei onde estarei daqui a sete meses porque não tenho um plano... A semana passada candidatei-me a um estágio remunerado ao abrigo do programa Robert Schuman, do Parlamento Europeu. As bolsas deste programa permitem aos estagiários trabalharem no Luxemburgo, em França ou na Bélgica. Mas as bolsas para jornalistas dão aos candidatos a oportunidade de escolher um Centro de Informação em qualquer capital europeia, mais algumas cidades... Então, depois de cuidadosamente preencher a ficha de candidatura deparei-me com a seguinte pergunta: "Where would you like to work?". E respondi muito sinceramente: "Barcelona" como primeira opção e "Berlim" como segunda. Portanto, em Dezembro quando saírem os resultados ficarei a saber se vou trabalhar, por 5 meses a começar em Março, em algum departamento do Parlamento Europeu. Por isso, daqui a 7 meses pode ser que esteja algures numa cidade europeia.
Se a resposta for negativa... olha, minha cara, não sei! Sei o que não quero, mas não sei o que quero, não sei em busca de quê devo ir. Não sei se quero ser jornalista, se quero voltar a estudar (mas não me parece)... Gostava de continuar a ser voluntária, mas desta feita algures onde possa mesmo fazer a diferença e ver os resultados práticos da minha acção a curto prazo. Quem me conhece bem, sabe que gostaria de ir para a América Latina, por uns tempos largos. Gostava de trabalhar na Rede de Cidades Sustentáveis, arregaçar as mangas e trabalhar com pessoas em reais problemas. Processar lixo, ensinar a ler e a contar, transmitir informação sobre doenças venéreas e merdas afins. Gostava de voltar a ter 18 anos e pensar que posso mudar o mundo! Mas acho que estou no bom caminho para mudar o meu mundo. Gosto de ser voluntária, de não ter quase nada e querer sempre mais, de viajar sem dinheiro, contar apenas comigo e com as pessoas que vou conhecendo ao longo do caminho. Gosto que as pessoas reconheçam o meu esforço por fazer alguma coisa positiva pelo mundo deles. Quero continuar a fazer pingar pequenas gotas de verde nesta grande bola azul-cinza.
Isto é tudo muito bonito, mas... sejamos sinceras... O mais certo é que não resulte ou que leve muito tempo a resultar! Se assim for, só há uma coisa que eu te posso dizer: é que prefiro servir à mesa em Barcelona a trabalhar num pasquim ou em publicidade na minha terra natal (que eu adoro e que julgo ser um óptimo sítio para se crescer e da qual sinto muitas saudades)!
Seja como for, 4000 km a Leste, 10 000 a Oeste ou no ponto zero, vou certamente continuar a manter este diário de bordo. E onde quer que esteja tu e todos os que me lêem são benvindos! =)

terça-feira, agosto 21, 2007

ainda sobre Viljandi

Não sei se já aqui vos falei da Amèlie e do Jonathan, um casa de voluntários franceses que trabalham aqui muito perto de Tallinn. São duas grandes personagens, mas putos do bem! Têm dois blogs acerca do seu voluntariado - un em francês e um em inglês. neste último postaram um vídeo catita sobre o festial de Folk.

http://estonia.blogsome.com/2007/08/17/viljandi-folk-music-festival/

ai fica o link, o início do video é logo com Dazkarieh a abrir. Se se aborrecerem passem para o último minuto onde tem umas fotos catitas.
Se não se aborrecerem prestem atenção ao canto esquerdo da audiência, perto do palco. Foi nesta música que os estonianos começaram a dançar uma cena muito tradicional. Eu sei que mal se vê, mas fica aqui o registo visual e melódico daquilo que eu já tinha descrito como "no mínimo, emocionante"!

A Amèlie ainda me chamou a atenção para o facto da minha bela tromba estar no site oficial do festival, no concerto dos tugas! Assim só de repente acho que eu e os Holandeses que estão ao meu lado (o que parece coreano era voluntário) fomos a razão da foto... ou isso ou o fotógrafo sabia que eu era tuga!! =P


Hoje é terça, mas eu ainda estou meia ressacada do fim de semana. Sexta festa na minha casa para acolher 3 novas voluntárias. Sábado festa reggea, festa gay, festa da cerveja... domingo de anhanço, cerveja no parque... segunda feira fomos ao Zoo (porque era de graça) e acabamos a beber cerveja num sítio novo que tem os finos mais baratos do pedaço... é o caos!! Há a reter que as novas miúdas são umas porreiras, até a alemã que tem "ALUCINADA" escrito na testa!!
jºa vos conto mais

sexta-feira, agosto 17, 2007

para o tio mexicano

Olha lá, oh meu grandessíssimo lambedor de glandes;

Quando a Lee for a Praga já a festa tá feita!! Sim sim, a festa SOU eu!!
Aqui a trombuda já avisou os paneleiros dos patrões da sua ausência por mais de 2 semanas. Ou seja, gosto tanto de ti, estou tão disposta a ser o teu ombro, e por acaso o dia 14 calha a uma sexta... que pode ser que só volte para cima depois disso!!
Leste bem, oh azeiteiro?? Vê lá se te portas bem, senão temos problemas!
não sei se te referias a outros paneleiros a avisar... qualquer um dos meus amigos, (homos ou não) que leiam este blog já deviam saber, porque escrevi um post sobre esta viagem a 6 de Junho!!!
Tu trata-me bem e trata de arranjar uma cama para mim! Eu levo a vodka, tu trata dos Birls! E é melhor que arranjes bacalhau para fazermos uma tainada à maneira ai pó povo se lambuzar ;)

prepara-te!! I am coming to rock your world!!

quinta-feira, agosto 16, 2007

os setes da vida

faz hoje 7 meses que cheguei à Estónia. 2007 é um ano muito importante para mim, também porque sempre gostei muito do número 7... Restam-se 4 meses aqui!
Desde Janeiro já acolhi 7 portugueses: Pedro, Dani e Cati (de SJM para o mundo), Raquel e Zé (viajar até onde o amor nos leva), Daniela (de Fafe para a Letónia) e Nuno (EVS no sul da Estónia).
há 7 coisas que descobri desde que cheguei aqui:

1- um dia posso vir a ser uma pessoa (mais) paciente
2 - não gosto de funcho
3 - brincar na neve é fixe
4 - o sol da meia noite existe e é brutal
5- é possível ser amiga de pessoas que não têm nada que ver comigo
6 - gosto mais de povos do sul (até ao mediterrâneo) do que do norte
7 - ao longe se medem certas amizades...

vamos ver o que penso da Estónia daqui a 7 anos. E se ainda mantenho como amigos as 7 pessoas mais importantes para mim nesta experiência

sexta-feira, agosto 10, 2007

Festival de Música Folk Viljandi, Sábado parte II

Depois do chileno já nada me importava. A verdade é que o Chile vem desenvolvendo em mim uma atracção crescente. O meu poeta (estrangeiro) preferido é chileno. Sim, Neruda, claro, e não preciso explicar porquê. Tenho lido alguns livros de Isabel Allende, mas o último, não foi ler... devorei-o em menos de nada e emocionou-me muito. "Paula" é uma descrição da vida da autora, cheia de realismo mágico, mas onde tudo é verdade e não ficção. As descrições das viagens da infância pelas montanhas e as praias, o governo de Allende, o golpe militar, o exílio... tudo é descrito de semelhante maneira que cresce em mim uma curiosidade enorme sobre aquela franja de terra sul americana. E o concerto de Fernando Stern foi como que um culminar para esta "coisa" que não sei nomear muito bem. Portanto, depois daquele concerto eu estava... puff!
Fomos ver umas irlandesas, muito giras, que tinham uma música engraçada, mas nada de especial. a melhor parte foi mesmo quando dançaram um bocadinho e a malta foi ao rubro!

o Simon conseguiu apanhá-las todas com os pés no ar. Muito giro.
mas eu estava mais entretida a tirar fotos aos apaixonados...

Camille, França e Moos, Holanda. uns fofos.
Acabadas as irlandesas mudámos de palco para uns espanhóis alucinados! A banda de Eliseo Parra deu um espectáculo muito bom. Cheio de diferentes tipos de música tradicional, cantado em espanhol e catalão, com N instrumentos. Para completar o ramalhete era o aniversário da Sete, de Sevilha...

As ibéricas ao rubro!
e ao rubro estava também esta valente croma

que era tão espanhola como uma coreana vestida de minhota! Há povo neste mundo que bate muito mal. Entretanto, o Senhor Eliseo Parra dava um espectáculo tocando pandeiro e umas merdinhas de percussão muito à frente. Mas o homem dos sopros, que fumava enquanto tocava saxofone é que deu show. A meio do concerto lembra-se de pegar na muletea em que se ia apoiando e fazer dela mais uma flauta!

o delírio claro!!
entretanto apercebi-me de mais uma cena interessante que distingue este festival dos outros onde estive. Os pais sentam os putos na beira do palco. Isso, não existe fosso entre os artistas e o público. E eu só me apercebi disso porque de deparei com este puto a olhar para mim e a sorrir, de vez em quando

Depois do concerto foi quand encontrei os artistas portugueses na rua, dois dedos de conversa e tá feito. À noite fomos ver os húngaros Besh O Drom a tocarem umas ciganadas bem catitas. Mas quando os músicos só se interessam pela música e tão-se bem a cagar para o povo... por muito boa que seja a música e não era assim nada de extraordinário.

cenas do próximo episódio, já a seguir

quarta-feira, agosto 08, 2007

darle un respiro al planeta

El 10 de AGOSTO de 19:55 a 20:00 Hrs. se propone apagar todas las luces para darle un respiro al planeta (la propuesta proviene de Francia. si la respuesta es masiva, el ahorro energético puede ser brutal. Sólo 5 minutos, a ver que pasa. Si, si, ya sé que estaremos 5 minutos a oscuras con cara de tontos, pero recuerden que Internet tiene mucha fuerza y podemos hacer algo grande. Pasa la noticia. POR FAVOR NO reenvíes este mensaje, COPIA Y PEGA EL texto en nuevo un mensaje para no crear listas de usuarios para correo basura, sólo se tarda unos segundos más.
GRACIAS


--
www.trochujinak.cz
incoming@duha.cz
www.iynf.org
www.meetthefreak.net
www.hospitalityclub.org
www.tuganacheca.blogspot.com


vamos todos apostar que é hora espanhola e francesa...

figuras e festivais sem fumo

Façamos uma prolepse na narrativa deste blog, de modo a recuarmos (um pouco) no tempo real desta história que é a minha. Saltemos do final de Maio, da visita dos três tripes tugas, para o final de Julho, o Festival de Música Folk de Viljandi. (ainda aqui vos hei-de contar o que se passou entre Junho e Julho. Mas foram meses tão povoados de festas de despedida e choradeiras pegadas, que ainda me custa um pouco escrever sobre eles!)
Ora então 27 de Julho, sexta feira eis que eu e a Julka nos fazemos à estrada depois de almoço para apanharmos uma qualquer boleia rumo a Viljandi, que dista uns quase 200 km de Tallinn. Um pai de família, com a sua filha adolescente, dá-nos boleia no seu jipe a cheirar a novo, directamente para o Festival! Fácil fácil!! Pelo caminho fomos a ouvir The Doors e a apreciar a paisagem. Tanto que até vimos um alce!! Há muitos alces na Estónia, bem como ursos, castores, veados, andorinhas e cegonhas. Mas eu cá nunca tinha visto um. foram 3 segundo muito felizes. depois lembrei-me de ligar à minha Super Pi para lhe desejar um FeLiZ aNivErSáRiO e perguntar se tinha recebido a minha prenda no correio. Para mim é sempre uma excitação falar com quem me diz tanto, mesmo que seja em silêncio. Mas desta vez foi ainda mais potente porque foi no momento exacto em que ela recebia a prenda e a desembrulhava... Não vos vou dizer o que era. Fico à espera que ela a vista e tire uma foto que eu possa colocar aqui!! (ouviste??)
Chegadas a Viljandi lá tratámos de encontrar a malta, especialmente a Bárbara que tinha o meu belo bilhete de imprensa... há tiques que nunca se perdem, como o de pedir credenciais de imprensa para tudo e mais alguma coisa. e não é que resulta?!? Então ainda apanhei o restinho do concerto de uns freaks do Sul da Estónia. São de uma área que se chama Setoma e que tem o seu próprio dialecto e cidades divididas a meio pelas fronteiras com a Rússia... Os Setots são considerados os índios da Estónia, ainda vivem de maneira muito tradicional e há muitos que não falam nada mais que o seu dialecto que é um misto de Estoniano com russo, numa mescla incompreensível!! (Ontem, por acaso, conheci um tipo desta região que tinha mais pinta e cor de ser do Sul da Europa que muito tuga que eu conheço!) O concerto foi fofo, dentro de uma tenda onde tive as primeiras impressões do festival: afinal há gente gira na Estónia (devem é viver todos em Viljandi!!) e... nem sei como hei-de pôr isto em palavras... Não cheirava a Birls, ninguém fumava, nada! Foi a primeira vez que me vi num concerto e num festival, com ar totalmente puro. E digo-vos: não tem grande piada!
Depois foi hora de ver os tugas Dazkarieh! É verdade e foi uma das razões que me levou a ir ao Festival. Já não me lembrava da última vez que os tinha visto... talvez Avante! 2005... não sei! Mas foi uma alegria ouvir gaitas e puder cantar, mesmo sabendo que era a única, além da vocalista!! Eles deram um belo concerto, puseram os estonianos a cantar e a dançar.

Numa música mais calma, instrumental, um canto da audiência transformou-se em grupo de dança tradicional estoniana. Estes tipos adoram dançar e cantar, mas eu nunca pensei que visse a cena mais tradicional estoniana ao som de música portuguesa. Foi, no mínimo, emocionante! Acho que os artistas também gostaram.

mais tarde encontre-os na rua, pelo festival e eles confirmaram ter gostado muito do concerto! Ficaram espantados de ver uma tuga na Tóina... mas o que eles não viram foi o meu look durante o concerto...

sim, choveu que não foi fácil... tanto que mesmo ao meu lado se dançava assim:

peço desculpa por ter cortado as cabeças aos bailarinos. Não é que fossem feios, mas vocês sabem que tenho o visor da máquina partido...
Mais bonita era a paisagem que se tinha do palco, suponho eu... é que Viljandi é das poucas terras na Estónia que tem colinas. Aqui não há montanhas. E o palco estava montado no topo de uma colina que ao fundo tem as ruínas de um castelo e em baixo um lago.


de uma colina para a outra há uma bela de uma ponte vermelha, suspensa, na qual eu quis tirar uma foto de família com a minha máquina parida... bem, ia ficando sem máquina, e ponte... quase nem se vê!!

ora ai estou eu e os alemães... à minha direita a Barbara, à esquerda a Doro, e no segundo anel Laura e Simon.
Fomos dar um pézinho de dança no folk estoniano... é muito bonito, mas lentooooo... e à noitinha vimos um alucinado de um australiano que eu não percebi o que estava a fazer no Festival. Ora além de ser dj de música electrónica tem nome de dj de trance: Amanaska! oh pah... mas o gajo era muito bom, assim mais pó chill out. Até tem uma música com as índias de Setoma a cantarem no seu dialecto marado... e vale a pena porque o gajo faz a música no seu belo MacBook Pro e enquanto deixa o som rolar toca didgeridu, umas cenas freaks de sopro e algo que se assemelha a um realejo! ah!! e canta!!

no Sábado, o primeiro concerto do dia foi o de um chileno chamado Fernando Stern. O homem foi tão bom que tocou em todos os dias do Festival, tiveram que lhe arranjar espaços no programa porque toda a gente o queria ver. Basicamente o senhor, sozinho, com a sua guitarra e a sua flauta foi capaz de dar mais show que muitas bandas que eu já vi. Cantou música chilena, cubana, mexicana... sempre a introduzir as canções com pequenas estórias sobre as mesmas. É daqueles músicos que tem semelhante vocação de entertainer que até arrepia. E canta com tanto sentimento que mesmo os estonianos sem perceberem uma palavra do que o homem cantava, estavam emocionados. Quando ele cantou a música que um brasileiro fez porque queria orar à Nossa Senhora da Aparecida, mas não sabia ler e como tal rezar... foi o fim, o caos! "Sou caipira pira pora Nossa..." fez-me chorar do início ao fim enquanto trauteava a letra sob o olhar assomado de quem se sentava ao meu lado. (também porque me lembrei muito da menina dos anos do dia anterior e do quanto ela gosta desta música) Foi dos melhores concertos que vi em toda a minha vida! A música foi boa, o espectáculo também e no seu conjunto, o concerto teve aquele estranho puder que só as obras de arte têm de nos comover e tocar e sensibilizar sem sabermos porquê nem conseguirmos contrariar os arrepios ou as lágrimas.

por hoje é tudo... até jazz

quinta-feira, agosto 02, 2007

viajantes e viajantes

eu queria aqui assinalar o 4 000 visitante deste blog (mesmo que eu seja um milhar deles), mas escapu-se-me a oportunidade... Lembrei-me disto há uns dias, mas hoje quando me lembrei se novo já íamos nos 4450... um bem haja a todos os que me lêem, um especial aos que gostam do que lêem e voltam mais tarde!

Entretanto esta semana estou perdida no meio da Estónia (no Sul, na verdade). Estamos no nosso treino de meio termo, no meio da área pantanosa do país! Já fizemos sauna, canoagem e caminhadas na floresta. Hoje à noite há mais sauna e uma churrascada para a malta, porque é a última noite... depois conto-vos tudo!!

deixo-vos com uma foto de um lago preto num Bog que em português é um lodaçal... mas eu depois explico melhor

musi