Relatório sobre integração de estrangeiros no mercado de trabalho sublinha também necessidade
de investir mais
na educação das crianças
A Portugal dá muito emprego aos imigrantes. Paga-lhes é menos e ocupa-os em actividades que, em muitos casos, ficam bastante aquém das suas habilitações e competências. E este é um dos aspectos que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) quer ver melhorados, como fica claro num relatório ontem apresentado em Lisboa.
O panorama pode ser traduzido para números. As taxas de actividade dos imigrantes são, no país, superiores às dos cidadãos nacionais. Dados relativos a 2005/2006 mostram que três quartos (75,4 por cento) dos homens estrangeiros estavam a trabalhar, quando os nascidos no país nessa situação não iam além de 73,6 por cento.
Em relação às mulheres, os valores eram de 63,1 (trabalhadoras imigrantes, com aquela que é a percentagem mais alta dos países da OCDE) e 61,8 (nacionais).
Mas, "muito embora grande parte dos imigrantes dos fluxos mais recentes possua qualificações elevadas, o mercado de trabalho português tem proporcionado a inserção laboral em ocupações de baixa qualificação, sobretudo no sector da construção civil", constata a OCDE.
Mais de 80 por cento dos imigrantes da Europa de Leste com habilitações superiores têm trabalhos para os quais estão sobrequalificados, por exemplo. E os estrangeiros ganham, em média, menos 20 por cento do que os portugueses, "que já de si têm salários baixos". Os imigrantes dos PALOP - sobretudo os de Cabo Verde - são particularmente afectados por esta discrepância.
O trabalho da OCDE sobre a integração dos imigrantes no mercado de trabalho em Portugal foi ontem apresentado pelo redactor principal do relatório, Thomas Liebig.
Em termos gerais, e atendendo a que a imigração (especialmente a qualificada e de cidadãos que não falam português) é recente no país, os técnicos da OCDE depararam-se com "resultados favoráveis", que em muitos aspectos ficam bem na comparação internacional.
FONTE: Público
28.11.2007, Bárbara Simões
Acolhimento "exemplar"
São elogiados, entre outros, o enfoque no acolhimento, a cooperação entre organismos e instituições, o papel do Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e os Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante.
Para o futuro, Thomas Liebig apontou vários desafios: aproveitar melhor as qualificações dos imigrantes e combater a imigração ilegal, mas também, por exemplo, investir mais na educação dos imigrantes de segunda geração, sub-representados no ensino pré-escolar e a exigir reforço do ensino da língua portuguesa.
O alto-comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rui Marques, tinha já resumido, no início da sessão, as recomendações a reter. E o ensino da língua portuguesa para quem não a tem como língua materna foi confirmado como uma das prioridades para os próximos anos. "Portugal quer ser exemplar no acolhimento aos imigrantes", disse no fim.
O trabalho sobre Portugal insere-se num conjunto de relatórios da OCDE para vários países. Austrália, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha e Suécia foram os primeiros.
A Associação dos Imigrantes dos Açores (AIPA) vai realizar um estudo para diagnosticar a situação laboral e apurar as necessidades de formação dos cerca de 5500 estrangeiros que residem no arquipélago. O trabalho será feito no próximo ano, ao abrigo de um protocolo, ontem assinado, entre a AIPA e a Direcção Regional do Trabalho e Qualificação Profissional.
O presidente da associação, Paulo Mendes, adianta que os imigrantes a viver nos Açores trabalham, na sua maioria, em "áreas muito instáveis" como a construção civil, a restauração e a pesca. Para o sociólogo, o conhecimento da realidade da comunidade imigrante nas ilhas irá contribuir para ultrapassar dificuldades, como vínculos laborais frágeis, incumprimento dos descontos para a Segurança Social pelas entidades empregadoras e necessidades de formação desta população.
FONTE: Lusa (in Público)
Este assunto sempre me preocupou um bocado... especialmente quando na minha cidade vejo professores a darem cola nos sapatos... por isso... AVANTE Portugal! há que aproveitar as boas qualificações dos emmigrantes... só temos a ganhar em intrculturalidade, partilha de diferentes experiências. E não me lixem que os emigrantes tiram trabalho aos portuguesinhos... Porque só não há trabalho para quem não quer! Ou isso ou quando os tugas emigram vão tirar emprego aos locais... bem...
quarta-feira, novembro 28, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
ainda a visita da Bri
No nosso último dia em Vilnius, decidimos sair um bocadinho da cidade. A Tânia, mais a sua coordenadora, levou-os a Trakai (http://en.wikipedia.org/wiki/Trakai). É uma cidadezinha pequena, a 30 km de Vilnius, onde a malta costuma ir aos domingos para passear. e de facto é tão bonita, que é fácil entender porquê! Tem vários lagos e ilhas algumas com castelos e palacetes de cortar a respiração! Tem casas de madeira em todo o lado, e as cores do outono deram um toque especial a esta parte do Parque Nacional. A cidade é construída, quase literalmente, em cima da água, o que faz dela um pólo turístico. Além disso tem uma enorme comunidade estrangeira, se bem me lembro turca. Mas não consegui perceber porquê, graças ao bom inglês da Sveta, a cordenadora da Tânia. É muito boa rapariga, mas trata o cão, como se fosse um filho, mas com direito a mais idas ao cabeleireiro que eu... pa... tudo tem limites!
Mas claro que nós, as tugas, nos fartámos de gozar com a situação!!!
à Bri ficava-lhe muito bem o cãozinho!! Dá assim um ar de tia...
fora de tangas, a paisagem é...
pode caminhar-se o quanto se quiser em volta das ilhas e ilhotas... especialmente se se tiver a sore de apanhar um dia de sol, como nós tivemos!
e pronto, tem um castelo (http://en.wikipedia.org/wiki/Trakai_Island_Castle) que data do século XV... e basicamente é isso!
O que este sítio também tinha de bom era a comida! Há um tipo de gastronomia muito particular desta região, precisamente por causa da comunidade emigrante, mas que eu não me lembro de onde... Arrisco-me a dizer Turqui ou Tunísia... sei que anda lá perto... whatever!
para finalizar...
as babes num domingo de sol...
depois demos mais umas voltas em Vilnius e à noite eu apanhei o bus de regreeso a Tallinn e a Bri seguir para Varsóvia e de lá para Lodz, para encontrar a nossa querida Sofia!
Entretanto, esta semana recebi mais uma notícia de uma visita flaviense: A Paula!! Esta vem passar comigo a minha última semana na Estónia!! Acho que vai ser um input muito importante, porque não vou estar sozinha nunca, vou puder dizer em português o que quero e o que sinto... e sobretudo, e quem conhece a Paula é fácil de entender porquê, acho que me vou rir à grande!!
Não perca o próximo episódio... já a seguir
Mas claro que nós, as tugas, nos fartámos de gozar com a situação!!!
à Bri ficava-lhe muito bem o cãozinho!! Dá assim um ar de tia...
fora de tangas, a paisagem é...
pode caminhar-se o quanto se quiser em volta das ilhas e ilhotas... especialmente se se tiver a sore de apanhar um dia de sol, como nós tivemos!
e pronto, tem um castelo (http://en.wikipedia.org/wiki/Trakai_Island_Castle) que data do século XV... e basicamente é isso!
O que este sítio também tinha de bom era a comida! Há um tipo de gastronomia muito particular desta região, precisamente por causa da comunidade emigrante, mas que eu não me lembro de onde... Arrisco-me a dizer Turqui ou Tunísia... sei que anda lá perto... whatever!
para finalizar...
as babes num domingo de sol...
depois demos mais umas voltas em Vilnius e à noite eu apanhei o bus de regreeso a Tallinn e a Bri seguir para Varsóvia e de lá para Lodz, para encontrar a nossa querida Sofia!
Entretanto, esta semana recebi mais uma notícia de uma visita flaviense: A Paula!! Esta vem passar comigo a minha última semana na Estónia!! Acho que vai ser um input muito importante, porque não vou estar sozinha nunca, vou puder dizer em português o que quero e o que sinto... e sobretudo, e quem conhece a Paula é fácil de entender porquê, acho que me vou rir à grande!!
Não perca o próximo episódio... já a seguir
terça-feira, novembro 20, 2007
a visita da Bri ou a nossa ida a Vilnius
Chegámos a Vilnius de madrugada, mas a cidade já estava acordada e a mexer. Foi o primeiro sinal de que estávamos na maior capital do Báltico, com quase o dobro da população que de Tallinn.
Fomos para casa da Tânia, que nos acolheu com o melhor da hospitalidade portuguesa. Depois de dormir um bocadinho, fomos, ainda de manhã, para o centro. à primeira vista Vilnius não me pareceu assim tão diferente de Tallinn, à excepção do tamanho... Tem um rio, coisa que Riga tem, mas Tallinn não (podemos considerar o Pirita Jogi como um rio, mas para mim é um riacho, tanto que a cidade não se desenvolveu em volta dele, não passa pelo centro, nem perto).
Chegadas ao centro deparámo-nos com uma espécie de Corso carnavalesco das escolas. Havia centenas de miúdos vestidos de tudo e mais alguma coisa e muitos com trajes tradicionais
que não são assim tão diferentes dos estonianos. As mesmas saias coloridas, as mesmas fitas a penderem das "tiaras"...
Demos umas voltas no centro histórico e as comparações com Tallinn são inevitáveis. a cidade velha de Vilnius não tem o charme que tem a de Tallinn onde tudo está bonitinho e arranjadinho para finlandês ver. Em Vilnius vimos muita coisa em reconstrução ou recuperação, num claro esforço para atrair mais turistas, objectivo que me parece de fácil alcance. Há imensos templos de diferentes cultos, uns mais bonitos que outros, mas falta-lhe as casinhas catitas, as ruas de paralelos, os cafés pitorescos! Tive, em Vilnius, a mesma sensação que em Berlim: é uma cidade normal! Bonita, sem dúvida, mais que Riga, muito menos que Tallinn.
No entanto, o que mais me chamou a atenção na capital da Lituânia, foi mesmo a diversidade de pessoas. Muitas vezes me queixei (e continou a fazê-lo) que, em Tallinn, as pessoas são todas muito louras, muito magras, muito parecidas. Consequentemente tudo o que é diferente salta à vista de uma maneira parva! Pessoas "de côr" devem ser tantas como os dedos de duas mãos, ciganos nunca vi... rastalhudos vejo dois ou três por semana, vejo menos punks ainda... Mas em Vilnius, como em Helsínquia vi um pouco de tudo, principalmente polacos! Pretos, brancos, amarelos, ciganos, louros, morenos, baixos, gordos, freaks, tias... É das coisas de que sinto mais falta em Tallinn: o misturar-me no meio da multidão, ser apenas mais uma, passar despercebida! Não que as pessoas me apontem na rua ou me olhem de forma estranha, mas nunca me tomam por local, respondem-me quase sempre em inglês (mesmo quando me esforço por falar uma das línguas locais), enfim, notam que (mesmo ao fim de um ano) eu não sou de cá...
Deixemo-nos de divagações e voltemos a Vilnius. O que a cidade não tem arquitectura catita (salvo algumas excepções, principalmente religiosas) compensa em espaços verdes, agradáveis, bem cuidados. Creio que na Primavera sejam aprazíveis, no Verão agradável, no Inverno gelados, mas no Outono são incríveis!! Eu já aqui referi que nunca me tinha apercebido da beleza do Outono, e em Vilnius voltei a ter a mesma sensação... o barulho de caminhas sobre as folhas caídas, ou vê-las ondulantes em dezenas de tons avermelhados, amarelados ou esverdeados! Se quiserem ir a Vilnius, façam-no no Outono, quando a vaga de turistas já partiu. Pode ser que, como nós, apanhem um fim de semana com tempo de Verão!! =)
Fomos ao topo de um desses parques, chamado
as três cruzes. A vista que se tem lá de cima para a cidade é bonita, mas no Inverno deve ser muito melhor! É que as árvores, ainda frondosas, não deixam ver muito do centro da cidade. Não deixam ver a magnífica catedral mesmo no centro, com uma enorme praça em frente, onde assistimos a um concerto meio freak...
Mas como prova da bela arquitectura religiosa da cidade e das cores do outono...
aí fica, o que julgo ser a fachada da igreja de Santa Ana... Mas elas (as igrejas, não as santas) são tantas que pode estar a dizer asneira!
De qualquer maneira não entrámos para confirmar. Em Vilnius voltámos ao estado: Turista preguiçoso! Fartámo-nos de andar, é um facto, mas não entrámos em lado nenhum, excepto cafés, bares, restaurantes e supermercados. O que me leva a pensar que a vida na Lituânia é ligeiramente mais barata que na capital da Estónia. Mas numa semana ele foi euros, Coroas (15.57 = 1 euro), Lats (0,67= 1 euro) e Litas (3,45=1 euro), o que me confundiu bastante e pode induzier-me a dizer asneira, novamente!
Outra diferença a registar entre Tallinn e as outras capitais do Báltico. Aqui a praça principal (na cidade velha) é a da Câmara Municipal, onde se faz o mercado de Natal e onde todo o povo se encontra. Em Riga e em Vilnius, deu-me a sensação que as praças mais importantes são-no à sombra de igrejas ou catedrais. Em Riga confirmei-o com o mercado de Natal e a pista de patinagem (em Janeiro, note-se) e em Vilnius pela quantidade estúpida de pessoas, na praça da tal catedral, em oposição à praça vazia da câmara municipal.
Mas o mais interessante da câmara municipal de Vilnius é esta placa
bem, são duas. Na de cima está a inscrição referente ao centro histórico de Vilnius ser parte da lista da UNESCO de lugares - Património da Humanidade desde 1994. Na placa de baixo lê-se: "Anyone who would choose Lithuania as an enemy has also made an enemy of the United States of America". A citação está creditada: "George W. Bush President of the U.S. Vilnius City Hall, November 23rd, 2002". Eu colei a olhar para a placa... a Brigite disse: "A isto é que eu chamo ter as costas quentes!"
Mas deixemo-nos de americanices e voltemos a europeices! Como não podia deixar de ser, fim de semana e tal, lá fomos sair com os voluntários de Vilnius. E mais uma vez as comparações são inevitáveis. Há mais rapazes que em Tallinn (e alguns são bem giros), um ponto para Vilnius. Mas os adolescentes alemães estão em todo o lado... impossível! Mas na Lithuania têm um austríaco que fala inglês com pronúncia de italino, e um italiano que é um doce (de pessoa, claro)!
o registo: de branco a Linda, finlandesa, ao seu lado a Marcella, alemã. Depois, o Fausto, o tal tiramissu, abaixo dele, a nossa afitriã, a tuga Tânia, ao lado dela uma francesa tão baixinha como irritante e mais uma alemã que não me lembro do nome. Ah! pois, a outra, de boca aberta, sou eu!
Fomos para casa da Tânia, que nos acolheu com o melhor da hospitalidade portuguesa. Depois de dormir um bocadinho, fomos, ainda de manhã, para o centro. à primeira vista Vilnius não me pareceu assim tão diferente de Tallinn, à excepção do tamanho... Tem um rio, coisa que Riga tem, mas Tallinn não (podemos considerar o Pirita Jogi como um rio, mas para mim é um riacho, tanto que a cidade não se desenvolveu em volta dele, não passa pelo centro, nem perto).
Chegadas ao centro deparámo-nos com uma espécie de Corso carnavalesco das escolas. Havia centenas de miúdos vestidos de tudo e mais alguma coisa e muitos com trajes tradicionais
que não são assim tão diferentes dos estonianos. As mesmas saias coloridas, as mesmas fitas a penderem das "tiaras"...
Demos umas voltas no centro histórico e as comparações com Tallinn são inevitáveis. a cidade velha de Vilnius não tem o charme que tem a de Tallinn onde tudo está bonitinho e arranjadinho para finlandês ver. Em Vilnius vimos muita coisa em reconstrução ou recuperação, num claro esforço para atrair mais turistas, objectivo que me parece de fácil alcance. Há imensos templos de diferentes cultos, uns mais bonitos que outros, mas falta-lhe as casinhas catitas, as ruas de paralelos, os cafés pitorescos! Tive, em Vilnius, a mesma sensação que em Berlim: é uma cidade normal! Bonita, sem dúvida, mais que Riga, muito menos que Tallinn.
No entanto, o que mais me chamou a atenção na capital da Lituânia, foi mesmo a diversidade de pessoas. Muitas vezes me queixei (e continou a fazê-lo) que, em Tallinn, as pessoas são todas muito louras, muito magras, muito parecidas. Consequentemente tudo o que é diferente salta à vista de uma maneira parva! Pessoas "de côr" devem ser tantas como os dedos de duas mãos, ciganos nunca vi... rastalhudos vejo dois ou três por semana, vejo menos punks ainda... Mas em Vilnius, como em Helsínquia vi um pouco de tudo, principalmente polacos! Pretos, brancos, amarelos, ciganos, louros, morenos, baixos, gordos, freaks, tias... É das coisas de que sinto mais falta em Tallinn: o misturar-me no meio da multidão, ser apenas mais uma, passar despercebida! Não que as pessoas me apontem na rua ou me olhem de forma estranha, mas nunca me tomam por local, respondem-me quase sempre em inglês (mesmo quando me esforço por falar uma das línguas locais), enfim, notam que (mesmo ao fim de um ano) eu não sou de cá...
Deixemo-nos de divagações e voltemos a Vilnius. O que a cidade não tem arquitectura catita (salvo algumas excepções, principalmente religiosas) compensa em espaços verdes, agradáveis, bem cuidados. Creio que na Primavera sejam aprazíveis, no Verão agradável, no Inverno gelados, mas no Outono são incríveis!! Eu já aqui referi que nunca me tinha apercebido da beleza do Outono, e em Vilnius voltei a ter a mesma sensação... o barulho de caminhas sobre as folhas caídas, ou vê-las ondulantes em dezenas de tons avermelhados, amarelados ou esverdeados! Se quiserem ir a Vilnius, façam-no no Outono, quando a vaga de turistas já partiu. Pode ser que, como nós, apanhem um fim de semana com tempo de Verão!! =)
Fomos ao topo de um desses parques, chamado
as três cruzes. A vista que se tem lá de cima para a cidade é bonita, mas no Inverno deve ser muito melhor! É que as árvores, ainda frondosas, não deixam ver muito do centro da cidade. Não deixam ver a magnífica catedral mesmo no centro, com uma enorme praça em frente, onde assistimos a um concerto meio freak...
Mas como prova da bela arquitectura religiosa da cidade e das cores do outono...
aí fica, o que julgo ser a fachada da igreja de Santa Ana... Mas elas (as igrejas, não as santas) são tantas que pode estar a dizer asneira!
De qualquer maneira não entrámos para confirmar. Em Vilnius voltámos ao estado: Turista preguiçoso! Fartámo-nos de andar, é um facto, mas não entrámos em lado nenhum, excepto cafés, bares, restaurantes e supermercados. O que me leva a pensar que a vida na Lituânia é ligeiramente mais barata que na capital da Estónia. Mas numa semana ele foi euros, Coroas (15.57 = 1 euro), Lats (0,67= 1 euro) e Litas (3,45=1 euro), o que me confundiu bastante e pode induzier-me a dizer asneira, novamente!
Outra diferença a registar entre Tallinn e as outras capitais do Báltico. Aqui a praça principal (na cidade velha) é a da Câmara Municipal, onde se faz o mercado de Natal e onde todo o povo se encontra. Em Riga e em Vilnius, deu-me a sensação que as praças mais importantes são-no à sombra de igrejas ou catedrais. Em Riga confirmei-o com o mercado de Natal e a pista de patinagem (em Janeiro, note-se) e em Vilnius pela quantidade estúpida de pessoas, na praça da tal catedral, em oposição à praça vazia da câmara municipal.
Mas o mais interessante da câmara municipal de Vilnius é esta placa
bem, são duas. Na de cima está a inscrição referente ao centro histórico de Vilnius ser parte da lista da UNESCO de lugares - Património da Humanidade desde 1994. Na placa de baixo lê-se: "Anyone who would choose Lithuania as an enemy has also made an enemy of the United States of America". A citação está creditada: "George W. Bush President of the U.S. Vilnius City Hall, November 23rd, 2002". Eu colei a olhar para a placa... a Brigite disse: "A isto é que eu chamo ter as costas quentes!"
Mas deixemo-nos de americanices e voltemos a europeices! Como não podia deixar de ser, fim de semana e tal, lá fomos sair com os voluntários de Vilnius. E mais uma vez as comparações são inevitáveis. Há mais rapazes que em Tallinn (e alguns são bem giros), um ponto para Vilnius. Mas os adolescentes alemães estão em todo o lado... impossível! Mas na Lithuania têm um austríaco que fala inglês com pronúncia de italino, e um italiano que é um doce (de pessoa, claro)!
o registo: de branco a Linda, finlandesa, ao seu lado a Marcella, alemã. Depois, o Fausto, o tal tiramissu, abaixo dele, a nossa afitriã, a tuga Tânia, ao lado dela uma francesa tão baixinha como irritante e mais uma alemã que não me lembro do nome. Ah! pois, a outra, de boca aberta, sou eu!
segunda-feira, novembro 19, 2007
choque cultural ou duas europas diferentes
a semana passada saiu no P2 o seguite artigo:
"Chamam-lhe a Anne Frank polaca
15.11.2007
Em 1943, Rutka, uma judia de 14 anos, foi levada para Auschwitz, onde morreu. Deixou um diário escondido sob as tábuas da escada, em casa, escrito em 1943. Uma amiga guardou-o, até recentemente o divulgar. Acaba de ser publicado em Portugal pela Sextante e hoje Zahava (Laskier) Scherz apresenta-o em Lisboa, na Bulhosa de Entrecampos, às 18h30. Zahava é irmã de Rutka e contou ao P2 a história do diário e a sua descoberta de Rutka. Nascida em 1949, em Israel, Zahava tinha 14 anos quando soube dessa irmã perdida no Holocausto. Por Alexandra Lucas Coelho
Foi uma descoberta muito chocante. Eu não sabia que o meu pai fora casado antes. Sabia que ele perdera a família de origem, porque nunca tive avô nem avó, mas não sabia que fora casado e tivera filhos. E quando descobri senti-me muito próxima da filha, Rutka. Também do filho, Henius, mas especialmente da rapariga que via nas fotografias - tão próxima que quando a minha filha nasceu lhe dei o mesmo nome, Ruthie.
É um momento que nunca esqueci e que de alguma forma deu a volta à minha vida. Mas não inteiramente, porque o meu pai e eu não falávamos tanto assim disso. Ele preferia proteger-me de todas as memórias do Holocausto. Proteger-me, e talvez proteger-se. Mas essa descoberta influenciou seguramente a minha vida.
A 13 de Janeiro de 2006, acabava eu de voltar de uma viagem à América do Sul e a Londres, recebi um telefonema de Menachem Lior, um guia de Bedzin [pequena cidade no sul da Polónia]. Eu não o conhecia. Perguntou-me se eu era filha de Yaacov Laskier e quando confirmei ele disse: "Há algo muito emocionante. Foi encontrado um diário em Bedzin e a autora é Rutka Laskier. Sabe quem ela é?" Eu disse: "Sim, sei que é a filha do meu pai." Ele disse: "Bem, ela escreveu um diário, estamos bastante certos disso. E é uma escrita de grande qualidade. Os polacos estão muito excitados, chamam-lhe a Anne Frank polaca. Querem publicar o diário e estão à procura da família." Nesse momento senti que os céus estavam a cair.
Não leio nem falo polaco. É algo típico nas crianças nascidas em Israel a seguir à guerra: uma nova vida estava a começar, não era bem visto falar a língua das velhas cidades, dos velhos países. Falavam sempre hebraico comigo.
Mas através de famílias que falavam polaco, depois de saber que o diário existia, contactei Adam Szydlowski, que faz parte da Câmara Municipal de Bedzin e é uma espécie de representante da vida judaica local. Convidaram-me a ir a Bedzin em Maio e comecei a fazer contactos com sobreviventes desse tempo que viviam em Israel.
Ainda antes de ir à Polónia, por causa de viagens a Inglaterra em trabalho, conheci Linka Gold, que era muito amiga de Rutka e hoje vive em Londres. Apresentei-me e fui a casa dela.
Confirmou-me o que Rutka diz no diário, que ficaram as duas juntas durante uma "Aktionen", que era quando os alemães reuniam todos os judeus, e os queriam enviar para exterminação. Linka e Rutka conseguiram fugir. Linka contou-me isso, e a vida que tinham nesse tempo. Iam à mesma escola, tinham os mesmos amigos.
Linka tinha um caderno de memórias, como as meninas tinham - também no meu tempo -, em que as pessoas escreviam pequenas notas, para recordação. Mostrou-me uma das notas: era de Rutka. E disse que todas as outras raparigas que escreveram notas morreram no Holocausto.
Foi muito emocionante ver a escrita de Rutka. Era algo que uma rapariga escreveria, não me lembro bem, algo como "as coisas acontecem e temos que aproveitar a vida tão bem quanto podemos".
Em Maio fui a Bedzin e vi o apartamento onde a família do meu pai viveu. É uma casa de dois andares, com dois quartos em cima e dois em baixo. Hoje, uma família polaca vive na casa inteira, que está um pouco renovada, mas nessa altura penso que em cada quarto vivia uma família. Portanto, Rutka, o irmão, o meu pai e a sua mulher viviam todos num quarto, e foi aí que o diário foi escondido [debaixo do soalho das escadas].
Claro que não é a casa original do meu pai, ele vivia numa casa melhor e maior antes da guerra, mas os alemães puseram os judeus num único bairro. Os polacos que hoje lá vivem não souberam de nada até o diário ser descoberto e as pessoas começarem a vir ver a casa.
Stanislawa Sapinska [a polaca com quem Rutka combinou o esconderijo do diário] ainda vive. Não era exactamente uma amiga de Rutka. O que aconteceu foi que durante a guerra alguns polacos foram expulsos das casas [nas zonas transformadas em guetos]. Os alemães punham nelas os judeus. E a família do meu pai estava na casa onde Sapinska tinha vivido. Ela vinha visitá-los e tornou-se muito amiga de Rutka. Não trabalhava longe, vinha quase todos os dias pela hora de almoço, e conversavam.
Sapinska disse-me que Rutka era muito inteligente, muito aberta, muito madura para a idade, e que sabia muitas coisas que ela, Sapinska, não sabia. Quando Rutka compreendeu que não ia sobreviver à guerra disse a Sapinska que estava a escrever um diário e ambas decidiram que quando o fim viesse ela o esconderia num lugar da casa.
[Quando Rutka e a família foram levados para Auschwitz - onde todos morreram excepto o pai, Yaacov -, Sapinska voltou à casa, retirou o diário e guardou-o. Recentemente, quando fez 80 anos, contou a história a um sobrinho, que a convenceu a entregar o caderno ao museu municipal de Bedzin.]
Foi Sapinska quem me contou tudo isto. Encontrei-a em Bedzin. É uma mulher muito simpática e disse-me que eu me parecia muito com Rutka, apesar de agora eu ser muito mais velha do que Rutka era. Depois perguntei pelo diário, porque o queria para a minha família, e disseram-me que ainda o queriam conservar algum tempo, mas o dariam se o Yad Vashem, o Memorial do Holocausto em Israel, o pedisse. Então voltei a Israel, comecei a negociar com o Yad Vashem, e eles concordaram em fazer uma cerimónia e convidar Sapinska e Adam Szydlowski, e eles concordaram em dar o diário ao Yad Vashem. Isto foi em Junho de 2007. Houve uma grande cerimónia e o diário tornou-se famoso no mundo. Agora está no Yad Vashem, em Jerusalém.
Foi um choque para mim que Rutka soubesse tanto do que estava a acontecer no começo de 1943, as câmaras de gás em Auschwitz. Penso que é a coisa mais impressionante de todas no diário. Sapinska também me disse que Rutka sabia coisas. Rutka pertencia a um movimento de juventude que suspeito que estivesse ligado às pessoas na clandestinidade [da resistência polaca], que sabiam coisas. Temos de ter em conta que Bedzin é muito próximo de Auschwitz, e os comboios passavam, a caminho. Creio que as pessoas que queriam saber, que eram inteligentes e tinham ligações, sabiam.
É impressionante, hoje, que ela estivesse a viver com esta consciência, e creio que é por isso que a preocupava tanto a necessidade de o diário ser salvo, e contar tudo.
Perguntei a Menachem Lior, que era da mesma idade de Rutka, e ele disse-me que sim, que algumas pessoas sabiam, no começo de 1943. Creio que o mundo não queria saber.
O diário foi publicado em Israel há sete meses, e gente de todo o mundo contacta-me. As crianças agora vão à Polónia e fazem peças na escola sobre o diário de Rutka, Na Polónia, em Bedzin e na vizinhança já o estudam na escola. Julgo que também acontecerá em Israel, ainda é algo muito recente. Foi publicado em polaco, em hebraico, em inglês, e agora português é a quarta língua.
A partir de uma entrevista telefónica com Zahava (Laskier) Scherz, que vive em Rehovot, Israel, e é membro do Departamento de Educação Científica no Weizmann Institute of Science"
e eu, como até gosto bastante de diários de guerra, comentei com a Dorota, voluntária polaca, sobre este assunto. Ela nunca tinha ouvido falar de tal história, o que eu atribuo ao facto de ela estar fora do país desde Janeiro. Até aqui nada de chocante. O que me fez cair o maxilar foi a Lena (Ukraniana) perguntar: "Why they call her that? Who is Anne Frank?" Primeiro tive que me refazer do choque de ela não saber nada sobre Anne Frank, depois tive que engolir a seco a razão desse desconhecimento. Ou a razão porque em Portugal se sabe de mais ("Foi publicado em polaco, em hebraico, em inglês, e agora português é a quarta língua").
Portugal não participou (pelo menos não na linha da frente) na II Guerra Mundial. A Ucrânia, na altura URSS, sim. Porque é que a Lena havia de ler Anne Frank, se tem o relato vivo do avô, sobrevivente de um campo de concentração? Quando ela me disse isto, mais uma vez todos os meus pré-conceitos cairam por terra, fiquei desarmada, triste, assustada com a minha ignorância.
Mas ela continuou, como que a justificar-se, a pedir-me desculpa, por não conhecer a história da Anne Frank. Disse-me que provavelmente nem sequer tinham "esse livro" em ucraniano ou em russo, porque "in the soviet times" (em que ela viveu até aos 7 ou 8 anos) não havia muita literatura estrangeira a entrar na URSS, nada que falasse de quão bem ou mal era o mundo exterior. Pois, mas o diário só muito depois foi publicado. Sim, mas tempo não significa menos censura, disse-me! Há uma vasta literatura ucraniana, bem como de outros autores de leste, sobre a II GM. Homens e mulheres que sobreviveram para contar a história, que sobreviveram à Sibéria, que foram como bolas de pingue pong entre nazis e soviets... E eu a pensar que a Anne Frank fez uma grande coisa... Pah, não tirando o método à menina, nem ao Primo Levi (cujo diário também muito aprecio), nem a nenhum outro autor massivamente difundido da cortina de ferro para lá, há toda uma história que nós (europeus da velha UE, europeu de Oeste) desconhecemos, não procuramos, nem sequer sabemos.
O que nos ensinam na escola sobre a Revolução russa, a II GM mundial, o muro de Berlim... é tudo muito bonito, mas como nunca temos que nos confrontar com a realidade... passa-nos ao lado! E temos a barriga tão cheia de presunção, e civismo e saúde e comida e comodismo, que quando alguém nos larga assim uma bomba é como se nos tirassem o chão.
Nesse momento, em que eu e o Thomas (francês) discorríamos sobre o que lemos nos livros, de Anne Frank e todos os outros, a Lena (Ukrania) e a Dorota (polaca) acenavam, calmamente. As respostas dela proviam das histórias de família, dos relatos dos vizinhos, das memórias colectivas.
Tudo isto só me leva a pensar. Eu gostava de ler este livro da miúda polaca. Mas mais ainda gostava de ler os relatos dos sobreviventes do outro lado, dos que sobreviveram à URSS...
"Chamam-lhe a Anne Frank polaca
15.11.2007
Em 1943, Rutka, uma judia de 14 anos, foi levada para Auschwitz, onde morreu. Deixou um diário escondido sob as tábuas da escada, em casa, escrito em 1943. Uma amiga guardou-o, até recentemente o divulgar. Acaba de ser publicado em Portugal pela Sextante e hoje Zahava (Laskier) Scherz apresenta-o em Lisboa, na Bulhosa de Entrecampos, às 18h30. Zahava é irmã de Rutka e contou ao P2 a história do diário e a sua descoberta de Rutka. Nascida em 1949, em Israel, Zahava tinha 14 anos quando soube dessa irmã perdida no Holocausto. Por Alexandra Lucas Coelho
Foi uma descoberta muito chocante. Eu não sabia que o meu pai fora casado antes. Sabia que ele perdera a família de origem, porque nunca tive avô nem avó, mas não sabia que fora casado e tivera filhos. E quando descobri senti-me muito próxima da filha, Rutka. Também do filho, Henius, mas especialmente da rapariga que via nas fotografias - tão próxima que quando a minha filha nasceu lhe dei o mesmo nome, Ruthie.
É um momento que nunca esqueci e que de alguma forma deu a volta à minha vida. Mas não inteiramente, porque o meu pai e eu não falávamos tanto assim disso. Ele preferia proteger-me de todas as memórias do Holocausto. Proteger-me, e talvez proteger-se. Mas essa descoberta influenciou seguramente a minha vida.
A 13 de Janeiro de 2006, acabava eu de voltar de uma viagem à América do Sul e a Londres, recebi um telefonema de Menachem Lior, um guia de Bedzin [pequena cidade no sul da Polónia]. Eu não o conhecia. Perguntou-me se eu era filha de Yaacov Laskier e quando confirmei ele disse: "Há algo muito emocionante. Foi encontrado um diário em Bedzin e a autora é Rutka Laskier. Sabe quem ela é?" Eu disse: "Sim, sei que é a filha do meu pai." Ele disse: "Bem, ela escreveu um diário, estamos bastante certos disso. E é uma escrita de grande qualidade. Os polacos estão muito excitados, chamam-lhe a Anne Frank polaca. Querem publicar o diário e estão à procura da família." Nesse momento senti que os céus estavam a cair.
Não leio nem falo polaco. É algo típico nas crianças nascidas em Israel a seguir à guerra: uma nova vida estava a começar, não era bem visto falar a língua das velhas cidades, dos velhos países. Falavam sempre hebraico comigo.
Mas através de famílias que falavam polaco, depois de saber que o diário existia, contactei Adam Szydlowski, que faz parte da Câmara Municipal de Bedzin e é uma espécie de representante da vida judaica local. Convidaram-me a ir a Bedzin em Maio e comecei a fazer contactos com sobreviventes desse tempo que viviam em Israel.
Ainda antes de ir à Polónia, por causa de viagens a Inglaterra em trabalho, conheci Linka Gold, que era muito amiga de Rutka e hoje vive em Londres. Apresentei-me e fui a casa dela.
Confirmou-me o que Rutka diz no diário, que ficaram as duas juntas durante uma "Aktionen", que era quando os alemães reuniam todos os judeus, e os queriam enviar para exterminação. Linka e Rutka conseguiram fugir. Linka contou-me isso, e a vida que tinham nesse tempo. Iam à mesma escola, tinham os mesmos amigos.
Linka tinha um caderno de memórias, como as meninas tinham - também no meu tempo -, em que as pessoas escreviam pequenas notas, para recordação. Mostrou-me uma das notas: era de Rutka. E disse que todas as outras raparigas que escreveram notas morreram no Holocausto.
Foi muito emocionante ver a escrita de Rutka. Era algo que uma rapariga escreveria, não me lembro bem, algo como "as coisas acontecem e temos que aproveitar a vida tão bem quanto podemos".
Em Maio fui a Bedzin e vi o apartamento onde a família do meu pai viveu. É uma casa de dois andares, com dois quartos em cima e dois em baixo. Hoje, uma família polaca vive na casa inteira, que está um pouco renovada, mas nessa altura penso que em cada quarto vivia uma família. Portanto, Rutka, o irmão, o meu pai e a sua mulher viviam todos num quarto, e foi aí que o diário foi escondido [debaixo do soalho das escadas].
Claro que não é a casa original do meu pai, ele vivia numa casa melhor e maior antes da guerra, mas os alemães puseram os judeus num único bairro. Os polacos que hoje lá vivem não souberam de nada até o diário ser descoberto e as pessoas começarem a vir ver a casa.
Stanislawa Sapinska [a polaca com quem Rutka combinou o esconderijo do diário] ainda vive. Não era exactamente uma amiga de Rutka. O que aconteceu foi que durante a guerra alguns polacos foram expulsos das casas [nas zonas transformadas em guetos]. Os alemães punham nelas os judeus. E a família do meu pai estava na casa onde Sapinska tinha vivido. Ela vinha visitá-los e tornou-se muito amiga de Rutka. Não trabalhava longe, vinha quase todos os dias pela hora de almoço, e conversavam.
Sapinska disse-me que Rutka era muito inteligente, muito aberta, muito madura para a idade, e que sabia muitas coisas que ela, Sapinska, não sabia. Quando Rutka compreendeu que não ia sobreviver à guerra disse a Sapinska que estava a escrever um diário e ambas decidiram que quando o fim viesse ela o esconderia num lugar da casa.
[Quando Rutka e a família foram levados para Auschwitz - onde todos morreram excepto o pai, Yaacov -, Sapinska voltou à casa, retirou o diário e guardou-o. Recentemente, quando fez 80 anos, contou a história a um sobrinho, que a convenceu a entregar o caderno ao museu municipal de Bedzin.]
Foi Sapinska quem me contou tudo isto. Encontrei-a em Bedzin. É uma mulher muito simpática e disse-me que eu me parecia muito com Rutka, apesar de agora eu ser muito mais velha do que Rutka era. Depois perguntei pelo diário, porque o queria para a minha família, e disseram-me que ainda o queriam conservar algum tempo, mas o dariam se o Yad Vashem, o Memorial do Holocausto em Israel, o pedisse. Então voltei a Israel, comecei a negociar com o Yad Vashem, e eles concordaram em fazer uma cerimónia e convidar Sapinska e Adam Szydlowski, e eles concordaram em dar o diário ao Yad Vashem. Isto foi em Junho de 2007. Houve uma grande cerimónia e o diário tornou-se famoso no mundo. Agora está no Yad Vashem, em Jerusalém.
Foi um choque para mim que Rutka soubesse tanto do que estava a acontecer no começo de 1943, as câmaras de gás em Auschwitz. Penso que é a coisa mais impressionante de todas no diário. Sapinska também me disse que Rutka sabia coisas. Rutka pertencia a um movimento de juventude que suspeito que estivesse ligado às pessoas na clandestinidade [da resistência polaca], que sabiam coisas. Temos de ter em conta que Bedzin é muito próximo de Auschwitz, e os comboios passavam, a caminho. Creio que as pessoas que queriam saber, que eram inteligentes e tinham ligações, sabiam.
É impressionante, hoje, que ela estivesse a viver com esta consciência, e creio que é por isso que a preocupava tanto a necessidade de o diário ser salvo, e contar tudo.
Perguntei a Menachem Lior, que era da mesma idade de Rutka, e ele disse-me que sim, que algumas pessoas sabiam, no começo de 1943. Creio que o mundo não queria saber.
O diário foi publicado em Israel há sete meses, e gente de todo o mundo contacta-me. As crianças agora vão à Polónia e fazem peças na escola sobre o diário de Rutka, Na Polónia, em Bedzin e na vizinhança já o estudam na escola. Julgo que também acontecerá em Israel, ainda é algo muito recente. Foi publicado em polaco, em hebraico, em inglês, e agora português é a quarta língua.
A partir de uma entrevista telefónica com Zahava (Laskier) Scherz, que vive em Rehovot, Israel, e é membro do Departamento de Educação Científica no Weizmann Institute of Science"
e eu, como até gosto bastante de diários de guerra, comentei com a Dorota, voluntária polaca, sobre este assunto. Ela nunca tinha ouvido falar de tal história, o que eu atribuo ao facto de ela estar fora do país desde Janeiro. Até aqui nada de chocante. O que me fez cair o maxilar foi a Lena (Ukraniana) perguntar: "Why they call her that? Who is Anne Frank?" Primeiro tive que me refazer do choque de ela não saber nada sobre Anne Frank, depois tive que engolir a seco a razão desse desconhecimento. Ou a razão porque em Portugal se sabe de mais ("Foi publicado em polaco, em hebraico, em inglês, e agora português é a quarta língua").
Portugal não participou (pelo menos não na linha da frente) na II Guerra Mundial. A Ucrânia, na altura URSS, sim. Porque é que a Lena havia de ler Anne Frank, se tem o relato vivo do avô, sobrevivente de um campo de concentração? Quando ela me disse isto, mais uma vez todos os meus pré-conceitos cairam por terra, fiquei desarmada, triste, assustada com a minha ignorância.
Mas ela continuou, como que a justificar-se, a pedir-me desculpa, por não conhecer a história da Anne Frank. Disse-me que provavelmente nem sequer tinham "esse livro" em ucraniano ou em russo, porque "in the soviet times" (em que ela viveu até aos 7 ou 8 anos) não havia muita literatura estrangeira a entrar na URSS, nada que falasse de quão bem ou mal era o mundo exterior. Pois, mas o diário só muito depois foi publicado. Sim, mas tempo não significa menos censura, disse-me! Há uma vasta literatura ucraniana, bem como de outros autores de leste, sobre a II GM. Homens e mulheres que sobreviveram para contar a história, que sobreviveram à Sibéria, que foram como bolas de pingue pong entre nazis e soviets... E eu a pensar que a Anne Frank fez uma grande coisa... Pah, não tirando o método à menina, nem ao Primo Levi (cujo diário também muito aprecio), nem a nenhum outro autor massivamente difundido da cortina de ferro para lá, há toda uma história que nós (europeus da velha UE, europeu de Oeste) desconhecemos, não procuramos, nem sequer sabemos.
O que nos ensinam na escola sobre a Revolução russa, a II GM mundial, o muro de Berlim... é tudo muito bonito, mas como nunca temos que nos confrontar com a realidade... passa-nos ao lado! E temos a barriga tão cheia de presunção, e civismo e saúde e comida e comodismo, que quando alguém nos larga assim uma bomba é como se nos tirassem o chão.
Nesse momento, em que eu e o Thomas (francês) discorríamos sobre o que lemos nos livros, de Anne Frank e todos os outros, a Lena (Ukrania) e a Dorota (polaca) acenavam, calmamente. As respostas dela proviam das histórias de família, dos relatos dos vizinhos, das memórias colectivas.
Tudo isto só me leva a pensar. Eu gostava de ler este livro da miúda polaca. Mas mais ainda gostava de ler os relatos dos sobreviventes do outro lado, dos que sobreviveram à URSS...
algumas notas
antes de mais queria aqui referir que, no início deste mês (dia 2) este blog celebrou o seu primeiro ano de vida! Ora como dia 2 foi uma sexta feira, eu de certeza que fiz festa... Festejei mais de 140 mensagens ou posts, mais umas centenas de comentários e mais de 7 mil visitas ou acessos ou leituras! E se toda a gente já sabe o quanto este número é importante para mim, agora eu volto a dizê-lo!! A todos os que fazem este 7 mil, um super obrigada!
Esta sexta feira fez dez meses que cheguei à Estónia... Hoje já falta menos de um mês para me ir embora!!
terceiro ponto: estava eu a pensar nesta história no blog e comecei a lembrar-me daquilo que me esqueci de postar aqui, por preguiça ou falta de tempo! Sendo este blogue dedicado a viagens (também àquelas que se fazem sem sair do lugar)n\ao me fica nada bem ocultar, por exemplo, fotos de São Petersburgo, Varsóvia ou Sooma... Vou dedicar os próximos posts a recuperar o tempo perdido! Promiss!!
Ah, por falar nisso, ando há umas semanas a tentar postar spbre Vilnius... mas ando com um probleema qq em postar fotos... o que me dá cabo dos nervos... mas vou ver se percebo que se passa a fim de conseguir resolver o problema!
para começar, aqui ficam umas breves notas sobre Moscovo!
é a primeira imagem da Rússia, que eu guardo para sempre! Quem viaja de noite e chega a Moscovo de comboio, à estação internacional (que tem o nome do senhor na foto) é com esta imagem que se depara ao sair do comboio e entrar na estação!
Eu sou fão do Hospitality Club, mas à vezes acontecem cenas destas. Na primeira noite em Moscovo dormimos a uma hora de comboio do centro, num subúrbio muito feio e malcheiroso, num apartamento de 20 metros quadrados. Num quartop dormiram os 5 residentes do apartamento que tão prontamente nos receberam. Foi o nosso primeiro contacto com a incrível hospitalidade russa! Noutro quarto (2,5m por 1,60) dormimos 9! Depois de 16 horas de viagem, um dia inteiro em Moscovo, eis que é assim que descansamos... Olhem bem para esta foto. À minha direita estão já duas pessoas, sendo que o fotógrafo também lá dormiu. 3, comigo 4, Depois tá o Gg e a Laura. E entre a Laura e o Chri dormiu a Bárbara que não está na foto... Mas dormiram as duas de lado (tal como eu) porque não havia mais espaço... 7, mais o Chri e a Alice - 9! Foi uma das experiêcias mais alucinates da minha vida, garanto!!
e mais um choque cultural para a lista. Em Portugal podes ir ao supermercado com a tua carteira ou mochila, na boa. Na Estónia até podes entrar com sacos de outros supermercados ou cenas que facilmente serviriam para, em Portugal, abafar uns chocolates... Em Moscovo é assim! Ensacam-te a mala à entrada do supermercado e só a podes abrir quando já estás na caixa! E não pia!!
Última nota para o caderno! Na sexta-feira, durante uma conversa de msn e troca de música e tal, fui para ao Youtube a ver os anúncios da Sony Bravia. O meu preferido continua a ser o das bolas pinchonas em São Francisco (http://youtube.com/watch?v=oP5J4W5GQ3w)! No entanto, o de Glasgow... fica logo a seguir, em segundo lugar (http://youtube.com/watch?v=GURvHJNmGrc&feature=related). No sábado, em casa do pessoal, outra vez por causa da música, quando dei conta estávamos de novo no Youtube a ver o anúncio das bolas. E dai vimos o novo anúncio, dos coelhos de plasticina em Nova Iorque (http://youtube.com/watch?v=CLUAbkRUvVQ&feature=related). Este fica em terceiro lugar na minha escala! Mas, porque alguém não acreditava que aquilo era tudo real, lá fomos ver os making off dos três anúncios... e sinceramente não sei qual é o mais espectacular. Mas o que se passa é: Há coelhos à solta em Tallinn!!! Hoje a vir para o trabalho deparo-me com o coelho gigante do anúncio
Não fosse eu já crescidinha, e teria pensado que algém o pôs lá, só para me fazer sorrir pela manhã!
Esta sexta feira fez dez meses que cheguei à Estónia... Hoje já falta menos de um mês para me ir embora!!
terceiro ponto: estava eu a pensar nesta história no blog e comecei a lembrar-me daquilo que me esqueci de postar aqui, por preguiça ou falta de tempo! Sendo este blogue dedicado a viagens (também àquelas que se fazem sem sair do lugar)n\ao me fica nada bem ocultar, por exemplo, fotos de São Petersburgo, Varsóvia ou Sooma... Vou dedicar os próximos posts a recuperar o tempo perdido! Promiss!!
Ah, por falar nisso, ando há umas semanas a tentar postar spbre Vilnius... mas ando com um probleema qq em postar fotos... o que me dá cabo dos nervos... mas vou ver se percebo que se passa a fim de conseguir resolver o problema!
para começar, aqui ficam umas breves notas sobre Moscovo!
é a primeira imagem da Rússia, que eu guardo para sempre! Quem viaja de noite e chega a Moscovo de comboio, à estação internacional (que tem o nome do senhor na foto) é com esta imagem que se depara ao sair do comboio e entrar na estação!
Eu sou fão do Hospitality Club, mas à vezes acontecem cenas destas. Na primeira noite em Moscovo dormimos a uma hora de comboio do centro, num subúrbio muito feio e malcheiroso, num apartamento de 20 metros quadrados. Num quartop dormiram os 5 residentes do apartamento que tão prontamente nos receberam. Foi o nosso primeiro contacto com a incrível hospitalidade russa! Noutro quarto (2,5m por 1,60) dormimos 9! Depois de 16 horas de viagem, um dia inteiro em Moscovo, eis que é assim que descansamos... Olhem bem para esta foto. À minha direita estão já duas pessoas, sendo que o fotógrafo também lá dormiu. 3, comigo 4, Depois tá o Gg e a Laura. E entre a Laura e o Chri dormiu a Bárbara que não está na foto... Mas dormiram as duas de lado (tal como eu) porque não havia mais espaço... 7, mais o Chri e a Alice - 9! Foi uma das experiêcias mais alucinates da minha vida, garanto!!
e mais um choque cultural para a lista. Em Portugal podes ir ao supermercado com a tua carteira ou mochila, na boa. Na Estónia até podes entrar com sacos de outros supermercados ou cenas que facilmente serviriam para, em Portugal, abafar uns chocolates... Em Moscovo é assim! Ensacam-te a mala à entrada do supermercado e só a podes abrir quando já estás na caixa! E não pia!!
Última nota para o caderno! Na sexta-feira, durante uma conversa de msn e troca de música e tal, fui para ao Youtube a ver os anúncios da Sony Bravia. O meu preferido continua a ser o das bolas pinchonas em São Francisco (http://youtube.com/watch?v=oP5J4W5GQ3w)! No entanto, o de Glasgow... fica logo a seguir, em segundo lugar (http://youtube.com/watch?v=GURvHJNmGrc&feature=related). No sábado, em casa do pessoal, outra vez por causa da música, quando dei conta estávamos de novo no Youtube a ver o anúncio das bolas. E dai vimos o novo anúncio, dos coelhos de plasticina em Nova Iorque (http://youtube.com/watch?v=CLUAbkRUvVQ&feature=related). Este fica em terceiro lugar na minha escala! Mas, porque alguém não acreditava que aquilo era tudo real, lá fomos ver os making off dos três anúncios... e sinceramente não sei qual é o mais espectacular. Mas o que se passa é: Há coelhos à solta em Tallinn!!! Hoje a vir para o trabalho deparo-me com o coelho gigante do anúncio
Não fosse eu já crescidinha, e teria pensado que algém o pôs lá, só para me fazer sorrir pela manhã!
segunda-feira, novembro 12, 2007
Porque se muorre ua lhéngua?
Todo l que ye houmano se muorre. Se nun fur hoije, será manhana. Culas lhénguas las cousas pássan-se de la mesma maneira, i l mirandés nun será eiceçon. Grandes lhénguas cumo l lhatin dórun l lhugar a outras, morrendo-se i, nun cierto sentido, bibindo neilhas i cuntinando a ser ansinado i a ser eissencial al antendimiento de las modernas lhénguas románicas.
Ben todo esto al perpósito de eiqui hai ua ou dues sumanas ls jornales habéren falado dun studo adonde se dezie que l mirandés se staba a morrer, yá que era cada beç menos falado nas famílias i cada beç menos ansinado puls pais als sous filhos. An alguns sítios até se stranhaba cumo esse stado nun era mais falado i se dezie que era cuntraditório l ber-se algun antusiasmo alredror de la lhéngua. Que dezir de todo esso?
Buono, esses studos son neçairos. Era buono ye que se fazíssen outros studos subre cumo resolber. Que l mirandés ten deficuldades yá l dixo José Lheite de Vasconcellos na fin de seclo XIX i António Mourinho a meio de l seclo XX i até deixórun testos screbidos para que un die, quando se morrira, alguien podira saber cumo era. La berdade ye que inda nun se morriu i hoije hai miles i miles de testos an mirandés i outras manifestaçones de la lhéngua. I tamien nun puoden sperar que ándemos a chorar ende pulas squinas ou que déixemos la lhéngua eilha solica, cumo quien diç: nun bal la pena, deixai-la morrer-se an paç. La nuossa atitude ten sido i ha de cuntinar a ser al alrobés.
Ua pessona muorre-se al son de las leis de natureza. Quando ua lhéngua se muorre esse nun depende de leis de la natureza, mas dua decison - de miles deilhas -, de las pessonas que la fálan i de las anstituiçones que ténen la oubrigaçon de la defender. Son coincidos casos de lhénguas que até renacírun de l nada, cumo fui l caso de l heibraico i de l checo.
L mirandés ten aguantado ua guerra de muorte que yá dura hai cientos de anhos, mas subretodo ne ls redadeiros 40 anhos i esso l ten benido a deixar mui andeble. Mas ten bida suberciente para cuntinar se cada un de ls mirandeses quejir: cuntinar a falá-lo an casa, culs filhos, i na quemunidade, cuntinar a screbi-lo i a studá-lo. Ten bida suberciente para que las anstituiçones repunsables fágan tamien aqueilho que ye l sou deber. Quei dezir? L Menistério de la Cultura ten ua buona parte de la faca i de l queiso na mano, mas nada faç i la Senhora Menistra sabe de todo l que ye neçairo fazer; l Menistério de la Eiducaçon parece fazer de cuonta que l ansino de l mirandés stá bien, l que nun ye berdade, deixando-lo na mano de la DREN, que ten de probar que nun stá chena de einemigos de l ansino de l mirandés. Apuis de l stado central, las cámaras i juntas: la cámara de Miranda algo ten feito, mas ten de fazer muito mais ne l que ye eissencial; la cámara de Bumioso manten-se nun bergonhoso siléncio; i las juntas de fraguesie ciento ua faç algue cousa.
I pronto, eiqui queda un resume de repuosta a la pregunta deste testo i ua eideia de cumo la lhéngua mirandesa puode bibir por muitos i muitos anhos. Ye nesso an que acradito i por esso tamien fago.
FONTE: Público
12.11.2007, Amadeu Ferreira
amadeuf@gmail.com
agora que vivo num país bilíngue, em que os russófonos são tão agarrados à sua língua como os estonianos, e cada qual puxa para seu lado a fim de manter a sua língua viva, prece-me por bem, lutar por uma maior implementação do mirandês. Aqui faço a minha parte deixando-vos esta crónica, estes links (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mirandês e http://www.mirandes.net/) para quem não sabe o que é mirandês e...
um dicionário de mirandês
http://www.mirandadodouro.com/?page=dicionario
e ainda...
uma lista de blogues em mirandês:
http://frolesmirandesas.blogspot.com/
http://chamadeiros.blogspot.com/
http://cicuiro.blogspot.com/
http://lhengua.blogspot.com/
http://mirandes.blogs.sapo.pt/
http://mirandum.blogs.sapo.pt/
http://impressoeseintimidades.blogspot.com/
http://nuobas.blogspot.com/
http://cuontasmiradesas.blogspot.com/
http://sandinus.blogs.sapo.pt/
http://yousouraposa.blogs.sapo.pt/
para quem quiser aprender, sem ter que ir a Miranda
http://mirandes.no.sapo.pt/index.html
quando estive em Sendim, confesso que tive alguma dificuldade em perceber o que as velhotas diziam, mas ao ver escrito, o Mirandês parece-me bastante fácil de perceber. Devia apostar mais nisto!!
beisicos e anté manhana
Ben todo esto al perpósito de eiqui hai ua ou dues sumanas ls jornales habéren falado dun studo adonde se dezie que l mirandés se staba a morrer, yá que era cada beç menos falado nas famílias i cada beç menos ansinado puls pais als sous filhos. An alguns sítios até se stranhaba cumo esse stado nun era mais falado i se dezie que era cuntraditório l ber-se algun antusiasmo alredror de la lhéngua. Que dezir de todo esso?
Buono, esses studos son neçairos. Era buono ye que se fazíssen outros studos subre cumo resolber. Que l mirandés ten deficuldades yá l dixo José Lheite de Vasconcellos na fin de seclo XIX i António Mourinho a meio de l seclo XX i até deixórun testos screbidos para que un die, quando se morrira, alguien podira saber cumo era. La berdade ye que inda nun se morriu i hoije hai miles i miles de testos an mirandés i outras manifestaçones de la lhéngua. I tamien nun puoden sperar que ándemos a chorar ende pulas squinas ou que déixemos la lhéngua eilha solica, cumo quien diç: nun bal la pena, deixai-la morrer-se an paç. La nuossa atitude ten sido i ha de cuntinar a ser al alrobés.
Ua pessona muorre-se al son de las leis de natureza. Quando ua lhéngua se muorre esse nun depende de leis de la natureza, mas dua decison - de miles deilhas -, de las pessonas que la fálan i de las anstituiçones que ténen la oubrigaçon de la defender. Son coincidos casos de lhénguas que até renacírun de l nada, cumo fui l caso de l heibraico i de l checo.
L mirandés ten aguantado ua guerra de muorte que yá dura hai cientos de anhos, mas subretodo ne ls redadeiros 40 anhos i esso l ten benido a deixar mui andeble. Mas ten bida suberciente para cuntinar se cada un de ls mirandeses quejir: cuntinar a falá-lo an casa, culs filhos, i na quemunidade, cuntinar a screbi-lo i a studá-lo. Ten bida suberciente para que las anstituiçones repunsables fágan tamien aqueilho que ye l sou deber. Quei dezir? L Menistério de la Cultura ten ua buona parte de la faca i de l queiso na mano, mas nada faç i la Senhora Menistra sabe de todo l que ye neçairo fazer; l Menistério de la Eiducaçon parece fazer de cuonta que l ansino de l mirandés stá bien, l que nun ye berdade, deixando-lo na mano de la DREN, que ten de probar que nun stá chena de einemigos de l ansino de l mirandés. Apuis de l stado central, las cámaras i juntas: la cámara de Miranda algo ten feito, mas ten de fazer muito mais ne l que ye eissencial; la cámara de Bumioso manten-se nun bergonhoso siléncio; i las juntas de fraguesie ciento ua faç algue cousa.
I pronto, eiqui queda un resume de repuosta a la pregunta deste testo i ua eideia de cumo la lhéngua mirandesa puode bibir por muitos i muitos anhos. Ye nesso an que acradito i por esso tamien fago.
FONTE: Público
12.11.2007, Amadeu Ferreira
amadeuf@gmail.com
agora que vivo num país bilíngue, em que os russófonos são tão agarrados à sua língua como os estonianos, e cada qual puxa para seu lado a fim de manter a sua língua viva, prece-me por bem, lutar por uma maior implementação do mirandês. Aqui faço a minha parte deixando-vos esta crónica, estes links (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mirandês e http://www.mirandes.net/) para quem não sabe o que é mirandês e...
um dicionário de mirandês
http://www.mirandadodouro.com/?page=dicionario
e ainda...
uma lista de blogues em mirandês:
http://frolesmirandesas.blogspot.com/
http://chamadeiros.blogspot.com/
http://cicuiro.blogspot.com/
http://lhengua.blogspot.com/
http://mirandes.blogs.sapo.pt/
http://mirandum.blogs.sapo.pt/
http://impressoeseintimidades.blogspot.com/
http://nuobas.blogspot.com/
http://cuontasmiradesas.blogspot.com/
http://sandinus.blogs.sapo.pt/
http://yousouraposa.blogs.sapo.pt/
para quem quiser aprender, sem ter que ir a Miranda
http://mirandes.no.sapo.pt/index.html
quando estive em Sendim, confesso que tive alguma dificuldade em perceber o que as velhotas diziam, mas ao ver escrito, o Mirandês parece-me bastante fácil de perceber. Devia apostar mais nisto!!
beisicos e anté manhana
"Português Vibe é o 40.º melhor DJ do mundo"
"Tó Pereira ficou à frente de nomes como Fatboy Slim, Andy C, Daft Punk, Jeff Mills e Chemical Brothers
O português DJ Vibe - Tó Pereira - encontra-se pela quarta vez consecutiva na lista da revista DJ Mag para os melhores performers, tendo saltado para a 40.ª posição, nunca alcançada por um português, e à frente de nomes como Fatboy Slim (66), Andy C (67), Daft Punk (71), Jeff Mills (77) e Chemical Brothers (80).
A revista da especialidade contabilizou 345 mil votos oriundos de 220 países distribuídos por 90 mil DJ, sendo que Vibe voltou a ser o único português na lista dos 100 mais, encabeçada pelo holandês Armin Van Buuren (segundo lugar para Tiësto, que esteve recentemente no Porto, tendo o terceiro posto sido en-tregue ao britânico John Digweed). "Na primeira vez fiquei em 80.º e fiquei sem comentários. Agora fico muito orgulhoso sobretudo pelo reconhecimento, porque a lista traduz a popularidade", comentou ao PÚBLICO Vibe, o único português entre os 100 nomes que mais pessoas arrastaram para as pistas de dança nos últimos meses. "Não interessa ser o melhor do mundo, não é uma corrida. Mas estar na lista é bom", juntou o DJ, que nos últimos quatro anos tem vindo a crescer também no Japão (gigs frequentes em Tóquio, uma ou outra festa em Nagóia). O resultado desta última votação é um pouco o reflexo da carreira de Vibe, que se apresentou em 1983, com 15 anos, no clube lisboeta Bataclan - no princípio dos anos 90 juntou-se à banda LX90, pouco antes de fundar o projecto Underground Sound of Lisbon com Rui da Silva. "É um passa a palavra. As pessoas que vão às festas já conhecem, já sabem o que as espera", sublinha o DJ, que desde 1998 mantém a sua residência no Lux, em Lisboa."
FONTE: Público
12.11.2007, Luís Octávio Costa
Oh pah, deus me livre!!!!! Mas o moço tem razão: "a lista traduz popularidade", não qualidade. E a mim ninguém me pediu que votasse! Continuo a achar que o Nuno Forte é o melhor dj do mundo!
E eu estou morta por vê-lo outra vez!!
Como é que é possível que alguém considere Vibe melhor que Chemical Brothers... anda tudo bêbado, só pode ser!!
O português DJ Vibe - Tó Pereira - encontra-se pela quarta vez consecutiva na lista da revista DJ Mag para os melhores performers, tendo saltado para a 40.ª posição, nunca alcançada por um português, e à frente de nomes como Fatboy Slim (66), Andy C (67), Daft Punk (71), Jeff Mills (77) e Chemical Brothers (80).
A revista da especialidade contabilizou 345 mil votos oriundos de 220 países distribuídos por 90 mil DJ, sendo que Vibe voltou a ser o único português na lista dos 100 mais, encabeçada pelo holandês Armin Van Buuren (segundo lugar para Tiësto, que esteve recentemente no Porto, tendo o terceiro posto sido en-tregue ao britânico John Digweed). "Na primeira vez fiquei em 80.º e fiquei sem comentários. Agora fico muito orgulhoso sobretudo pelo reconhecimento, porque a lista traduz a popularidade", comentou ao PÚBLICO Vibe, o único português entre os 100 nomes que mais pessoas arrastaram para as pistas de dança nos últimos meses. "Não interessa ser o melhor do mundo, não é uma corrida. Mas estar na lista é bom", juntou o DJ, que nos últimos quatro anos tem vindo a crescer também no Japão (gigs frequentes em Tóquio, uma ou outra festa em Nagóia). O resultado desta última votação é um pouco o reflexo da carreira de Vibe, que se apresentou em 1983, com 15 anos, no clube lisboeta Bataclan - no princípio dos anos 90 juntou-se à banda LX90, pouco antes de fundar o projecto Underground Sound of Lisbon com Rui da Silva. "É um passa a palavra. As pessoas que vão às festas já conhecem, já sabem o que as espera", sublinha o DJ, que desde 1998 mantém a sua residência no Lux, em Lisboa."
FONTE: Público
12.11.2007, Luís Octávio Costa
Oh pah, deus me livre!!!!! Mas o moço tem razão: "a lista traduz popularidade", não qualidade. E a mim ninguém me pediu que votasse! Continuo a achar que o Nuno Forte é o melhor dj do mundo!
E eu estou morta por vê-lo outra vez!!
Como é que é possível que alguém considere Vibe melhor que Chemical Brothers... anda tudo bêbado, só pode ser!!
Friday night fever!!
Na sexta à noite comprei uma garrafa de vodka para levar para casa do Thomas, onde a malta de ia juntar antes de sair... Quando chegámos ao Levist, a nova miúda dele disse-me que o David Lynch tinha estado na Estónia, três dias antes! Uma sessão de cinema (no teatro onde ela trabalha) e conversa com os espectadores... Zero de publicidade, zero de informação...
Excusado será dizer que enlouqueci! O povo bazou e fiquei eu mais a Kristiina (my flatmate). Passámos a ser a Lola from Chile e a Lopeta, from Mexico, duas protestantes, casadas, com a missão de trazer paz à Estónia! Não gastámos uma coroa, mas nunca tivemos as mãos vazias. A vodka não saiu da minha carteira! Já para o fim da noite, descobri que afinal, há um ou outro russófono bem giro... e cheguei a casa já de manhã! Digamos que foi a puta da loucura!
Excusado será dizer que enlouqueci! O povo bazou e fiquei eu mais a Kristiina (my flatmate). Passámos a ser a Lola from Chile e a Lopeta, from Mexico, duas protestantes, casadas, com a missão de trazer paz à Estónia! Não gastámos uma coroa, mas nunca tivemos as mãos vazias. A vodka não saiu da minha carteira! Já para o fim da noite, descobri que afinal, há um ou outro russófono bem giro... e cheguei a casa já de manhã! Digamos que foi a puta da loucura!
sexta-feira, novembro 09, 2007
"Estudo norte-americano diz que não faz mal ter uns quilos a mais"
O destaque do Público de hoje é, no mínimo, surpreendente! Não que seja uma bomba, mas quase...
aqui vos deixo algumas citações e a minha conclusão: Já não preciso de fazer dieta!! haha
"O excesso de peso não está fortemente associado a um aumento do risco de cancro ou doenças cardiovasculares e pode mesmo ser correlacionado com uma melhoria da sobrevivência em condições adversas, como infecções ou procedimentos médicos. É provável que estes resultados se devam à presença de maiores reservas nutricionais ou de massa magra que acompanham o excesso de peso."
"São boas notícias para a larga maioria de pessoas com excesso de peso, nomeadamente em Portugal, onde temos 40 por cento de adultos com peso excessivo. Nestas pessoas em risco de obesidade, mas que ainda não são obesas, o risco de mortalidade não está aumentado, com a excepção do risco associado à diabetes"
"Não existe nenhuma forma de determinar um peso, um valor em quilogramas, como o mais ideal para uma dada pessoa. Há é um intervalo de peso" "E há, entre os intervalos, uma variabilidade grande que as pessoas podem manobrar."
"A indústria dos produtos de emagrecimento explora as ansiedades culturais em torno de ser gordo para vender aos consumidores, vezes repetidas, produtos que não funcionam, convencendo as pessoas de que elas é que são defeituosas"
"actual a obsessão com o peso e a imagem corporal é aquilo a que os sociólogos chamariam "pânico moral""
FONTE: Público
09.11.2007, Teresa Firmino
aqui vos deixo algumas citações e a minha conclusão: Já não preciso de fazer dieta!! haha
"O excesso de peso não está fortemente associado a um aumento do risco de cancro ou doenças cardiovasculares e pode mesmo ser correlacionado com uma melhoria da sobrevivência em condições adversas, como infecções ou procedimentos médicos. É provável que estes resultados se devam à presença de maiores reservas nutricionais ou de massa magra que acompanham o excesso de peso."
"São boas notícias para a larga maioria de pessoas com excesso de peso, nomeadamente em Portugal, onde temos 40 por cento de adultos com peso excessivo. Nestas pessoas em risco de obesidade, mas que ainda não são obesas, o risco de mortalidade não está aumentado, com a excepção do risco associado à diabetes"
"Não existe nenhuma forma de determinar um peso, um valor em quilogramas, como o mais ideal para uma dada pessoa. Há é um intervalo de peso" "E há, entre os intervalos, uma variabilidade grande que as pessoas podem manobrar."
"A indústria dos produtos de emagrecimento explora as ansiedades culturais em torno de ser gordo para vender aos consumidores, vezes repetidas, produtos que não funcionam, convencendo as pessoas de que elas é que são defeituosas"
"actual a obsessão com o peso e a imagem corporal é aquilo a que os sociólogos chamariam "pânico moral""
FONTE: Público
09.11.2007, Teresa Firmino
quinta-feira, novembro 08, 2007
a resposta ao desafio lançado pela Maria rabo de Saia
"Nothing resists better, nothing can better obey; it is a gift of nature, but it is also at the disposal of all of man's techniques"
pag 161
"Madness and Civilazation - A history of insanity in the age for reason", Michel Foucault
(título original - "Histoire de la Folie"
quem adivinhar do que o senhor está a falar leva um docinho estoniano!
pag 161
"Madness and Civilazation - A history of insanity in the age for reason", Michel Foucault
(título original - "Histoire de la Folie"
quem adivinhar do que o senhor está a falar leva um docinho estoniano!
Lakshmi Tatma, a menina indiana com oito membros, já foi operada e está fora de perigo
A operação da menina indiana com oito membros, a decorrer desde terça-feira na cidade de Bangalore, na Índia, terminou ontem com sucesso e mais cedo do que estava previsto pelos médicos.
"Ela resistiu à operação, está bem e fora de perigo", disse Sharan Patil, o médico responsável, citado pela BBC on-line. Lakshmi Tatma está a ser ventilada e será mantida em observação "nas próximas 48 ou 72 horas e não sairá do hospital até estabilizar".
Inicialmente, previa-se que a cirurgia levasse 40 horas, mas terminou passadas 27. A operação teve início na terça-feira às 7h00 (1h30 em Lisboa) e terminou ontem às 4h30 em Lisboa. Uma equipa de 30 médicos de diferentes especialidades - pediatria, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia plástica, de acordo com a CNN - revezou-se em turnos de oito horas. "Trabalharam sem parar durante a noite", afirmou Sharan Patil, acrescentando que "não houve contratempos em nenhuma fase da cirurgia".
Lakshmi Tatma, de dois anos, estava ligada ao corpo de uma gémea siamesa, que não se desenvolveu totalmente durante a gravidez. A criança nasceu com quatro braços, quatro pernas e outros órgãos internos que pertenceriam à irmã gémea, de acordo com a AFP.
Durante as 27 horas da cirurgia, os médicos removeram os membros e os órgãos internos redundantes, e corrigiram a coluna vertebral e a pélvis, explica a agência Reuters. Antes da operação, Lakshmi não conseguia andar e era possível que não passasse da adolescência.
Apesar dos riscos da cirurgia, os médicos disseram que a menina teria 80 por cento de probabilidades de sobreviver. "Disseram-nos que podia ter uma vida normal depois da operação", disse à Reuters Poonam, a mãe da criança.
Lakshmi Tatma nasceu em Bihar, uma pequena aldeia indiana, onde se acreditou que seria a reencarnação da deusa da saúde, tendo recebido o seu nome.
Templo em sua homenagem
Muitos locais opuseram-se à operação e pretendem agora construir um templo em sua homenagem, de acordo com a CNN. Os pais, trabalhadores pobres da aldeia, não tinham como pagar a operação de Lakshmi até que, após uma visita do médico Sharan Patil, a fundação do hospital Narayana Health City, em Bangalore, aceitou doar 200 mil dólares (cerca de 136 mil euros) para a fazer.
Este é um caso extremamente raro: ocorre um nascimento de gémeos siameses em cada 200 mil, segundo a BBC on-line. Têm origem num mesmo óvulo fertilizado e por isso são sempre iguais e do mesmo sexo, e a sua probabilidade de sobrevivência situa-
-se entre cinco e 25 por cento.
O site da BBC acrescenta ainda que, nos últimos 500 anos, há registo de 600 gémeos siameses que sobreviveram, 70 por cento dos quais são do sexo feminino.
FONTE: Público
08.11.2007, Raquel Albuquerque
"Ela resistiu à operação, está bem e fora de perigo", disse Sharan Patil, o médico responsável, citado pela BBC on-line. Lakshmi Tatma está a ser ventilada e será mantida em observação "nas próximas 48 ou 72 horas e não sairá do hospital até estabilizar".
Inicialmente, previa-se que a cirurgia levasse 40 horas, mas terminou passadas 27. A operação teve início na terça-feira às 7h00 (1h30 em Lisboa) e terminou ontem às 4h30 em Lisboa. Uma equipa de 30 médicos de diferentes especialidades - pediatria, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia plástica, de acordo com a CNN - revezou-se em turnos de oito horas. "Trabalharam sem parar durante a noite", afirmou Sharan Patil, acrescentando que "não houve contratempos em nenhuma fase da cirurgia".
Lakshmi Tatma, de dois anos, estava ligada ao corpo de uma gémea siamesa, que não se desenvolveu totalmente durante a gravidez. A criança nasceu com quatro braços, quatro pernas e outros órgãos internos que pertenceriam à irmã gémea, de acordo com a AFP.
Durante as 27 horas da cirurgia, os médicos removeram os membros e os órgãos internos redundantes, e corrigiram a coluna vertebral e a pélvis, explica a agência Reuters. Antes da operação, Lakshmi não conseguia andar e era possível que não passasse da adolescência.
Apesar dos riscos da cirurgia, os médicos disseram que a menina teria 80 por cento de probabilidades de sobreviver. "Disseram-nos que podia ter uma vida normal depois da operação", disse à Reuters Poonam, a mãe da criança.
Lakshmi Tatma nasceu em Bihar, uma pequena aldeia indiana, onde se acreditou que seria a reencarnação da deusa da saúde, tendo recebido o seu nome.
Templo em sua homenagem
Muitos locais opuseram-se à operação e pretendem agora construir um templo em sua homenagem, de acordo com a CNN. Os pais, trabalhadores pobres da aldeia, não tinham como pagar a operação de Lakshmi até que, após uma visita do médico Sharan Patil, a fundação do hospital Narayana Health City, em Bangalore, aceitou doar 200 mil dólares (cerca de 136 mil euros) para a fazer.
Este é um caso extremamente raro: ocorre um nascimento de gémeos siameses em cada 200 mil, segundo a BBC on-line. Têm origem num mesmo óvulo fertilizado e por isso são sempre iguais e do mesmo sexo, e a sua probabilidade de sobrevivência situa-
-se entre cinco e 25 por cento.
O site da BBC acrescenta ainda que, nos últimos 500 anos, há registo de 600 gémeos siameses que sobreviveram, 70 por cento dos quais são do sexo feminino.
FONTE: Público
08.11.2007, Raquel Albuquerque
quarta-feira, novembro 07, 2007
Criança com oito membros está a ser operada
Lakshmi Tatma, uma criança indiana com quatro braços e quatro pernas, está desde a manhã de ontem a ser submetida a uma cirurgia que, segundo os médicos, durará 40 horas, em Bangalore, na Índia.
"Apesar das complicações, os médicos crêem que tenha 80 por cento de probabilidade de sobreviver", afirmou Siva Rudrayya, porta-voz do hospital, citada pela BBC. Ao fim de dez horas, Sharan Patil, um dos 30 cirurgiões organizados em turnos, disse terem separado a sua coluna vertebral da que seria de um gémeo, cujo desenvolvimento parou ainda na barriga da mãe. Os restos desse irmão fundiram-se com o seu corpo, dando-lhe os dois membros extra.
Os tecidos vitais para a sobrevivência da criança de dois anos foram já isolados, disseram os médicos. A menina recebeu o nome da deusa da saúde hindu, que tem quatro braços. A operação deve terminar quinta-feira à noite.
Fonte: Público
07.11.2007, Raquel Albuquerque
e agora eu pergunto: porque é que têm que dar à criança um "aspecto normal"?
"Apesar das complicações, os médicos crêem que tenha 80 por cento de probabilidade de sobreviver", afirmou Siva Rudrayya, porta-voz do hospital, citada pela BBC. Ao fim de dez horas, Sharan Patil, um dos 30 cirurgiões organizados em turnos, disse terem separado a sua coluna vertebral da que seria de um gémeo, cujo desenvolvimento parou ainda na barriga da mãe. Os restos desse irmão fundiram-se com o seu corpo, dando-lhe os dois membros extra.
Os tecidos vitais para a sobrevivência da criança de dois anos foram já isolados, disseram os médicos. A menina recebeu o nome da deusa da saúde hindu, que tem quatro braços. A operação deve terminar quinta-feira à noite.
Fonte: Público
07.11.2007, Raquel Albuquerque
e agora eu pergunto: porque é que têm que dar à criança um "aspecto normal"?
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