ora então falava eu de praia, não era?!
estando numa ilha é fácil estar perto da praia, claro. eu cá vivo a três km desta praia
St Cyprien é linda, sim. mas já vi, em postais, outras aqui bem perto e tão ou mais bonitas. ainda não tive foi tempo (e um mapa) para ir à descoberta.
a costa aqui deste lado do sul da Córsega parece-me ter sido recortada com uma daquela tesourinhas pequenas e arredondadas. são baías atrás de baías, com enseadas e lagoas marítimas escondidas. não há areal a perder de vista, não. há antes um mar com umas cores onde é fácil a vista se perder. seja como for, acho a praia estranha. a água é quente e não tem ondas! que não seja mal interpretada, não me estou a queixar. estou apenas a partilhar as minhas constatações. eu gosto de ondas, de ter que lutar com elas, de ter que manter sempre o olho aberto e nunca virar as costas ao mar. gosto de entrar na água e sentir os ossos a estalarem de frio, a temperatura do corpo a baixar, os poros a contraírem-se num arrepio. aqui não há disso. o que há são polvos, medusas e cardumes de mini peixes a nadarem ao meu lado, por entre as estrelas do mar, os ouriços e de mais coisas que não sei identificar. há uma transparência incrível da água que, mesmo que ela me dê pelo pescoço, me permite ver a cor com que pintei as unhas dos pés sem os levantar da areia. às vezes até penso que preferia que a água fosse um nadinha mais turva, só para não ver as coisas que me roçam as pernas!!
e a propósito da falta de ondas, diga-se que falta também (e consequentemente), aquele barulhinho de fundo tão próprio das praias de oceano. o marulhar é uma coisa que aqui não existe senão quando algum barco ou jet ski passa mais perto da areia. e isso sim é muito estranho: chegar à praia e ouvir o silêncio, apenas interrompido pelas crianças que deliram na água. a temperatura e a calma das águas daqui proporcionam um playground brutal para os mais novos, ao mesmo tempo que dão o merecido descanso aos progenitores! (mas isso daria todo um outro post)
a posição do sol é outra coisa que ainda me causa alguma estranheza também. aqui deste lado, o sol põe-se na montanha. ou seja, para estar na praia deitada a jeito de apanhar sol uniformemente, é preciso estar de cabeça virada para baixo, para o mar. e isso é um nadinha ackward!
outra coisa que me irrita solenemente são os bichos!! sim, esta é a ilha da beleza (não fui eu que dei o nome, é mesmo assim), mas também é a ilha dos bichos! e na praia... haja paciência! anteontem fui picada por inúmeras formigas pretas de cabeça vermelha! oh yeah!! estava eu a dormitar o justo sono da guerreira... quando fui acordada por umas picadelas e comichões que me atiraram logo para a água! quando regressei à toalha reparei que tinha matado várias formigas durante o sono, mas nem assim, as vivas desistiram. não acabou aqui! uma carocha voadora veio contra a minha cabeça duas ou três vezes (devem ser os bichos mais burros que moram aqui na ilha!). quando pensei que já a tinha enxotado, passei as mãos no cabelo para o prender e lá estava ela, morta, enleada nos meus longos cabelos queimados!! é dispensável quanto embaraçoso descrever a minha reação...
mais uma banhoca e mais uma mini sesta, lá me preparo eu para voltar a prender o cabelo. e lá está outra carocha presa no dito cujo! se não tivesse enterrado a outra que estava morta teria julgado que ela tinha voltado à vida só para me moer a paciência! que nojo, porra!
como se não bastasse, há também uns micro pontos pretos voadores que me adoram! eu devo ter uma pele ou um sangue ou ambos muito bons para a saúde destes insetos. não sei o que são, nunca tinha visto. são mínimos, mas dão cada ferradela digna de uma carraça bem gorda!
mas pronto, já percebi o truque: manter a toalha o mais perto da água possível e estar nela o menor tempo possível!
domingo, junho 19, 2011
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