segunda-feira, maio 30, 2011

packing



"Run fast for your mother and fast for your father
Run for your children for your sisters and brothers
Leave all your love and your loving behind you
Can’t carry it with you if you want to survive"

quinta-feira, maio 26, 2011

ida e volta, ida sem volta (edited)

para ouvir enquanto se lê



entre paragens, interrupções e crises de inspiração, acho que este blog pode voltar à vida que tinha em 2007. desde a última vez que aqui escrevi muita coisa aconteceu. caiu o governo, estive um mês na Estónia, decidi emigrar. as amigas engravidaram ou pariram, uma avó foi para o lar e ontem até pintei as unhas de vermelho pela primeira vez na minha vida!! entre trivialidades, decidi que este não é o país que quero para mim. acredito piamente que mereço melhor e que o posso encontrar noutro sítio. não sei onde, mas não vou ficar aqui à espera que os impostos subam e o meu salário se mantenha na mesma para ver se descubro. imbuída do espírito tuga emigrante do final do século passado, parto para França, para começar. largo a estabilidade da minha casa, do meu contrato por tempo indeterminado, da minha família, dos meus amigos. vou à procura de tudo, onde não espero encontrar nada. mas vou. não consigo ficar acomodada a esta bela vidinha. Portugal é um ótimo destino de férias e eu não quero que passe disso. não acredito na mudança do país, não acredito que consigamos pagar o que vamos ficar a dever além do que já devemos, não acredito na mudança dos problemas de fundo, não vejo mudança de mentalidades. só vejo campanha política com todo o arraial que já é normal. ser jornalista pesou muito e até facilitou a minha decisão. estou farta de ver o podre de perto, aliás, de dentro! estou farta que tentem fazer-me de burra, que tentem manipular-me, que queiram sempre usar-me para passar uma determinada mensagem de uma determinada forma. basta! não aceito mais que me mintam enquanto me olham nos olhos e me sorriem. não aceito mais ter que escrever sobre os podres, a podridão e os bolorentos!
que me chamem de cobarde os acomodados, os que acreditam poder lutar por um país melhor. desses eu aceito que me digam que estou a baixar os braços e a fugir à luta. mas muito depressa lhes digo: a minha luta é pela minha vida e eu quero uma vida melhor do que a que levo aqui e do que a que perspetivo num futuro português. não quero mais ser parte desta engrenagem que não anda para a frente, só rola em seco... aliás, estou farta de chover no molhado! farta de preguiça, de despesismo, de mau investimento, de falta de meritocracia, de mania, de falta de desenvolvimento, de megalomania, de falta de preparação, de falta de profissionais, de falta de crianças! chega. adoro o país que me formou, mas a minha formação não acaba aqui. mas aqui não pode continuar. eu quero trabalhar numa economia que cresça, que possa florescer. quero ser um dente de uma roda que impulsiona outras para a frente. se não conseguir, hei de me esfolar a tentar!! mas tenho mesmo que tentar.
serve isto para dizer que: dentro de uma semana rumo a Este, quase em linha reta! mais informo que, como vou de carro, tenho um lugar de pendura para oferecer a quem concordar partilhar os custos da viagem. claro que não precisa de ser para todo o trajeto, mas se houver interessados, eu agradeço! adeus Portugal. Corse, oh Corse... j'arrive!!