impossível deixar passar em branco a promulgação da lei acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo. aparte da alegria, que prometo conter, em prol de não voltar a ser chamada de "camiona", vou enumerar algumas coisas que ora me irritam, oram me aprazem:
Irrita-me que os jornalistas escrevam "casamento gay", "casamento homossexual" ou "casamento de homossexuais" ou qualquer outra forma que não a correta, mesmo que isso seja por economia gráfica ou de carateres. que as pessoas que não têm função de formar e informar nem de estar informadas o digam, pois isso, não me incomoda. mas irrita-me que os jornalistas não chamem as coisas pelos devidos nomes. não é um "casamento gay/nem homossexual", porque estas qualidades só são atribuídas às pessoas. e as personificações deixamos para o Eça. também não se trata de "casamento de homossexuais" porque é feio!! estes já se podiam casar, não o podiam era fazer uns com os outros! agora podem, podem celebrar um casório entre duas pessoas do mesmo sexo. e isso é lindo!!
irrita-me o discurso do Cavaco... oh meu senhor, que hombridade lhe pode restar quando diz à nação que aprova uma lei contra os seus princípios pessoais?? quantos votos não ganharia ao dizer que, "apesar das convicções iniciais, tinha entendido que a via da tolerância e da igualdade é que é p caminho?". O Cavaco perdeu uma grande oportunidade e isso irrita-me! ainda que acordada, acho que sonhei que o ouviria dizer: "em tempo de crise, e para poupar trabalho ao Parlamento, eu decido promulgar esta lei, mais esta bela adenda a que chamei 'correção final das desigualdades' em que proponho que este espírito colorido seja transposto para a lei da adoção". e pronto, teria ganho o meu voto... ou quase!
agrada-me que a lei tenha sido promulgada, ponto.
agrada-me que Portugal, finalmente, tenha sido quase pioneiro em alguma coisa.
agrada-me pensar que o mesmo país que recebe o Papa e o aplaude quando este condena uniões entre dois seres que não sejam um homem e uma mulher é o mesmo que aprova essas mesmas uniões dias depois. agrada-me pensar na mudança bruta que isto significa na sociedade, a médio/longo prazo.
agrada-me fazer parte de um momento histórico.
agrada-me pensar que os meus amigos têm mais uma coisa em comum comigo, quer queiram ou não disfrutar dela.
agrada-me pensar nas bodas, nos karaoke, nos leitões e nas festarolas que por aí se adivinham.
agrada-me que, ao menos uma vez, o meu país me faça orgulhosa!!
e agora, quando é que entra em vigor???
quarta-feira, maio 19, 2010
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