quarta-feira, dezembro 10, 2008

S. Petersburgo IV (ou HermitageII)

voltemos a S. Petersburgo, ou ao interior do Hermitage. Imaginem um Palácio, constituído por várias alas, em vários pisos. O Hermitage é um quarteirão inteiro! Mas eu só percebi isso depois de estar cá fora! Lá dentro fartei-me de andar por salas e corredores. a cada porta mil quadros gigantes. homens, mulheres, animais, paisagens... e azulejos, guerreiros, sarcófagos, múmias, velas, jóias... Puff!

um simples corredor...

e uma das salas que mais me impressionou: a sala do trono! Era mesmo este o trono e a sala dos czares. é uma sala gigante, em mármore, com os maiores candelabros dourados de sempre! e ali dentro sozinha, só me faltou o vestido para estar num baile, porque a música e o burburinho, eu já ouvia...

isto, meus amigos, é um bocado de um dos primeiros alfabetos de que há registo. as primeiras letras foram assim. Se calhar, não partilham este gosto comigo. Mas a linguagem é um sistema vivo, codificado e complexo incrível! E o que a escrita, a codificação da oralidade, fez à nossa civilização é brutal! O valor que não tem um papel que, através de letras (codificadas em texto) certifica ou atesta ou prova algo... Acho que é um bocado por isso que sou jornalista "do" papel. Sou fiel à tinta que inscreve para sempre num suporte físico o que eu digo, ou melhor, escrevo! Quando quiserem fazer história da minha cidade, hão-de ler muita coisa que eu escrevi.
bueno, se bem me lembro (é incrível que já se passou um ano e 8 meses!!) o Hermitage divide a arte em pisos. o piso da entrada tem, além das peças de cima, os restos de artes neolítica, muitas pedras, até chegar aos egípcio e romano. há poucos artefactos africanos, mas os asiáticos compensam. depois há outro piso, com muitos quadros, muitos retratos, muito veludo e ouro, azulejos e madeira... e havia um terceiro piso... havia, mas eu não o vi! Eu perdi-me completramente. Nunca tinha estado (nem voltei a estar) num museu tão grande e não calculei bem as coisas, dei muito tempo a muitas peças. Consequentemente, não vi o terceiro piso... Não vi Matisse, nem Picasso, nem Renoir, nem vi nada que fosse posterior ao século XX. Só cá fora, horas depois, cansada, com fome, alegre, extasiada é que, a falar com o pessoal e a ver as fotos de cada um, me apercebi do que tinha acontecido. perdi uma parte brutal do Hermitage, mas não importa! Vou lá voltar =)

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