sábado, junho 18, 2011

bienvenue en Corse

cheguei há Córsega há precisamente 2 semanas. impõe-se que aqui escreva, tanto para manter o meu registo pessoal atualizado, como para dar de beber aos poucos, mas ávidos leitores leais.

a viagem foi terrível, mas tranquila. correu tudo como o planeado, mas é uma grande seca fazer quase 1500 km sozinha! vi paisagens brutais, como na fronteira entre Espanha e França (Irún) e estações de serviço horrorosas (como quase todas as espanholas onde parei). quase não falei durante um dia inteiro, mas parei a cada duas/três horas e dormi algures em Espanha, muito perto da fronteira. pedi à minha mãe que estivesse sempre comigo. ela que, tenho a certeza, não aprovaria jamais esta forma de migrar, acho que me ajudou a não adormecer. claro que foi ajudada pela memória daquela música do Graciano Saga que conta a história do emigrante que morre na estrada! sempre alerta, Lee!!

um dos melhores momentos foi o pequeno almoço aqui
numa estação de serviço toda catita, com vista para os Alpes! o resto da viagem foi uma pressa de chegar a Marselha, sempre a dar de frente com placas "Barcelone"! ui que vontade tive de virar para trás e ir à cidade maravilha!!

mas tal como o carro, que ia em cruise control, eu ia em piloto automático e nem me enganei nenhuma vez. cheguei a Marselha, direitinha ao terminal correto do porto. sem espinhas, mesmo! fiquei orgulhosa de mim. cheguei tal como o previsto, À hora prevista, sem nenhum acidente ou incidente, como tem que ser!

comprar bilhete, esperar na fila de carros para embarcar, trocar de roupa, esperar... mesmo sem cabine, quando entrei no barco desmaiei numa sala com cadeiras tipo esta. não sem antes me despedir

adeus Europa continental. agora vou ser ilhéu!
quando acordei, já se via terra e a primeira ideia que me ocorreu foi: "dasse!! que classe!" montanhas verdes, pequenas casas terracota em frente ao mar, com barcos ancorados à porta...

gostei!
gostei também da maneira como fui recebida pela irmã de uma amiga: de peito aberto com um sorriso! A Anabela, que me recebeu, acolheu, guiou; que me ensina, alerta e explica; conquistou logo uma lugar no canto mais profundo do meu coração. a bondade desinteressada, interessada apenas em servir de incentivo e rede, sempre me comoveu.

as primeiras impressões da ilha foram muitas e díspares. é bonita, é verde, o contacto com a natureza é tanto que até chateia (principalmente no que toca à quantidade de bichos voadores e rastejantes que convivem alegremente com as pessoas, nas quais deixam as suas marcas bem visivéis) e todas as casas são de cores pastel, terra, perfeitamente enquadradas na paisagem, como se se tratassem apenas de mais uma pedra de granito que espreita pelo verde da montanha. sim, a montanha, está sempre presente. a montanha que noutros sítios, como na Suíça, me deixou quase sem ar, enclausurada sem horizonte, aqui faz-me companhia, serve-me de orientação e proporciona-me umas vistas fantásticas do pôr do sol. não me enclausura, porque o mar, esse tal horizonte, está sempre aqui ao lado, sempre mais perto que a montanha.

a meio do primeiro dia, quando andava a ser guiada pelas redondezas tive aquilo a que os locais chamam "ressaca" da viagem. enjoei, vomitei, fiquei com dores de cabeça... bah!! nada de grave, mas ainda assim, embaraçoso!

depois de dois ou três dias nos arrabaldes de Porto Vecchio, a terceira cidade da Córsega (as duas primeiras são as capitais do Norte e Sul, pois claro), lá fui espreitar o centro histórico. encontrei logo uma rua com o nome do filho mais famoso da ilha

e deparei-me com o que parece ser uma vila italiana, tranquila (se conseguirmos ignorar os turistas). daqui, a Córsega parece-me rústica, tão bem tratada como abandonada, deixada ao natural...

como qualquer sítio turístico, Porto Vecchio está repleto de cafés de chame, esplanadas acolhedores e convidativas!
as antigas muralhas também cá estão!
granito, ocre e verde são as cores que dominam toda a paisagem. tanto, que alguns pedaços de montanha parecem tirados de um catálogo do Gerês!

simples e eficaz. eu gosto!

de qualquer parte mais alta se vê facilmente o mar.
que é como quem diz: vai uma pessoa tranquilamente a conduzir e de repente o mar aparece à vista... tenho pena que a máquina (leia-se: telemóvel) não consiga captar a beleza da imagem.

e eis que a meio do post... duty calls!!
mas não quero guardar sem publicar, sob pena de atrasar ainda mais quem me quer ler! eu já volto! tenho que ir ali ao centro e dps... um mergulhinho na praia!!

4 comentários:

André Dias disse...

Tão bom.. Que bela descrição.. Da-me vontade de ir já.. Devias escrever para a fugas ou volta ao mundo.. Hummm ;) beijo minha querida.. Diverte-te.. ;)

v. disse...

Lee, gabo-te tanto a coragem, nem imaginas. Ainda bem que a viagem correu bem. Ficamos a espera de mais descricoes lindas como esta.

Sonhadora disse...

Boa sorte Lee...
andei mesmo desorientada.. só agora é que percebi que já não vivias na terrinha... Comecei a sentir a tua falta. :)
Boa sorte! beijinhos

Anónimo disse...

OLá! Ainda estás por aí?

Vou a Corsega em Agosto e acho os preços todos carissimos! :(
Há dicas para encontrar alojamento relativamento barato, tipo 60 ou 70 euros por noite, para duas pessoas?? é um abuso.. :(

Gosto muito das descrições do teu blog!

ALdina