terça-feira, outubro 30, 2007

a visita da Bri ou a nossa ida a Helsinquia

Vamos lá ver se eu de uma vez só vos consigo contar as três últimas visitas tugofalantes que recebi aqui. Vou poupar(-vos) os detalhes sentimentalóides. Acho que já aqui escrevi sobre a alegria de receber amigos portugueses, de mandar umas caralhadas nesta bela língua, de dar uns abraços daqueles que estalam ossos, etc.... Senão falei, fica ao vosso critério imaginar!!
Então, a primeira visita foi uma querida amiga flaviense. Para quem me conhece é fácil imaginar a minha alegria quando ela veio...
Ora, numa semana a sr. dona Bri queria ver Tallinn, Helsínquia, Riga e Vilnius... difícil, mas não impossível! No início da semana tentámos ir a Saaremaa, a ilha da vodka, mas falhou-nos o aluguer do carro... Nada de grave! Fomos a Jolethame, ver o casa de franceses que trabalham num museu e reserva arqueológica. Foi giro, mas não foi por causa do museu que lá fomos!! Eles têm lá umas pedras tumulares da Idade do Bronze, muito catitas, mas nós queríamos ver era as "cataratas" de Jagala

Devem ter uns dez metros de altura, até parece mal chamar "cataratas" a isto... O pormenor é que para chegarmos lá, caminhámos 3 km no meio do nada (para cada lado). Depois de muita resmunguice, lá fizemos o belo do nic pic. Connosco vieram duas alemãs de 19 aninhos, voluntárias, recém-chegadas a Tallinn.

mas, claro, tuga sempre em primeiro plano. Naquela altura pensei que as miúdas eram um bocado estranhas... Vivem e trabalham juntas, mas não se dão!! Comunicaram muito bem comigo e com a Bri, mas nunca uma com a outra... Agora já sei que a Feli (a mais pequenina) é tímida, mas muito inteligente, boa miúda e uma companhia super agradável. A Helene... é adolescente ao máximo... não há paciência!!
Enfim, lá passamos mais um dia ou dois em Tallinn, com direito a muitas fotos e merdices que vcs já se fartaram de ver aqui... por isso, passemos a Helsínquia!
Eu não fazia grande questão de ir a Helsínquia, o que é uma estupidez, claro!! O facto é que nunca ninguém que lá tenha ido (excepto finlandeses) me disse: "É espectacular, tens que lá ir! Vais adorar, etc!!" Enfim, aquele tipo de merdas que nos incentiva a preparar uma viagem. Mas a apenas 20 euros de distância daqui... não ir lá seria mesmo uma grande falha! É claro que a Bri tratou de me convencer... e uma manhã, ainda quase de madrugada, lá nos fizémos ao barco! Toda a gente (principalmente estonianos) diz que Helsínquia não tem nada para ver, mas é mentira!! É uma cidade que se faz bem num dia... haja pernas!! Mas à parte de igrejas e pormenores interessantes tem: centenas (não estou a exagerar, juro!!) de cabeleireiros, gente de todas a formas, cores e feitios (coisa rara na Estónia), pessoas sorridentes e pormenores de grande classe... assim, à país civilizado!!fizemos
A viagem em si, é uma valente seca... três horas num barco gigante, sem ver nada em volta, só mesmo outros barcos! Mas a entrada da Finlândia é espectacular! Cheia de ilhotas, casas catitas, jardinzinhos, mais ilhotas e fortes!! Acho que é das melhores partes de Helsínquia!

primeira igreja - ortodoxa. Mas se não me engano os finlandeses são, como os estonianos, luteranos.

a praça do Senado, com direito a fotografia de casório e tal!!
como nós só tínhamos o "Welcome to Helsinki Map" que trouxemos do barco, andámos mais a deambular que outra coisa!! E foi assim que, à beira do Museu do design encontrámos mais uma bela igreja

tão bonita que eu tive aquel brilhante ideia: "Será que está aberta?" Estava aberta e deserta... ou assim nós pensámos. Era uma igreja luterana, super bem tratada por dentro, muito simples, em que o púlpito era mais trabalhado que o altar... tudo em madeira! Quando estávamos a meio da nave principal, a pensarmos se estaríamos a invadir ou se éramos as únicas turistas lá presentes, eis que apanhámos um susto de morte! Afinal, não estávamos sozinhas na igreja, havia também um tocador de órgão de tubos!! Claro que antes de o vermos, ouvimos o som estrondoso do órgão! Esse é que foi o susto. O homem estava sozinho a ensaiar, para um casamento, digo eu! Ou seja, tocava, parava e de cada vez que recomeçava o meu coração quase que me vinha boca! Acabámos por nos divertir coma situação, mas sempre com o feeling de que estávamos a fazer algo que não devíamos... Não havia nenuma indicação para turistas dentro da igreja... nunca dantes visto nuca capital europeia!! Lá demos umas voltas, fomos ao andar de cima e finalmente vimos o homem que tocava no órgão. Ao invés de ser um velho monge gordo, era um gajo da nossa idade que ou não nos viu ou fez de conta! Nem bom dia nem boa tarde, nem mesmo quando entrámos numa porta que dava acesso às escadas para a torre e que tinha um papel com algo escrito, provavelmente a dizer: "Proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço"... Pensámos em subir a torre, mas as centenas de escadas em caracol dissuadiram-nos facilmente...
Nas traseiras da igreja havia um parque infantil, à primeira vista normalíssimo. Havia uns baús e eu pensei que seriam para armazenar gravilha que é usada para por no chão quando neva muito. Mas para nossa surpresa, os baús estavam cheios de brinquedos, triciclos e potes! Os baús estavam abertos e tinham brinquedos lá dentro!! Se isto não é um choque cultural, não sei o que será!! Quanto tempo estes brinquedos durariam em Portugal?? Essa questão nem se pões, porque ninguém se lembraria de os colocar num parque infantil à mercê de toda a gente!!
Lá seguimos a nossa caminhada e deparámo-nos com isto:

Nesta fotografia o edifício nem parece muito grande, mas na realidade é de um tamanho monstro! Não estava assinalado no nosso mapa... eu dizia que era a universidade, a Bri que era algo governamental... Lá perguntámos a uma finlandesa que disse que era o parlamento! Ou os gajos têm uma grandessíssima assembleia, ou então não sei!

as babes no jardim ao lado do parlamento...
Seguimos a nossa caminhada e não muito longe do parlamento demos com o museu nacional e o centro de congressos. Tudo normal, não fosse o parque gigante por detrás do Helsinki Hall. Mesmo no centro da cidade, um parque enorme, com um belo lago

onde montes de pessoas andavam a fazer jogging ou a passear. Qualidade de vida, pensámos! decidimos dar também uma volta no parque, em volta do lago. Vimos a ópera, provavelmente o edifício mais feio da cidade... e vimos dezenas de coelhos!! Haver animais num parque daquele tamanho, normal! Patos, esquilos, cães, gatos, tudo bem. Mas coelhos?!? Vários, pequeninos, grandes... e às vezes uma pessoa pensa que já viu tudo o que havia para ver!!
Lá demos mais umas voltas, tomámos uns cafés (que não são assim tão caros) e fizémos uma incurssão num centro comercial... Aí constatámos que o nível de vida não é muito amigável para um simples tuga! E o caminho que nos levou ao centro comercial, era uma rua com dezenas e dezenas de cabeleireiros! Porta sim, porta sim senhor havia uma salão de beleza... mas nada de cabeleireiros com aspecto de vão de escada, salões super fashion. Eu nunca tinha visto tantos cabeleireiros juntos na vida e pensei que todos os da cidade estavam concentrados naquela rua, mas não! Ainda vimos mais uns quantos e já na Estónia, ao paleio com uma finlandesa, ela disse-me que é normalíssimo haver dezenas deles, espalhados pela cidade...
De regresso ao porto, vimos várias pessoas com galochas amarelas... e parecia que estavam a dar qualquer coisa... Como boas tugas, fomos investigar! Era uma passagem de modelos de designers finlandeses e sim, estavam a dar revistas, maças, suminhos, gomas, etc! Como somos muito entendodas em moda ficámos para ver o desfile

Acho que foi a melhor parte da nossa viagem à Finlândia! Eu ri-me como há muito tempo não o fazia! Foi um tal cortar na casaca das modelos emproadas, dos modelitos terríveis, de tudo! Acho que estávamos naquela fase do cansaço que só nos dá para dizer merda! E adjuvadas pelo facto de ninguém nos entender, foi a risota total! A verdade é que os modelos eram maus, muito tesos, sem queda para a passerelle. E tudo e mais alguma coisa foi motivo de piada! É a melhor memória que guardo de Helsínquia!!
Regressámos a Tallinn, mais um dia de turismo na cidade e na manhã seguinte partimos rumo a Riga. Como o autocarro para Vilnius demora 9 horas decidimos fazer um pit stop em Riga.

Amanhã um post pobre Riga...

2 comentários:

Bottled (em português, Botelho) disse...

Cara miss lee,

E tabernas? Tascas? Adegas Cooperativas?

Não me diga que a Finlândia só tem cabeleireiros e desfiles de moda...

Hic Hic Hurra

Mexicano em Praga disse...

Nao te admires disso das alemas, amiga, ja trabalhaste e viveste com a mesma pessoa?? Daaaasse!