terça-feira, outubro 30, 2007

a visita da Bri ou a nossa ida a Helsinquia

Vamos lá ver se eu de uma vez só vos consigo contar as três últimas visitas tugofalantes que recebi aqui. Vou poupar(-vos) os detalhes sentimentalóides. Acho que já aqui escrevi sobre a alegria de receber amigos portugueses, de mandar umas caralhadas nesta bela língua, de dar uns abraços daqueles que estalam ossos, etc.... Senão falei, fica ao vosso critério imaginar!!
Então, a primeira visita foi uma querida amiga flaviense. Para quem me conhece é fácil imaginar a minha alegria quando ela veio...
Ora, numa semana a sr. dona Bri queria ver Tallinn, Helsínquia, Riga e Vilnius... difícil, mas não impossível! No início da semana tentámos ir a Saaremaa, a ilha da vodka, mas falhou-nos o aluguer do carro... Nada de grave! Fomos a Jolethame, ver o casa de franceses que trabalham num museu e reserva arqueológica. Foi giro, mas não foi por causa do museu que lá fomos!! Eles têm lá umas pedras tumulares da Idade do Bronze, muito catitas, mas nós queríamos ver era as "cataratas" de Jagala

Devem ter uns dez metros de altura, até parece mal chamar "cataratas" a isto... O pormenor é que para chegarmos lá, caminhámos 3 km no meio do nada (para cada lado). Depois de muita resmunguice, lá fizemos o belo do nic pic. Connosco vieram duas alemãs de 19 aninhos, voluntárias, recém-chegadas a Tallinn.

mas, claro, tuga sempre em primeiro plano. Naquela altura pensei que as miúdas eram um bocado estranhas... Vivem e trabalham juntas, mas não se dão!! Comunicaram muito bem comigo e com a Bri, mas nunca uma com a outra... Agora já sei que a Feli (a mais pequenina) é tímida, mas muito inteligente, boa miúda e uma companhia super agradável. A Helene... é adolescente ao máximo... não há paciência!!
Enfim, lá passamos mais um dia ou dois em Tallinn, com direito a muitas fotos e merdices que vcs já se fartaram de ver aqui... por isso, passemos a Helsínquia!
Eu não fazia grande questão de ir a Helsínquia, o que é uma estupidez, claro!! O facto é que nunca ninguém que lá tenha ido (excepto finlandeses) me disse: "É espectacular, tens que lá ir! Vais adorar, etc!!" Enfim, aquele tipo de merdas que nos incentiva a preparar uma viagem. Mas a apenas 20 euros de distância daqui... não ir lá seria mesmo uma grande falha! É claro que a Bri tratou de me convencer... e uma manhã, ainda quase de madrugada, lá nos fizémos ao barco! Toda a gente (principalmente estonianos) diz que Helsínquia não tem nada para ver, mas é mentira!! É uma cidade que se faz bem num dia... haja pernas!! Mas à parte de igrejas e pormenores interessantes tem: centenas (não estou a exagerar, juro!!) de cabeleireiros, gente de todas a formas, cores e feitios (coisa rara na Estónia), pessoas sorridentes e pormenores de grande classe... assim, à país civilizado!!fizemos
A viagem em si, é uma valente seca... três horas num barco gigante, sem ver nada em volta, só mesmo outros barcos! Mas a entrada da Finlândia é espectacular! Cheia de ilhotas, casas catitas, jardinzinhos, mais ilhotas e fortes!! Acho que é das melhores partes de Helsínquia!

primeira igreja - ortodoxa. Mas se não me engano os finlandeses são, como os estonianos, luteranos.

a praça do Senado, com direito a fotografia de casório e tal!!
como nós só tínhamos o "Welcome to Helsinki Map" que trouxemos do barco, andámos mais a deambular que outra coisa!! E foi assim que, à beira do Museu do design encontrámos mais uma bela igreja

tão bonita que eu tive aquel brilhante ideia: "Será que está aberta?" Estava aberta e deserta... ou assim nós pensámos. Era uma igreja luterana, super bem tratada por dentro, muito simples, em que o púlpito era mais trabalhado que o altar... tudo em madeira! Quando estávamos a meio da nave principal, a pensarmos se estaríamos a invadir ou se éramos as únicas turistas lá presentes, eis que apanhámos um susto de morte! Afinal, não estávamos sozinhas na igreja, havia também um tocador de órgão de tubos!! Claro que antes de o vermos, ouvimos o som estrondoso do órgão! Esse é que foi o susto. O homem estava sozinho a ensaiar, para um casamento, digo eu! Ou seja, tocava, parava e de cada vez que recomeçava o meu coração quase que me vinha boca! Acabámos por nos divertir coma situação, mas sempre com o feeling de que estávamos a fazer algo que não devíamos... Não havia nenuma indicação para turistas dentro da igreja... nunca dantes visto nuca capital europeia!! Lá demos umas voltas, fomos ao andar de cima e finalmente vimos o homem que tocava no órgão. Ao invés de ser um velho monge gordo, era um gajo da nossa idade que ou não nos viu ou fez de conta! Nem bom dia nem boa tarde, nem mesmo quando entrámos numa porta que dava acesso às escadas para a torre e que tinha um papel com algo escrito, provavelmente a dizer: "Proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço"... Pensámos em subir a torre, mas as centenas de escadas em caracol dissuadiram-nos facilmente...
Nas traseiras da igreja havia um parque infantil, à primeira vista normalíssimo. Havia uns baús e eu pensei que seriam para armazenar gravilha que é usada para por no chão quando neva muito. Mas para nossa surpresa, os baús estavam cheios de brinquedos, triciclos e potes! Os baús estavam abertos e tinham brinquedos lá dentro!! Se isto não é um choque cultural, não sei o que será!! Quanto tempo estes brinquedos durariam em Portugal?? Essa questão nem se pões, porque ninguém se lembraria de os colocar num parque infantil à mercê de toda a gente!!
Lá seguimos a nossa caminhada e deparámo-nos com isto:

Nesta fotografia o edifício nem parece muito grande, mas na realidade é de um tamanho monstro! Não estava assinalado no nosso mapa... eu dizia que era a universidade, a Bri que era algo governamental... Lá perguntámos a uma finlandesa que disse que era o parlamento! Ou os gajos têm uma grandessíssima assembleia, ou então não sei!

as babes no jardim ao lado do parlamento...
Seguimos a nossa caminhada e não muito longe do parlamento demos com o museu nacional e o centro de congressos. Tudo normal, não fosse o parque gigante por detrás do Helsinki Hall. Mesmo no centro da cidade, um parque enorme, com um belo lago

onde montes de pessoas andavam a fazer jogging ou a passear. Qualidade de vida, pensámos! decidimos dar também uma volta no parque, em volta do lago. Vimos a ópera, provavelmente o edifício mais feio da cidade... e vimos dezenas de coelhos!! Haver animais num parque daquele tamanho, normal! Patos, esquilos, cães, gatos, tudo bem. Mas coelhos?!? Vários, pequeninos, grandes... e às vezes uma pessoa pensa que já viu tudo o que havia para ver!!
Lá demos mais umas voltas, tomámos uns cafés (que não são assim tão caros) e fizémos uma incurssão num centro comercial... Aí constatámos que o nível de vida não é muito amigável para um simples tuga! E o caminho que nos levou ao centro comercial, era uma rua com dezenas e dezenas de cabeleireiros! Porta sim, porta sim senhor havia uma salão de beleza... mas nada de cabeleireiros com aspecto de vão de escada, salões super fashion. Eu nunca tinha visto tantos cabeleireiros juntos na vida e pensei que todos os da cidade estavam concentrados naquela rua, mas não! Ainda vimos mais uns quantos e já na Estónia, ao paleio com uma finlandesa, ela disse-me que é normalíssimo haver dezenas deles, espalhados pela cidade...
De regresso ao porto, vimos várias pessoas com galochas amarelas... e parecia que estavam a dar qualquer coisa... Como boas tugas, fomos investigar! Era uma passagem de modelos de designers finlandeses e sim, estavam a dar revistas, maças, suminhos, gomas, etc! Como somos muito entendodas em moda ficámos para ver o desfile

Acho que foi a melhor parte da nossa viagem à Finlândia! Eu ri-me como há muito tempo não o fazia! Foi um tal cortar na casaca das modelos emproadas, dos modelitos terríveis, de tudo! Acho que estávamos naquela fase do cansaço que só nos dá para dizer merda! E adjuvadas pelo facto de ninguém nos entender, foi a risota total! A verdade é que os modelos eram maus, muito tesos, sem queda para a passerelle. E tudo e mais alguma coisa foi motivo de piada! É a melhor memória que guardo de Helsínquia!!
Regressámos a Tallinn, mais um dia de turismo na cidade e na manhã seguinte partimos rumo a Riga. Como o autocarro para Vilnius demora 9 horas decidimos fazer um pit stop em Riga.

Amanhã um post pobre Riga...

segunda-feira, outubro 22, 2007

"footprints on the morning snow"

Pois é... ainda Outubro não acabou e já neva!! No sábado de manha quando acordei e olhei pela janela, primeiro para o termómetro, depois para a rua, apercebi-me que estava a nevar!! O termómetro marcava 5 graus positivos, e eu pensei que ainda devia estar sobre o efeito de uma bebida destilada... Não é possível nevar quando estão +5! Lá fui ao banho, pequeno almoço e quando saí de casa para ir às compras... estava mesmo a nevar! Claro que não se tratou de um nevão daqueles que fecha a estrada que vai dar à Torre na Serra da Estrela... Foi mais assim, do género de quando há um incêndio e as cinzas chovem, dando a sensação que está a nevar. Quero dizer: foi fraquinho, e durou pouco! Mas serviu para marcar um ponto de viragem: Começou o INVERNO, por estas bandas! Ou seja, é tempo de Nivea para a cara, luvas e Arnica para as mãos, chápeu para a cabeça, orelhas e testa, cachecol para as amígladas, collants por debaixo dos jeans... É tempo de começar a prestar atenção aos horários de bus e tram, para não ficar na rua à espera! altura de começar a pensar em enviar para casa uma encomenda com a roupa fresca e os sapatos abertos. Há que começar a comer frutos secos e muitas batatas! Voltaram os dias de sol esplendoroso, do cabelo liso, do gelo nos carros e nas ervas...
Mas esta segunda-feira tem um sabor amargo... a Rósín Murphy cancelou o concerto em Tallinn... Só porque foi conviada para participar num programa qualquer da tv inglesa e acha que isso é muito importante para a sua carreira... e porque sempre sonhou em ir a essa merda de programa, cagou pá malta da Estónia, e nós ficamos quase com 100 euros de bilhetes empatados... Os gajos dizem que nos trocam os bilhetes: ou pelo dinheiro correspondente, ou por outro bilhete, para o mesmo concerto, em data a anunciar... e se for depois do meio de Dezembro?? Estou furiosa, claro!!
Então hoje decidimos ir comprar bilhetes para o ballet... que ao menos não costuma falar! D. Quixote e o Quebra-Nozes, em Novembro e Dezembro... a ver vamos!

quarta-feira, outubro 17, 2007

giving birth

Se este serviço voluntariado europeu fosse uma gravidez, a criançatinha nascido ontem!!
Que é como quem diz, faz hoje 9 meses que vim parar à Estónia. E entretanto ontem lá fui tratar a data da minha viagem de regresso e tenho 2 meses para aterrar em Lisboa!
Pois é, a minha viagem de regresso tem como destino Lisboa, o que significa que provavelmente não vou ter ninguém à minha espera. Sim, tenho vários amigos em Lisboa, mas é malta trabalhadora... e eu chego a um dia de semana, por isso, não sei! Não sei se chego e passo a noite em Lisboa, e mato logo o coelho alfacinha de uma vez... Voltar ao Bairro, ver os amigos, tripar com taxistas... hum hum! Ou isso, ou vou do aeroporto direita ao Oriente apanhar o próximo comboio para o norte... Não sei o que vou fazer primeiro... se beber um abafado nas Primas ou se comer uma francesinha!!

Entretanto o povo começa a perguntar como me sinto com o regresso... Este fim de semana uma alemã disse-me: "Compared to how long you have lived here, you only have a few days left"... e essa cena bateu-me forte! Não tenho só uns dias, ainda tenho 2 meses!! Se por comparação são uns míseros dias, na realidade são 8 (fins de) semanas. Eu ainda queria ir à Ucrânia e à Suécia, mas começo a ver o guito a escacear... e ainda há muitas coisas na Estónia que quero ver, mas começo a ver o tempo a mudar... não é por falta de tempo, mas quando começar a nevar, torna-se complicado viajar!!

Quando me perguntam se estou triste porque está a acabar, não consigo dizer que sim! Claro que é um bocadinho triste saber que se vai acabar a boa vida, as viagens, o sentimento estrangeiro, as noitadas no Levist, os cigarros e a vodka baratos... que vou deixar de ver o Thomas, a Lena, as babes de minha casa... Eu sei que vou ter muitas saudades da Estónia, da neve, do mar congelado, da sauna e de todas as coisas que só faço aqui e agora. Mas vou gostar muito de voltar para as grandes discussões e jantares de família, para as francesinhas e as noitadas com os amigos, pra o drum n bass a sério, para o PÚBLICO em papel! Quero ver Coimbra, o Porto, Lisboa... quero experientar a nova auto-estrada até Chaves e ver a minha irmão a conduzir! Quero fazer coisas com a minha (reformada) mãe e ouvir as novidades da terra contadas pela minha avó! Quero ajudar a outra avó a fazer os doces de Natal, beber umas minis, e comer rissóis!!

Vou ter muitas saudades da cidade medieval, das torres e muralhas e dos sítios recônditos. Vou sentir falta de lutar na neve ou fazer anjos deitada de costas. Vou sentir falta dos olhos arregalados das pessoas: "you are portuguese?? What are you doing here?" Vou sentir falta de muita coisa, mas especialmente das pessoas. O Voluntariado é feito pelas pessoas à volta do voluntário. Vou sentor falta dos alucinados dos meus patrões, da freaks da minha casa, da senhora do mercado que me dá pêras porque eu falo russo com ela... Vou sentir falta do porteiro do Levist, da loirinha do Juksuur, dos miúdos a quem dei tantas aulas... Mas acima de tudo vou sentir falta dos voluntários que partilharam comigo segredos e medos, alegrias e cervejas, momentos e recietas. Mas esses já foram embora há muito tempo e dos novos, só 3 me dão que pensar. Desde que o meu grupo de amigos ficou reduzido a mim e ao Thomas, que estou pronta a ir embora. Os amigos não voltam, o tempo também não. Tallinn não pára e a minha vida também não. Avante Lee! Curtir os últimos dois meses e arranjar algo que fazer para quando isto realmente acabar...

segunda-feira, outubro 08, 2007

guess who is coming to town!!!!!!!!


Maravilhosa!!!!!
Para o concerto ser perfeito, só me falta o Pitéu... tens 16 dias para cá chegar!!!!

O Outono

Nunca antes me tinha apercebido que o Outono é uma estação tão cheia de cores e cheiros! Não sei se é porque em Portugal chove muito ou se porque na Estónia há muitas árvores de folha caduca... seja como for!


aqui vos deixo duas das imensas fotos que tenho tirado às cores do Outono. Estas são da série: A visita da Bri. Para breve postarei milhares de fotos das nossas incursões em Tallinn e nas outras capitais do Báltico. Estas fotos são das quedas de água de Jagalla, perto de Jõelähtme (http://estonia.blogsome.com/). Para breve fotos da água...

sexta-feira, outubro 05, 2007

tres mensagens para o fim de semana




estas são da minha autoria e remontam a um post do início de Abril.
para verem todos
http://www.loesje.ee/?language=eng&page=posters&workshop=all
bom fim de semana

terça-feira, outubro 02, 2007

Setembro ou o mes em que nao fiz nadinha...

Eu já aqui vos tinha falado da importância do número 7... Agora reafirmo-a: Setembro foi o mês em que corri SETE capitais europeias! De Tallinn (400 911 habitantes) fui a Berlim (3 405 000), a Praga (1 198 094) e a Varsóvia (1 702 100). Esta parte vocês já sabiam. O que não sabiam é que: depois das duas primeiras semanas a viajar, voltei a Tallinn, trabalhei mais uma semana e segui para Helsínquia (565 186), Riga (pela 2ª vez) (727 578) e Vilnius (553 904). Pois é, foi um mês muito duro este Setembro! Nesta última semana recebi uma bela e aprazível visita, e por isso é que mexi à volta do Báltico!
Deixo-vos com umas primeiras impressões (enquanto não vem um post carregado de fotos!). Em Helsínquia vimos (sem exagero nenhum) algumas centenas de cabeleireiros, pessoas catitas, igrejas bonitas, parques bem tratados (um até tinha coelhos) e uma passagem de modelos que nos fez chorar de tanto rir! Assistimos a um concerto privado de órgão de tubos e ficámos a saber que nos parques para as crianças os finlandeses têm baús (abertos) cheios de brinquedos...
Em Riga, fomos encontradas por duas meninas de nome Sanita (e ainda dizem que não é um nome comum na Letónia... fará se fosse!!), que nos mostraram mais igrejas, recantos e uma ilha muito agradável. Indicaram-nos um café francês, onde até o bule do chá trazia um napron, e tocava Mariza ("Porque eu gosto!" disse a moça quando lhe perguntámos porque estava a passar aquela música).
Chegámos a Vilnius às 6 e pouco da manhã já com a sensação de que era uma cidade bem grande! E a Tânia (http://www.tuganolestee.blogspot.com/) recebeu-nos com o melhor do calor tuga, mostrou-nos a cidade de fio a pavio e apresentou-nos outros voluntários. Vimos como a Lituânia tem as costas quentes com os States e como tem também mais pessoas de cabelo escuro do que louras platinadas!!
Enfim, eu curti muito estas férias citadinas!

Hoje começo com um novo projecto de aulas de jornalismo, em inglês. Creio que alguns de vocês sabem que a minha organização de acolhimento se encontra em graves problemas financeiros... pelo que as actividades estão paradíssimas, pagam-me tarde e a más horas e não se vê uma luzinha ao fundo do túnel. Ou seja, eu tenho muito pouco que fazer aqui... tanto que ninguém se importou muito que tirasse 3 semanas de férias em Setembro, completando 5 semanas off (quando só tinha direito a 4). Assim sendo, os senhores arranjaram-me outra cena para eu fazer: dar aulas de jornalismo, em inglês, a adolescentes de uma outra organização. daqui a uma hora e meia tenho a minha primeira aula. Isto é mais ou menos o que eu estava aqui a fazer no início com os miúdos que escrevem (ou escreviam) para o site da organização. Mas entretanto eles foram de férias de Verão e nunca mais voltaram... E assim, como assim, para inactividade total já eu tive 3 meses de estágio curricular na Agência Lusa!! Preciso de fazer qualquer coisa... Vamos lá ver como corre! Muito bem, não há de ser... já que eu além da falta formação profissional para ensinar (seja o que for, principalmente em inglês) tenho também uma falta de paciência congénita... Muito mal também não há-de correr, creio! Mais vos informo, adiante, neste blog...

sexta-feira, setembro 21, 2007

mais um desafio da blogosfera

a vizinha Maria (http://mariarabodesaia.blogspot.com/) lançou mais um desafio ao conjunto de aldeias que povoam a blogosfera. Eu respondo, porque afinal, já não tenho privacidade e não... mas não se habituem...

Eu quero: um ferrari amarelo e uma casa com piscina e jardim... Se não der fico-me por umas viagens catitas e uma longa estadia na América do Sul. É preciso é paz de espírito!!
Eu tenho: mau feitio (e umas olheiras do piorio)

Eu acho: sempre qualquer coisa. Às vezes acho que o assunto não é da minha competência

Eu odeio: música pimba e a RUC

Eu sinto: saudades da família, dos amigos, do oceano, das francesinhas, dos tempos de faculdade e d'A CABRA, da super bock, de conduzir...

Eu escuto: atentamente o que me dizem (porque posso usar isso em meu favor)

Eu cheiro: muito melhor desde que li "O Perfume"

Eu procuro: o príncipe encantado, montado no cavalo branco; e viagens baratas

Eu arrependo-me: de não ter ido estudar para Itália quando recebi uma bolsa aos 18 anos

Eu amo: algumas pessoas e os abraços que elas me dão

Eu sinto dor: nos pés quando caminho muito... tou "pesada"!!

Eu sinto a falta: de ir a uma boa festa de drum e a um after a seguir e de ressacar o dia seguinte inteirinho, no sofá!

Eu importo-me: com coisas pequenas, às vezes demasiado pequenas

Eu sempre gostei de: escrever, rir e ir à praia

Eu não fico: calada quando devia ficar (ainda ontem um espanhol me chamou "incendiária"... e é verdade!)


Eu acredito: que um dia vou ter uma sorte do caraças para alguma coisa que queira muito!

Eu danço: como uma maluca, no dancefloor, quando estou rodeada de caras amigas e bonitas

Eu canto: música brasileira, Gaiteiros de Lisboa, K's Choice, Ornatos Violeta e Koop

Eu choro: de saudades, de alegria, de medo do futuro... e depois limpo a cara e atiro-me de cabeça ao que vier!

Eu falho: várias vezes e nem sempre me dou ao trabalho de corrigir essas falhas

Eu luto: por um mundo melhor! Que bonito!! eu luto por fazer o meu mundo melhor!

Eu escrevo: postais, mails, cartas, bilhetes, mensagens e comentários em blogs alheios. Escrever era a minha profissão. Agora o blog é onde descarrego essa gonorreia verbal que me vai na cabeça!

Eu ganho: mais paciência a cada dia que passa!

Eu perco: o eléctrico n vezes porque não gosto de correr

Eu nunca: fui ao Brasil... e gostava muito

Eu confundo-me: várias vezes porque a minha vida em inglês/russo/estoniano não é fácil

Eu estou: ansiosa porque vou receber uma SUPER visita em 3 dias e outra em 3 semanas!!

Eu fico feliz: quando falo com certas pessoas, quando recebo uma mensagem ou um postal inesperados, sempre que a minha mãe me liga

Eu tenho esperança: que um dia hei-de conseguir (mas não sei o quê)

Eu preciso: de viajar muito para matar as saudades e sentir feedback de quem eu gosto

Eu deveria: fazer dieta

Eu não gosto: de pepino, pimento, ananás, tomate fresco e funcho. E não gosto que duvidem ou desconfiem de mim (mas aí passo-me, não arrumo para o lado!)

Eu sou: (maluca!!) Liliana Trindade Guimarães, portuguesa, 24 anos, licenciada em jornalismo, voluntária. Miss Lee para os leitores e vários amigos de Coimbra, Lisboa e Tallinn; Lili para a família e alguns amigos de São Jõao da Madeira; Liliana para quem não me conhece; Lee para a generalidade das pessoas conhecidas ou desconhecidas; Liána para o Lipe; Lizocas para o Pedro e a minha prima Ana; "prima" para os meus primos; "mana" para a minha irmã mais nova; Fofozuda para o Bruno e a Maryline; Leezona para a Meriezita; Incondicional para a Brigite. Eu sou o que as pessoas fazem com que eu seja: amiga, ouvinte, chata, perigosa, lembrança, ex, companheira... mas não sou esquizofrénica, tenho múltipla personalidade nem sou bipolar...

resolvido o desafio, lanço-o a quem achar que não há mal nenhum em responder

quarta-feira, setembro 19, 2007

que PRAGA de malucos!!

Ora, aqui a viajante, uma semana depois de ter chegado a Berlim, enfiou-se num autocarro e foi para Praga, República Checa!

E assim começou o meu regresso à Estónia, ou a minha grande aventura de autocarro... dasse!! De Berlim a Praga são 6 horas de distância e eu lá fui ver os miúdos! Quando cheguei à estação do bus, não tinha uma comitiva à minha espera, mas tinha o

apercebi-me cedo que ia andar sozinha, a fazer turismo, em Praga! O Pedro, a Pipa e o Cão são voluntários na capital da checa. E ao contário do que muita gente pensa, os voluntários trabalham!! Ou seja, com o Pedro a trabalhar, a Pipa primeiro a trabalhar, depois ausente no mid-term e o Cão montado na sua nuvem encantada, passei os dias de uma semana sozinha, a vaguear por Praga! Foi do belo, porque me colei a bué de excursões de espanhóis e ingleses para ouvir as explicações sobre o que via. Fui falando com a malta, à noite, entre os copos de cerveja, sobre o que ver e onde ir... o que deu com que me perdesse algumas vezes, mas nada de grave.
No primeiro dia, assim à maluca, mandei-me para a estação de metro onde me parecia ter mais cenas interessants para ver, ou assim me dizia o mapa. E à saída do metro deparo-me logo com isto

que me fez perceber que ia gostar muito de Praga. A visão da ponte mais antiga da cidade e a quantidade de turistas fez-me perceber qe estava no sítio certo! A ponte é fortificada, em ambos lados, com torres (A Torre do Bairro Pequeno, e a Torre da Cidade Velha). Entre as torres, ou seja, ao longo da ponte, há cerca de 30 estátuas de santos, incluíndo o Santo António! Curiosidade que me foi denotada por 3 turistas tugas, meninas do bem, que andavam à procura do santo para sacar umas fotos!

Na praça da cidade velha... muitas das fotos que tenho de Praga tirei-as não sei a quê... e são quase todas ao alto... Como tenho o visor da máquina partido, tenho mais céu que parede, às vezes... enfim
Mas tirei muitas, muitas fotos a casas, edifícios, igrejas, etc. Tudo porque nunca pensei que Praga, tão perto de Berlim, tivesse sobrevivido tão intacta à IIGM. Dos edifícios barrocos, às casa de arte nova, vi muitas praças, cantos e recantos como este

que fascinam qualquer um...

uma igreja, não sei do quê... mas gostei da ousadia dos pináculos das torres que ascendem ao céu. O céu em Praga esteve quase sempre com esta luz manhosa... Pouco sol, mas uma claridade dolorosa, para os meus olhos. Choveu que se fartou, mas não fez muito frio... Sol, que me lembre, só um dia...

só para vos provar que não digo mentiras quanto ao céu... isso e para explicar porque é que em muitos sítios vi Praga descrita como a cidade das mil torres. Eu assim, só de repente, conto 11... Também ouvi dizer que Praga era cidade dourada. E vi muito dourado, sim senhor. Mas quem disse isso numa foi a São Petersburgo num dia de sol... Perigo de cegueira!

À direita o castelo, onde trabalha o Presidente da Répública, mais umas catederais, mais uma ponte (Praga tem bué delas, umas bonitas, outras incríveis, umas normais...) e em último plano a miniatura da Torre Eiffel...

Esta foto foi da minha primeira incursão em Visherad, um monte fortificado da cidade. Adiante já vos digo mais coisas sobre o monte. Para já digo-vos só que esta vista dos telhados de Praga me fez lembrar a vista do meu quarto em Coimbra. Os telhados, o caos, as inclinações. De um outro ponto do monte tive outra visão de Coimbra, deita feita do Paço das Escolas (Via Latina), atrás da estátua do rei, em direcção do fim do rio... E em muitas vielas e personagens, Praga fez-me muito lembrar Coimbra do choupal!

ora aí está! Eu vi bué de esquilos em Praga... e não é que tenha andado muito por parques ou jardins... mas é que eles estão em todo o lado e não me pareceram assim tão medrosos. Até vi um esquilo todo preto, coisa que nunca tinha visto!

este esquilo e esta coruja foram alguns dos animais que vi nos jardins do castelo. Um dia decidi que queria ir lá acima... apanhei um eléctrico manhoso e saí antes dos outros turistas. Dei por mim nuns jardins brutais, muito perto do castelo.

Praga é um mimo!! Andei quase sempre sem mapa... e diga-se que o meu sentido de orientação é quase inexistente, mas nunca me perdi ao ponto de entrar em pânico! Nesta incursão pelo monte que leva ao castelo, tive ainda um guia muito importante: turistas!! À medida que atravessava os jardins, a quantidade de turistas aumentava... "devo estar mesmo perto do castelo"...
E estava mesmo! ao estreitar por uns arbustos

vi a catederal que fica dentro dos perímetros do castelo.
Fiz uma paragenzinha para aliviar a bexiga (no museu não sei do quê) e eis que me deparo com umas torneiras muito fálicas!!

Não curti nada as torneiras, mas deixo aqui o registo para a Cati!
Despois, mais leve, foi só seguir os turistas em direcção à porta do castelo

que me pareceu um bocadinho assustadora, para já não dizer violenta!!!
Bem, o castelo em si, não tem assim nada de especial... é a tal merda: há cenas que vistas ao longe parecem um espectáculo, mas ao perto... o que, ao longe salta à vista é mesmo a catederal do século XIV (o castelo é do século IX)

esta catederal é a maior igreja de todo o país, e digo eu que deve ser o maior edifício gótico-barroco que eu alguma vez vi! Os reis da Boémia estão enterrados lá dentro, assim ao estilo de D.Pedro e D.Inês em Alcobaça. Lá dentro perdi mais de uma hora em pormenores.

das arcadas aos vitrais feitos por artistas modernos (como um de Art Nouveau por Alfons Mucha), a catederal está cheia de pormenores incrívels e tem um órgão de tubos que só de imaginar o som dá arrepios!!
Adiante, ainda dentro do perímetro do castelo há mais umas igrejas e umas cenas catitas, entre elas o museu dos brinquedos

Que os checos são especialistas em brinquedos de madeira, marionetas e afins, eu já sabia. Mas não sabia porquê... agora sei que quando for grande hei-de ir a Praga comprar binquedos para os meus putos. E a dona Pi também lá devia ir, às compras, se quer trabalhar com meninos e meninas...
e do alto da colina do castelo, mais uma vista bem bonita da cidade

Num outro dia meti-me a descobrir mais um monte, desta feita Petrin, perto de casa do Pedro e não muito longe do castelo. Aí vi mais uns esquilos, dei uma voltinha de funicular e vi a bela da Torre Eiffel

é uma torre de observação que tem apenas 60 metros de altura e foi costruída para a exposição do Jubileu (seja lá o que isso for) em 1891. Além desta torre e de mais uns elementos feitos para a mesma exposição, o Parque Petrin tem ainda uma muralha de quase 2 km de comprimento e 4 de altura, conhecida como a Muralha da Fome... reza a lenda que o rei (algures no século XIV) a mandou construir para dar trabalho e comida aos desvalidos da cidade. De um dos pontos mais altos da muralha tem-se mais uma vista incrível para o castelo

o Parque tem ainda duas ou três igrejas, das quais a minha preferida foi esta

toda feita em madeira e trazida, nos anos 20 do século com o mesmo número, de uma aldeia na Ucrânia. Não sei mais sobre a igreja, a não ser que de chama igreja de São Miguel e que a região da Ucrânia de onde foi trazida tem as mesmas cores na bandeira que a República Checa e situa-se a sudeste dos montes Cárpatos...
Ainda, no mesmo parque, mas já no sopé, em frente da rua com o maior número de bares visitados por mim =) está o memorial às víctimas do comunismo.


Este memorial tomou-me algum tempo de reflexão, ajudada pelas palavras do Gonçalo: "Nós nunca vivemos sob um regime comunista", por isso claro que temos uma visão muito diferente (talvez idílica) do que o comunismo significa ou significou. Junto às estátuas há uma placa que diz (em inglês e checo): "O memorial às victímas do comunismo é dedicado a todas as víctimas. Não apenas àqueles que foram presos ou executados, mas também àqueles, cujas vidas foram arruinadas pelo despotismo totalitário." Ora, toma lá e embrulha! Para a próxima vez que pensares que és ou foste comunista ou simpatizante, lembra-te destas palavras!
De volta às minhas voltas pela cidade, tirei um dia para apreciar casas e os seus pormenores. Comecei pelo bairro judeu, onde queria ver o antigo cemitério, mas o preço era um bocado exorbitante... Mas as sinagogas e as casas, são altamente... lá perto

os pormenores de arte nova de certas casas impressionaram-me. E impressionou-me também esta casa cubista

que alberga o museu deste tipo de arte. Eu nunca tinha visto nada tão quadrado... aliás nem sabia que este tipo de arquitectura tinha ganho adeptos em alguma parte do mundo!
parece-me mais normal e frequente ver este tipo de coisa

se bem, que não me diz tanto como a anterior...
Independentemente do que me toca ou não, Praga chamou-me a atenção pela quantidade estúpida de pormenores espalhados por todo o lado

desde este senhor (que não faço ideia de quem seja ou porque esteja ali... se alguém souber, que me conte, por favor!!), às gravuras nas casas, à estátua de uma menina sentada, no topo da universidade, às esculturas dos ofícios dos antigos donos de várias casas (como sendo peixeiros, ferreiros, vendedores de penas de ganso...)... Praga deve ser daquelas cidades em que vale a pena apostar várias vezes. Isto é, acho que vale a pena visitar a cidade mais que uma vez, porque certamente que se descobrirão coisas novas, pequenas e bonitas a cada visita, em cada esquina!
outro pormenor de andar sozinha em Praga...

esta é a única foto que tenho da minha bela tromba... a única prova que estive lá! Foi tirada pela Theresa dos cabelos ruivos! (é só um aparte...)
e de volta à arquitectura...

é daquelas cenas que não sei se goste ou se não goste! o prédio é catita, mas no meio da paisagem circundante é uma aberração! Chama-se Fred and Ginger (Fred Astaire e Ginger Rogers) porque é suposto lembrar um casal de dançarinos. E por isso é conhecida como Dancing house. Os arquitectos são um checo nascido na croácia e um canadiano nascido no Canadá (Vlado Milunić e Frank Gehry, respectivamente) preencheram um espaço, junto ao rio, que as bombas de 1945 deixaram livre. O edifício de 1996 não combina lá muito bem com as fachadas da rua que se pautam em estilo Neo-Barroco, Neo-Gótico e de Arte Nova... Senão vejamos

que vos parece? mas se calhar é exactamente pelo contraste, do velho com o novo, no branco com o cinza... se calhar é isso que faz da casa dançante essa coisa tão fofa!!
Mais adiante, na mesma rua, mais um belo postal do castelo e da tal ponte das mil estátuas!

No meu último dia em Praga voltei ao monte de Visehrad. Diz-se que foi ali que uma princesa teve a visão premonitória que se iria concretizar na edificação de Praga. O facto é que além das fortificações, umas ruínas, umas estátuas e umas rotundas... neste monte fica a bela da igreja de São Pedro e São Paulo

E o cemitério onde estão enterrados os checos mais famosos de todos os tempos. É a última morada do compositor Antonín Dvořák, do Nobel Jaroslav Heyrovský, do artista Alfons Mucha e do escritor Jan Neruda. Dados as inúmeras campas de músicos, escultores, actores, pintores, escritores, etc, o cemitério de Vyšehrad tem esculturas e pinturas incríveis a cada esquina

e foi assim, a minha vida em Praga... o que vi e o que não vi! Mas do que mais gostei foi das pessoas. Não dos checos... que os poucos que conheci tinham uma pinta de malucos... mas dos tugas que fui ver e do tuga que vi como bónus! Fui ver o Pedro, a Pipa e o Cão, não necessariamente por esta ordem, nem com a mesma urgência. O Cão e a sua nuvem encatada, vi-os poucas vezes... A Pipa, a meio da minha estadia foi recambiada para o mid-term, o que não me deu o tempo que gostaria de ter passado com ela. Mas tive o tempo suficiente para ver o projecto dela, que me pareceu super interessante. É um trabalho de escritório numa associação ambiental que está sediada numa quinta ecológica, a uma hora do centro de Praga. O trabalho de escritório suponho que seja igual em todo o tipo de office, em todo o lugar do mundo: uma seca fodida!! (mesmo que se trate de trabalhar para um objectivo bom e bonito ou se fazer uma cena que a malta curte...) Mas a quinta é que me pareceu muito bem. Nos subúrbios, permite a muitas criancinhas estudar na escola que integra (logo, com um programa escolar de vertente eco-ambiental). Tem uma área considerável (que é aquela palavra bonita que se usa quando não se sabe quantificar algo!) animaizinhos, plantações de uma certa erva (para fazer tecidos, claro!), um pântano, um hostel... bem, parece-me então que há uma quantidade de coisas que se podem fazer ali! Pronto e parece-me bem, porque além da escola e dos vários escritórios de organizções ali sediadas, a quinta alberga uns quantos voluntários, uma sauna suada e uns festivals de folk (que eu bem vi!). Fiquei feliz por saber que a Pipa está num sítio que na Primavera e no Verão deve ser muito bonito!
E o shôr Pedro, que também trabalha num office, mas no centro da cidade lá deu umas voltas comigo na cidade, especialmente à noite, lá tratou de arranjar uns birls e proporcionar-me umas belas "discusões" num português vernáculo! É verdade, nós curtimos aqueles arranca-rabos que não fazem mal a ninguém. E quem lê estes blogs (este e o tuganacheca) já se apercebeu disso e de que a malta, apesar dos palavrões, curte-se!
Foram estas três almas que me fizeram ir a Praga. Mas, no segundo dia diz-me o Pedro: "Já estive com o Gonçalo"... e até me caiu tudo. Eu sabia que ele ia para a Checa fazer ERASMUS, mas não sabia que ia na mesma altura em que eu lá estava e muito menos que nos íamos encontrar! Foi uma agradável surpresa! E antes que desse conta estávamos os 4 (eu, a Pipa, o Cão e o Gonçalo), num qualquer bar, a beber uns finos, e a discutir política e filmes e livros e merdas, tal como se estivéssemos em Coimbra! Claro que não estávamos sozinhos. O Pedro e os amigos também lá estavam, mas acho que acabámos por espantar toda a gente. Estávamos os 4 a um canto, a falar em português sobre dúzias de pessoas que mais ninguém ali conhecia e acabámos por ficar sozinhos... Lá se foram todos embora e nós ficámos, como se estivessemos no 48, na Rosete, no Tropical, no Gil Vicente, nos jardins da AAC... Foi talvez o melhor momento das minhas férias! Claro que faltou ali muita gente, que faz parte dos cenários acima referidos, mas, para mim, foi suficiente para me sentir em casa, para sentir o abraço quente de voltar a casa!
E pronto houve ainda a noite da bacalhoada, em que a malta demolhou e cozinhou bacalhau à Gomes de Sá enquanto o diabo esfrega um olho, para delícia dos convivas!Esses convivas eram outros voluntários, o que me leva a partilhar algumas reflexões convosco. Esta semana em Praga serviu também para eu medir o tipo de relacionamento entre voluntários em distintos pontos da Europa. Tomei como referência a malta em Praga e a malta (que já foi embora, mais eu e o Thomas) em Tallinn. E só confirmei aquilo que já há muito me tinha apercebido: o meu grupo de amigos em Tallinn era uma máquina!! Em Tallinn, posso dizer que tínhamos uma verdadeira equipa, de trabalho, diversão e cozinha. Uma turma que andava sempre junta, com alto espírito de iniciativa! e que saudades tenho dessa equipa! Em Praga, vi grupos pequenos de voluntários, alguns ex-voluntários que vivem no país, com vidas muito independentes. Não que isso seja mau, claro que não. Mas... não sei... uma cena que curti nos voluntários em Praga é que têm mais amigos checos do que nós estonianos. E falam checo entre voluntários, ou pelo menos tentam! Tiro-lhes o chapéu, sinceramente!
é assim... gostei muito de Praga, da cidade em si e de rever os amigos. De lá queria seguir para Vilnius, mas os bus estavam todos cheios... então meti-me num que, dez horas depois, me deixou em Varsóvia... cenas do próximo episódio já a seguir...

entre a porta de minha casa e a porta do meu quarto


É uma casa de gajas, com certeza!!