A operação da menina indiana com oito membros, a decorrer desde terça-feira na cidade de Bangalore, na Índia, terminou ontem com sucesso e mais cedo do que estava previsto pelos médicos.
"Ela resistiu à operação, está bem e fora de perigo", disse Sharan Patil, o médico responsável, citado pela BBC on-line. Lakshmi Tatma está a ser ventilada e será mantida em observação "nas próximas 48 ou 72 horas e não sairá do hospital até estabilizar".
Inicialmente, previa-se que a cirurgia levasse 40 horas, mas terminou passadas 27. A operação teve início na terça-feira às 7h00 (1h30 em Lisboa) e terminou ontem às 4h30 em Lisboa. Uma equipa de 30 médicos de diferentes especialidades - pediatria, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia plástica, de acordo com a CNN - revezou-se em turnos de oito horas. "Trabalharam sem parar durante a noite", afirmou Sharan Patil, acrescentando que "não houve contratempos em nenhuma fase da cirurgia".
Lakshmi Tatma, de dois anos, estava ligada ao corpo de uma gémea siamesa, que não se desenvolveu totalmente durante a gravidez. A criança nasceu com quatro braços, quatro pernas e outros órgãos internos que pertenceriam à irmã gémea, de acordo com a AFP.
Durante as 27 horas da cirurgia, os médicos removeram os membros e os órgãos internos redundantes, e corrigiram a coluna vertebral e a pélvis, explica a agência Reuters. Antes da operação, Lakshmi não conseguia andar e era possível que não passasse da adolescência.
Apesar dos riscos da cirurgia, os médicos disseram que a menina teria 80 por cento de probabilidades de sobreviver. "Disseram-nos que podia ter uma vida normal depois da operação", disse à Reuters Poonam, a mãe da criança.
Lakshmi Tatma nasceu em Bihar, uma pequena aldeia indiana, onde se acreditou que seria a reencarnação da deusa da saúde, tendo recebido o seu nome.
Templo em sua homenagem
Muitos locais opuseram-se à operação e pretendem agora construir um templo em sua homenagem, de acordo com a CNN. Os pais, trabalhadores pobres da aldeia, não tinham como pagar a operação de Lakshmi até que, após uma visita do médico Sharan Patil, a fundação do hospital Narayana Health City, em Bangalore, aceitou doar 200 mil dólares (cerca de 136 mil euros) para a fazer.
Este é um caso extremamente raro: ocorre um nascimento de gémeos siameses em cada 200 mil, segundo a BBC on-line. Têm origem num mesmo óvulo fertilizado e por isso são sempre iguais e do mesmo sexo, e a sua probabilidade de sobrevivência situa-
-se entre cinco e 25 por cento.
O site da BBC acrescenta ainda que, nos últimos 500 anos, há registo de 600 gémeos siameses que sobreviveram, 70 por cento dos quais são do sexo feminino.
FONTE: Público
08.11.2007, Raquel Albuquerque
quinta-feira, novembro 08, 2007
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1 comentário:
Mis Lee, agradeço-lhe a divulgação da notícia que de todo desconhecia.
É impressionante o que hoje em dia se consegue fazer.
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