terça-feira, setembro 18, 2007

Berlim pim pim

ora então, começemos o relato das viagens deste "Verão". Depois de trabalhar o Verão inteiro, Agosto incluído (algo inédito na minha curta vida), meti-me num belo avião cor de laranja e aterrei em Berlim! Eu sempre tive bué de curiosidade em visitar a Alemanha, o país em que parece que tudo funciona, a mais forte economia da União, etc.

E quando me meti nesta aventura do voluntariado era para a Alemanha que queria ir, para melhorar a língua... vim para a Estónia, mas não é por isso que deixei de ir a Berlim!
então, benvindos à reportagem fotográfica sobre Berlim

Uma das primeiras cenas que tratei de fazer foi procurar a

onde a Xana (ex ERASMUS em Tallinn) me disse que podia encontrar o belo do pastel de nata, acompanhado por um cafézinho Delta. E assim foi, mesmo no centro da cidade

depois, como qualquer bom turista, siga para essa parede, marco da história que se vê em Berlim em todos os guindastes e igrejas arruinadas

ora, eu quando cheguei ao aeroporto tinha esta bela comitiva à minha espera! A Doro (quase a cair), a Barbara (com ar de matadora) e a Laura (sentada no chão) foram voluntárias na Estónia. O moço a segurar a Doro é o namorado dela e o outro é o Robert, ex-ERASMUS aqui em Tallinn. Fiquei 3 dias em casa dele e 3 em casa da Laura! E viva a hospitalidade alemã, muito fixe!
Depois fomos ver o oposto do muro, o centro do modernismo, o Sony centre onde figura esta belissima girafa feita em LEGO
que me fez lembrar as minhas incursões infantis por esse mundo de construções. Claro que nunca consegui construir nadinha de jeito, se calhar é por isso que não sou arquitecta!
Enfim, esse Sony Centre, no coração da cidade, além de ser uma enorme centro comercial sem paredes, tem um tecto que eu curti

assim em forma de guarda chuva de aço e vidro!
Claro que a ida ao Sony Centre não foi um destino turistico. O destino era a nova galeria nacional, grátis às quintas feiras. Mas como de momento a galeria acolhe uma exibição de arte francesa que veio de Nova Iorque (onde estão as peças da galeria) a entrada já não era gratuita... e a malta voltou para trás! Fomos ao memorial aos Judeus mortos em toda a Europa, que estava fechado...

os não sei quantos blocos de cimento todos alinhados, com alturas diferentes não representam nada em especial. É suposto o visitante sentir (segundo os arquitectos) e não compreender! Claro que quando lá chegámos estava fechado... mas voltámos lá noutro dia e passámos umas horas a aprender a história dos judeus assassinados em todo o continente europeu. Aprendi que na Lituânia morreram quase tantas pessoas como na Alemanha e que Portugal não figura de nenhum mapa naquele memorial. O Memorial tem uma sala de nomes, uma de famílias e uma barra cronológica impressionante. Fiquei a saber um bocado mais duma história que parece ter passado ao lado da memória portuguesa! Tudo o que nos ensinam na escola é que Portugal foi um pais neutro na IIGM, que recebeu muitos judeus refugiados (pelas mãos de Aristides Sousa Mendes) e ouro Nazi. Ensinam-nos que Salazar era muito próximo dos outros líderes fascistas, mas que estava mais interessado em Franco do que em Hitler. Ensinam-no que no final da IIGM milhares de tugas emigraram para ajudar a reconstruir a Europa destruída... e é só! Ou isso ou eu tenho uma memória de merda! Acho que as jovens gerações de alemães que aprendem na escola o epicentro da história são mais tolerantes e conscientes do que eu.
E do memorial às portas de Bradenburgo é só virar uma esquina ou duas

e aí fica o registo dos berlinenses junto do marco da sua cidade.
Um novo dia, e começámos o passeio pela sinagoga velha

e pela nova e depois Tacheles, esse espaço artistico-degradado! É talvez um dos marcos mais característicos de Berlim: um grupo de artistas toma de assalto um prédio devoluto e torna-o em espaço de producação, exposição e venda de arte.
Claro que não se pode fotografar os artistas ou as peças, mas no vão das escadas esta miúda é fotogénica

e os cafés no rés do chão são aprazíveis... e deve dar grandes festarolas, parece-me

apesar de aqui não vos mostrar muitas fotos da torre da televisão, ela estava sempre lá, ao perto ao longe, só a bola, só a antena... um dia até perguntei à Laura "are you sure you only have one tower?? It is everywhere!" Mas saquei-lhe umas fotos bem catitas, de baixo, de frente, em reflexo, do reflexo do reflexo... enfim!
Houve um dia que fomos a Potsdam, uma cidade pequenina, com 150 mil habitantes, mesmo às portas de Berlim. É lá que estuda o Robert

exactamente aqui!! Em tempos, Potsdam foi a residência dos reis da Prússia. Tem não sei quantos lagos e jardins, castelos e cenas bem catitas! É um dos mais importantes centros universitários da Alemanha e a área com mais elementos Património Mundial da UNESCO em todo o país. Foi aqui que Stalin, Truman e Churchil se sentaram à mesma mesa, em 1945, para decidir como administrar a Alemanha que se tinha rendido dois meses antes, no final da guerra.

claro que toda a história tem uma parte engraçada... ou nem por isso!
de volta ao centro de Berlim, aí está a bela da igreja, ou melhor, o que resta dela!!

destruída graças a bombardeamentos aéreos durante a II GM, esta igreja foi deixada assim, não foi reconstruída e é hoje um memorial! Uma das cenas que em apercebi é que este edifício é dos poucos que não está em (re)construção. Pelo resto da cidade há guindastes e gruas em todas as esquinas. Fazem parte da paisagem da cidade as (re)construções de novos ou velhos edifícios. E parece tudo tão novo, tão bem tratado, tão pensado! A cidade funciona super bem, sem caos urbanístico ou complicações no trânsito, com um sistema de transportes públicos estupidamente eficaz e mais bicicletas que motas! É fixe andar na rua em Berlim!
Claro que nem tudo foi destruído e há alguns edifícios antigos que resistiram e ainda hoje hostentam os buracos das balas nas suas paredes. É o caso deste museu

na ilha dos museus, onde eu vi um autocarro português!! E vi uma feira de velharias onde, encontrei um exemplar muito antigo d'"A Relíquia", em alemão. Um belo presente para o Robert, aficcionado da leitura e senhor de um humor muito particular. Acho que as piadas do Eça lhe vão cair muito bem!

De novo a torre, e o céu mais ou menos azul de Berlim... por acaso as duas semanas e tal de férias foram marcadas pela chuva, às vezes pelo frio...


os famosos sinais de trânsito para transeuntes da antiga Alemanha Oriental. São super catitas!
E uma coisa gira que eu descobri, no sítio onde costumam andar as meninas lá do sítio, foi este belo café. É que nem de propósito!

só me questiono sobre o tipo de atributos das empregadas de mesa...
Houve um dia que fomos ao interior do Reichstag (http://en.wikipedia.org/wiki/Reichstag_building), esse grande edifício onde trabalha o parlamento alemão. O edifício foi parcialmente destruído por causa de um fogo em 1933 e até 56 ficou à mercê de todo o tipo de atentados... (Note-se que Hilter nunca lá sentou o cu!) foi reconstruído entre 61 e 64 e até 1990 foi apenas usado para reuniões esporádicas. Em Outubro de 90 a cerimónia oficial de reunificação da Alemanha foi levada a cabo neste edifício e em 91 decidiu-se que o governo e o Parlamento devia regressar a Berlim (de Bona) e trabalhar neste edifício. No ano seguinte Norman Foster (http://en.wikipedia.org/wiki/Norman_Foster%2C_Baron_Foster_of_Thames_Bank) ganhou o concurso de reconstrução do edifício. E eis que o inglês lhe adiciou esta cúpula

numa "tentativa" de recriar a cúpula original do século XIX e de onde se tem uma vista fantástica de Berlim. Os trabalhos de reconstrução terminaram em 99 e desde então é aqui que trabalha o parlamento alemão. Dentro da cúpula de vidro tem um escudo com um sistema de detecção e bloqueio da luz solar directa que pode cegar quem está em baixo da cúpula, já que esta ilumina a principal sala de trabalhos do parlamento...

mas nós não vimos a espiral de espelhos a funcionar, porque estava a chover, não havia lá grande sol...
Mas quando saímos já o tempo estava melhor. E o céu azul combina melhor com o vidro e o aço do que as nuvens

e em Berlim, o vidro e o aço estão na moda... Este é o edifício da principal estação de comboios da cidade, a maior (em dois pisos) da Europa. (http://en.wikipedia.org/wiki/Berlin_Hauptbahnhof) a segunda foto deste relato foi tirada dentro da estação, no andar de cima!
deixo-vos com uma das minhas fotos preferidas de Berlim

do Allied Check Point Charlie (http://en.wikipedia.org/wiki/Check_point_charlie), ponto de controlo dos aliados onde ainda hoje se mantém uma bandeira americana. Em frente da cabine onde se checkavam os passaportes tem esta fotografia de um soldado soviético e do outro lado figura um soldado americano. Ao lado está um painel que de um lado diz "You are leaving the american sector" e do outro "You are entering the amerian sector. Carryin weapons off dutty forbidden. Obey traffic rules"! Muito bom!! Na rua que vai dar aonde antes estava o muro, há agora um enorme mural com as histórias da II Guerra Mundial e da Guerra Fria, com imensas fotos daquele mesmo sítio, apenas com personagens muito diferentes!

and last, but not the least, o símbolo de Berlim: esses belos ursos!!
Eu adorei Berlim, e nada do que possa escrever ou mostrar aqui será suficiente! Não me guiei por nenhum critério em espefício para a escolha destas fotos. Tenho algumas bem mais exemplificativas das coisas brutais que vi em Berlim, e no entanto, não em sinto impelida a publicá-las. Vi ainda uma exposição de diferentes tipos de relva de uma alucinada americana e uma fantástica exposição sobre Anne Frank. Esta última tocou-me particularmente pela conexão feita aos dizeres de adolescentes, judeus, filhos de imigrantes ou naturais de Berlim, da actualidade. A exposição feita mais por vídeos, fotos e elementos audio requer mais do visitante uma postura alerta do que uma atitude passiva do observador de um museu. Vi mais um milhar de coisas e bares e restaurantes baratos que não merecem qualquer tipo de registo a não ser na minha cabeça! Mas, o que eu mais gostei em Berlim foi de sentir que estava de volta a uma cidade NORMAL, onde eu não sou mais escura do que 90 % da população e onde as barbies andam de mãos dadas com os punks, onde há freaks com cães, como eu já não via há muito!! Gostei da rapidez com que tudo se faz e se come e se compra e se ve e se anda. Gostei das lojas de design e dos sapatos da malta na rua. Gostei do sistema de transportes e das pessoas a sorrirem na rua, gratuitamente. Gostei de não ser capaz e reconhecer estrangeiros e de ouvir falar N línguas, poder escolher que tipo de comida quero para o jantar... puff CURTI BUÉ BERLIM!!

segunda-feira, setembro 17, 2007

as saudades

há cenas que marcam períodos da nossa vida, sejam pessoas, músicas, sítios, filmes ou rituais. Eu há cenas que guardo no coração e na memória com um enorme carinho, como esta festa

http://www.youtube.com/watch?v=Mh-pbUEbAsI

e todas as outras deste período! E com isto só quero dizer que: QUANDO CHEGAR A PORTUGAL QUERO UM FESTÃO!!!

o vídeo é do dj Dudark

ele ha cenas do caraças

De sexta para sábado aconteceu-me uma das boas!! Eu às vezes passo-me com as pessoas... Já aqui muitas vezes vos falei da Julka, voluntária russa, mas não sei se alguma vez vos contei dos filmes dela. De vez em quando pára lhe o relógio e desde ter ataques histéricos nas manhãs de ressaca a cismar que tem que lavar o cabelo em minha casa, já a vi fazer de tudo. No fundo é só uma miúda mimada que precisa de bué de atenção de todos os lados e mais algum. Ora ela foi-se embora ontem, sábado, à tarde. E não é propriamente tão fácil voltarmos a ver-nos como com o resto da malta europeia. Sendo assim, aqui a je decidiu voltar para a Estónia, na quinta-feira, a tempo da festa de despedida. Antes de ir de férias ela pediu-me para voltar a tempo e tal... Mas eu não sabia como é que as viagens iam correr, então não lhe prometi nada... até lhe mandei um postal de Berlim, a despedir-me, para o caso de não chegar a tempo.
Lá cheguei na quinta, mandei umas mensagens ao pessoal e ela liga-me: "ai e tal, tás de volta, que fixe, blá blá blá". Passadas umas horas estávamos num dos sítios do costume a beber uns finos quando eu lhe perguntei pela festa de despedida, o que é que tinha planeado, etc. "Ah... I don't want a party!" Oh pah, isto vindo da gaja que mais festa faz... é um bocado estranho, no mínimo... Mas eu como já conheço a personagem, vi logo o filme todo: não tinha nada organizado, então diz que não quer, para a malta lhe implorar uma festa e organizar tudo por ela... ou pelo menos eu assim pensei, e quem me dera que assim tivesse sido. Na sexta-feira à tarde pus-me a fazer pataniscas de bacalhau, para a festa, fui à compras para fazer uma sobremesa e tal... havia uma workshop de dança africana ao final da tarde, muito perto de casa da Julka, e eu tinha ficado de lá ir com as outras voluntárias. Mas a russa lá me ligou a dizer que tinha decidido fazer: "a small dinner from 7 to 9". Claro que a mandei logo abaixo de Braga... mas desde quando é que as festas tem a duração limitada de duas horas?!?! Fiquei podre!!
Encontrei-me com a Dorota (que tinha comprado uma garrafa de vodka para a ocasião e um presente para a russa) e com a Elina. Elas estão cá só há um mês, então, fui levá-las ao workshop para não se perderem. E seguiria para casa da Julka, para a ajudar a cozinhar e tal... Pelo caminho encontrei a Katriin e a Natja (que tb chegaram há um mês) e fomos comprar vinho e as cenas para a sobremesa. Chegámos a casa da russa às 6h30 e SURPRESA!!! Ela não estava em casa! Oh pah, eu fiquei com uma cara de tacho... Quem me abriu a porta foi a Saska, uma voluntária da Macedónia que chegou há dois meses e é uma fixe. Do alto dos seus 28 anos disse-me muito calmamente "You should know her..." oh pah... venho eu (e as outras duas) toda artilhada para a festa... e zero! Nem os novos voluntários que lá moram agora (3 gajas e 1 gajo que chegaram nas últimas duas semanas) sabiam que era suposto haver "festa"!
Lá me refiz do choque inicial e meti mãos à obra: fazer bolinhos de côcô! E eis que senti a segunda parte do meu EVS começar: eu estava a cozinhar no mesmo sítio onde desde há oito meses que o faço, mas não conhecia ninguém à minha volta. E senti-me bué de esquisita por estar mais familiarizada com a cozinha do que os novos habitantes daquela casa! Isso, por causa da maneira como me olhavam, incrédulos! Eles são: Silvia, 18 anos, boliviana, personagem; Mart(in)a, 20, alemã, normalíssima; Christian, 20 e muitos, alemão, parece um garfo, esticadinho e mudo; e Ella, vinte e poucos, o nariz empinado da Arménia! Digamos que não é propriamente o ambiente familiar de antes! Lá chegou a russa, para me lembrar p que é que eu estava ali a fazer... e estrilho, logo! Eu a tripar com o simples facto dela nem para a sua festa de despedida estar a tempo. E ela a tripar porque aquilo era só um jantar... Numa hora cozinhou um arroz com cogumelos e salcichas, fez um pequeno discurso e bazou... Assim!! Foi a primeira despedida a que eu assisti em que não houve festa, não houve álcool, risos nem lágrimas, fotos ou abraços... Ainda a Dorota e a Elina não tinham chegado do workshop e já Julka se preparava para bazar, com o seu novo "amigo"! A mim, directamente, não foi capaz de me dizer nada, acenou do fundo da cozinha. No hall de entrada cruza-se com as dançarinas e diz que vai bazar, porque tem um jantar, com o Madis, "namorado", muito importante, um "tête-a-tête"! (A Dorota, que até lhe comprou um presente, ficou com uma cabeça...) E bazou com o personagem que conhece há menos de duas semanas, mas que eu e o Thomas já conhecemos há uns meses (graças às suas abordagens de bêbado e repetidor de perguntas)! Ela lá foi e nós (eu, Dorota, Elina, Katrin e Natja) a beber a vodka e a ser o bobo da corte dos novos habitantes do castelo... Claro que bazámos super cedo, ainda a garrafa ia a meio e fomos ter com o Thomas ao centro (que tinha um jantar com a sua princesa e esperava encontrar a Julka na noite). O moço ficou incrédulo com a história que lhe contámos e só dizia: "It's time for her to go back home"! Depois lembrou-se que no dia seguinte ela ia com ela para Moscovo, de comboio e que ia ter que a ouvir, a viagem toda... "and she talks a lot, you know"...
Lá fomos para o sítio do costume, mas não se passava nada de especial e foi tudo para casinha! sábado acordei e pus-me a gravar cd's de fotos que a Julka me tinha pedido há um mês. O Thom veio a minha casa buscar uma mochila antes de apanhar o comboio, levou os cd's para a russa e eu nem à estação de comboios fui despedir-me! Afinal, ela só queria um jantar, não queria uma despedida como deve ser...
Agora que acabei de escrever isto, começo a duvidar se deveria publicar ou não... É que não é nada de especial, mas tinha que deixar registo. Apetecia-me era falar com os outros, o Kê ou o Georgios. Gostava de discutir isto com a Alice! Mas como escrever em português é mais fácil... aturem-me!

sexta-feira, setembro 14, 2007

acabou-se o que era doce!!

amiguinhos e amiguinhas,

estou de volta à Estónia para cumprir os últimos 3 meses que me restam neste EVS =)
Adorei Berlim, alucinei em Praga e ainda tive tempo para ver Varsóvia. Passei quase 2 dias em autocarros, mais de 1000km...
Mas, comi pastéis de nata, falei mt português, vi amigos e conhecidos que não esperava encontrar, vi cenas do caraças e recebi duas mt boas notícias!! Mas eu depois conto-vos tudo, tudinho! Agora é mesmo só para reabrir oficialmente o blog! Benvindos a bordo, novamente!!

terça-feira, agosto 28, 2007

blog encerrado para ferias, finalmente!

Caros viajantes,

venho por este meio informar que amanhã abandono a PUTA (http://aldeialusitana.blogspot.com/2007/08/puta.html).
Se sobreviver à noite de hoje, amanhã à tarde embarco para Berlim... vou visitar 4 alemães que conheci na Estónia (3 voluntárias e um amigo de ERASMUS). Devo ficar 5 a 6 dias na cidade onde eu gostava de estar a fazer este voluntariado...
de Berlim sigo para Praga, para fazer bacalhau com natas! É verdade, a minha fama (e o proveito) de cozinheira levou uma tuga em Praga a preparar uma noite de bacalhau com natas... Ela e mais dois tugas são a razão da minha visita. se alguém tiver mais alguma sugestão, por favor...

de Praga começarei uma odisseia para voltar à Estónia, já que não tenho nenhum bilhete... o meu plano é ir de comboio ou bus até Vilnius, na Lituânia. Lá passar um dia ou dois com a Tânia (http://www.tuganolestee.blogspot.com/) e... se ela estiver disponível e disposta, virmos à boleia para Tallinn. Se não, e porque matava a minha mãe do coração, venho de bus, pelo menos até à fronteira... todos os trocos que poupar serão bem precisos...

ainda não embarquei nesta viagem, mas já ando a pensar nas próximas... Começo a ver o meu tempo aqui a esgotar-se... os amigos dizem que vêm cá, mas é só dizer. Então tenho que ir visitar povo... o próximo contemplado será o Diogo, em Estocolmo. E pelo que ouvi dizer hoje a Tânia também lá estará. Além destas fortes razões, os preços do ferry estão estupidamente baratos( tipo: 30 euros ida e volta...) e o Manu Chao vai la tocar em Outubro... e porque não?? Entretanto... a Ucrânia continua nos meus planos, com voos desde 100 euros... e tenho que ir à Finlândia, só para dizer que sim! Até me fica mal não ir lá, se bem que não me chama e pelo que tenho visto e ouvido, não me vai agradar!

Entretanto, é oficial, o Verão acabou na Estónia! as temperaturas desceram, nos últimos 2 dias, cerca de 10 graus! já guardei as sandálias, as havaianas e os sapatos abertos... de Sexta para sábado os meteorologistas prevêm 6 graus para a noite...
a mim, estas temperaturas já não me chocam. Choca-me sim a rapidez com que elas aparecem! E hoje está a chover torrencialmente desde as 10h30 da manhã, altura em que enteri no office, e o céu despencou atrás de mim. mas há dias em que o céu ainda é azul...



meus caros e minhas caras, amores e amoras, framboesas e morangos: estarei de volta, cheííííínha de coisas bonitas para contar, lá para o meio de Setembro! Até lá divirtam-se e comprem viajens para me virem ver!! ;)

quinta-feira, agosto 23, 2007

o quarteto dos 3 irmaos Pedro e Paulo

há dias de manhã, que nem sempre à tarde um gajo deve sair à noite... tipo hoje! Chego ao escritório às 11 da manhã e o boss tá de saída. Aproveita e diz-me: "olha, vai também, que hoje não há muito que fazer..."
Não é que eu não goste que me dêem dias livres... mas se me avisarem com alguma antecedência...
Entretanto com a brincadeira acabei por ficar aqui o dia todo a tratar e merdas e merdices pessoais, blogs, mails, blogs, jornais, etc... agora vou-me que logo à noite há DnB...

quando mudei para a casa onde vivo agora esta foi uma das primeiras coisas em que reparei. (rua adjacente à minha, onde passo todos os dias). Era só um par até há um mês atrás. Hoje de manhã já lá estavam 3 pares... mais actualizações para breve!
Ah!! sim, é um fio de electricidade entre duas casa, que atravessa uma rua... e não, não tenho nada que ver com isto, nem sei como as all star foram lá parar!

quarta-feira, agosto 22, 2007

o inicio de Agosto

Depois do Festival de Folk, tive a minha primeira semana de Férias, mas que conta como horas de trabalho... o que é assim: espantífico!! À chegada ao país de acolhimento temos o chamado "On arrival trainning course" e mais ou menos a meio o "mid term". Então, lá nos levaram 6 voluntários (3 franceses, eu, um alemão e uma sueca) para o meio do nada, para passarmos uma semaninha de relax. Eu não sei se os outros voluntários, noutros países têm tanta sorte como quem vem para a Estónia... É que aqui fazem o favor de nos levarem sempre para lugares lindos, hotéis de muitas estrelas, comida da melhor, saunas e torto e a direito e pelo menos um dia de actividades de lazer, em eu é mais trabalhar com o corpo do que com a mente. No on arrival, este dia não foi muito de lazer... Começou com uma caminhada pela floresta, durante quase 5 horas, à noite, uns menos 10 ou 15 graus, com neve pelos joelhos e escuro como breu e bem pertinho do mar e da nortada gelada! Mas é para fomentar o espírito de equipa e tal e tal... e a malta lá sobrevive, porque a bem dizer não tínhamos outra hipótese! no Mid term... bem, já vos conto o dia de lazer, deixem-me só fazer um (grande) parênteses.
O Festival de Folk só acabava no domingo à noite, ou na segunda para os sobreviventes da after party. Para irmos para o nosso mid term tínhamos que estar à uma da tarde na Estação de autocarros da cidade onde decorreu o festival. Tudo óptimo, não houvesse 3 pessoas a bazarem na segunda de manha, de Tallinn. Nem sequer é justo dizer "três pessoas", parecendo que todas representam o mesmo para mim, quando isso não é verdade! De manhã cedo foi o Emrah, o turco com a mania dos domínios e dos programas megalómanos. Este sozinho não me fazia ir ao aeroporto nem que estivesse lá perto e sem nada para fazer... A meio da tarde foi a Doro, alemã, novinha, mas (provavelmente) a mais madura de todos os voluntários que conheci! Passei poucos, mas bons momentos com ela. Dotada de uma inteligência rara e de um sentido de humor impressionante, ela sim, tem um plano. Vai estudar medicina, ingressar pelo ramo da tropical e voltar a ser voluntária onde mais for precisa! Mas, estivemos juntas no Festival, não iria a Tallinn de propósito se não fosse pela Lena, ucraniana, que foi embora ao fim da manhã. Ainda bem que me despedi dela na noite anterior e não a vi entrar para o autocarro e desaparecer mesmo enfrente dos meus olhos. Poupou-me uma grande choradeira, um dia triste como o caralho e uma dor de cabeça à noite! A Lena foi das pessoas com quem mais aprendi aqui. Aprendi a fazer panquecas diferentes dos crepes franceses, aprendi umas boas lições em russo, aprendi que mesmo quem não tem salero pode aprender capoeira e berimbau... Aprendi a dar, se esperar nada em troca e a surpreender-me quando esse algo acontece. Aprendi que às pessoas hiperactivas não basta dizer: "não faças, não comas, não treines", tens que fazer e comer e treinar antes delas. Aprendi a relaxar e não tripar com quem não pára quieto quando eu quero aterrar ou quando já fez de mais na mesma sala onde há quem nada tenha feito. Não vou escrever muito mais sobre ela porque começo a ficar lamechas... Digo-vos só que ela se candidatou a um visto de trabalho na Estónia para puder continuar a trabalhar no seu projecto (Living for Tomorrow - AIDS prevention centre), e que os voos de Tallinn para Kiev são estupidamente baratos... so, who knows? pode ser que nos encontremos mais cedo do que seria de prever!
Então no domingo do festival levantei-me cedinho e fiz-me à estrada com o belga poliglota, que faz anos a 29 de Fevereiro, para mais uma aventura à boleia! Uma hora depois de termos esticado o dedo há um gajo que nos leva até meio do caminho que é como quem diz até meio do nada, a 80 km de Tallinn. Começa a chover assim que saimos do carro... uma hora e meia depois já nos tínhamos rendido às evidências e decidimos apanhar um autocarro. Mas o primeiro que parou ia tão cheio que não nos levou... e dez minutos depois aconteceu o mesmo! Ao cansaço e à ressaca juntam-se a frustração e o frio e como podem imaginar o meu humor não era o melhor... Mas antes que parasse o terceiro autocarro (quiçá cheio como um ovo) eis que um tunning nos dá boleia, no seu golf todo quitado! E pronto, jantarada com o pessoal, copos sem brindes, tristes festas de despedida!
Na segunda de manhã lá fui, com o Thomas, de volta para Viljandi, onde um autocarro nos esperava para nos levar para Kopra Talu, em Sooma que é como quem diz, na zona pantanosa do Sul da Estónia. Cerca de 50 por cento do território estoniano é floresta e mais de 20 por cento é composto por pântanos ou lodaçais... pois, claro que neste país há menos de milhão e meio de pessoas!!! Nesta área do Sul há umas centenas de ursos, milhares de alces e de castores e mais cegonhas do que eu alguma vez vi! Isto para não falar em linces, lobos e veados... que aqui há a dar com um pau! Sim, linces, o mesmo tipo de gato que está em vias de extinção em vários pontos do mundo... aqui é permitido caçá-los porque ainda há muitos! Claro que isto é o que nos dizem porque os únicos animais que eu vi foram mosquitos, melgas e peixinho dourados...
O complexo hoteleiro onde ficámos era muito à frente, sendo a casa principal de há uns século atrás, arquitectura estoniana, lareira aberta para puder meter troncos inteiros a a partir do exterior. A casa de madeira tem um sistema muito marado que permite acrescentar grandes troncos de madeira no interior, para tornar o tecto mais baixo, logo menos espaço para aquecer. Em invernos rigorosos além da família partilhar o espaço principal da casa com os animais (eles mesmos uma fonte de calor), podia baixar-se o tecto até ao limiar suportável... Eu já vos disse que a chaminé era tão pequena que a casa por dentro é preta?
a sala de jantar...



Como foi uma casa de caçadores durante não sei quantas gerações há animais embalsamados e peles por todo o lado... agora deixo-vos apenas com a foto do interior, mas o que eu quero publicar são as do exterior... até já

as perguntas dos leitores

Post 114 - "Os setes da vida", 2º parágrafo. A Raquel, que esteve em Tallinn quando a neve ainda derretia nos telhados fez-me uma questão muito pertinente: Onde é que eu vou estar daqui a sete meses?? É uma questão do caraças... se eu não a conhecesse diria que é jornalista!! A esta questão eu só sei dar não respostas... não consigo formular uma resposta 100% certa. Ora, na Estónia não vou estar... Talvez em Portugal, talvez em Espanha, talvez na Alemanha... Talvez num outro sítio qualquer. Na pior das hipóteses, estarei de volta à terra natal, com o mesmo emprego de há um ano atrás, a aturar os mesmos politiqueiros de merda, a beber café nos mesmos sítios de há tanto tempo... Isto é o que mais me assusta que aconteça: Voltar à estaca zero! Tenho medo de perder tudo o que aprendi, que se me fechem os horizontes, que me preguicem (esta palavra existe??) as ideias de iniciativas! Eu tinha pensado em voltar à terra mãe, falar com o patrão, tentar voltar ao mesmo emprego, fazer estágio profissional, juntar uns trocos e em 2009 embarcar em nova aventura. Abroad. Falei com a pita amiga e colega de trabalho que compreende este plano melhor que ninguém. Mas... assusta-me muito voltar ao início. Como se a Estónia tivesse sido apenas um parêntesis na minha existência. O que eu quero é que esta experiência seja o início de alguma coisa e não apenas uma interrupção...
Então, Raquel, eu não sei onde estarei daqui a sete meses porque não tenho um plano... A semana passada candidatei-me a um estágio remunerado ao abrigo do programa Robert Schuman, do Parlamento Europeu. As bolsas deste programa permitem aos estagiários trabalharem no Luxemburgo, em França ou na Bélgica. Mas as bolsas para jornalistas dão aos candidatos a oportunidade de escolher um Centro de Informação em qualquer capital europeia, mais algumas cidades... Então, depois de cuidadosamente preencher a ficha de candidatura deparei-me com a seguinte pergunta: "Where would you like to work?". E respondi muito sinceramente: "Barcelona" como primeira opção e "Berlim" como segunda. Portanto, em Dezembro quando saírem os resultados ficarei a saber se vou trabalhar, por 5 meses a começar em Março, em algum departamento do Parlamento Europeu. Por isso, daqui a 7 meses pode ser que esteja algures numa cidade europeia.
Se a resposta for negativa... olha, minha cara, não sei! Sei o que não quero, mas não sei o que quero, não sei em busca de quê devo ir. Não sei se quero ser jornalista, se quero voltar a estudar (mas não me parece)... Gostava de continuar a ser voluntária, mas desta feita algures onde possa mesmo fazer a diferença e ver os resultados práticos da minha acção a curto prazo. Quem me conhece bem, sabe que gostaria de ir para a América Latina, por uns tempos largos. Gostava de trabalhar na Rede de Cidades Sustentáveis, arregaçar as mangas e trabalhar com pessoas em reais problemas. Processar lixo, ensinar a ler e a contar, transmitir informação sobre doenças venéreas e merdas afins. Gostava de voltar a ter 18 anos e pensar que posso mudar o mundo! Mas acho que estou no bom caminho para mudar o meu mundo. Gosto de ser voluntária, de não ter quase nada e querer sempre mais, de viajar sem dinheiro, contar apenas comigo e com as pessoas que vou conhecendo ao longo do caminho. Gosto que as pessoas reconheçam o meu esforço por fazer alguma coisa positiva pelo mundo deles. Quero continuar a fazer pingar pequenas gotas de verde nesta grande bola azul-cinza.
Isto é tudo muito bonito, mas... sejamos sinceras... O mais certo é que não resulte ou que leve muito tempo a resultar! Se assim for, só há uma coisa que eu te posso dizer: é que prefiro servir à mesa em Barcelona a trabalhar num pasquim ou em publicidade na minha terra natal (que eu adoro e que julgo ser um óptimo sítio para se crescer e da qual sinto muitas saudades)!
Seja como for, 4000 km a Leste, 10 000 a Oeste ou no ponto zero, vou certamente continuar a manter este diário de bordo. E onde quer que esteja tu e todos os que me lêem são benvindos! =)

terça-feira, agosto 21, 2007

ainda sobre Viljandi

Não sei se já aqui vos falei da Amèlie e do Jonathan, um casa de voluntários franceses que trabalham aqui muito perto de Tallinn. São duas grandes personagens, mas putos do bem! Têm dois blogs acerca do seu voluntariado - un em francês e um em inglês. neste último postaram um vídeo catita sobre o festial de Folk.

http://estonia.blogsome.com/2007/08/17/viljandi-folk-music-festival/

ai fica o link, o início do video é logo com Dazkarieh a abrir. Se se aborrecerem passem para o último minuto onde tem umas fotos catitas.
Se não se aborrecerem prestem atenção ao canto esquerdo da audiência, perto do palco. Foi nesta música que os estonianos começaram a dançar uma cena muito tradicional. Eu sei que mal se vê, mas fica aqui o registo visual e melódico daquilo que eu já tinha descrito como "no mínimo, emocionante"!

A Amèlie ainda me chamou a atenção para o facto da minha bela tromba estar no site oficial do festival, no concerto dos tugas! Assim só de repente acho que eu e os Holandeses que estão ao meu lado (o que parece coreano era voluntário) fomos a razão da foto... ou isso ou o fotógrafo sabia que eu era tuga!! =P


Hoje é terça, mas eu ainda estou meia ressacada do fim de semana. Sexta festa na minha casa para acolher 3 novas voluntárias. Sábado festa reggea, festa gay, festa da cerveja... domingo de anhanço, cerveja no parque... segunda feira fomos ao Zoo (porque era de graça) e acabamos a beber cerveja num sítio novo que tem os finos mais baratos do pedaço... é o caos!! Há a reter que as novas miúdas são umas porreiras, até a alemã que tem "ALUCINADA" escrito na testa!!
jºa vos conto mais

sexta-feira, agosto 17, 2007

para o tio mexicano

Olha lá, oh meu grandessíssimo lambedor de glandes;

Quando a Lee for a Praga já a festa tá feita!! Sim sim, a festa SOU eu!!
Aqui a trombuda já avisou os paneleiros dos patrões da sua ausência por mais de 2 semanas. Ou seja, gosto tanto de ti, estou tão disposta a ser o teu ombro, e por acaso o dia 14 calha a uma sexta... que pode ser que só volte para cima depois disso!!
Leste bem, oh azeiteiro?? Vê lá se te portas bem, senão temos problemas!
não sei se te referias a outros paneleiros a avisar... qualquer um dos meus amigos, (homos ou não) que leiam este blog já deviam saber, porque escrevi um post sobre esta viagem a 6 de Junho!!!
Tu trata-me bem e trata de arranjar uma cama para mim! Eu levo a vodka, tu trata dos Birls! E é melhor que arranjes bacalhau para fazermos uma tainada à maneira ai pó povo se lambuzar ;)

prepara-te!! I am coming to rock your world!!

quinta-feira, agosto 16, 2007

os setes da vida

faz hoje 7 meses que cheguei à Estónia. 2007 é um ano muito importante para mim, também porque sempre gostei muito do número 7... Restam-se 4 meses aqui!
Desde Janeiro já acolhi 7 portugueses: Pedro, Dani e Cati (de SJM para o mundo), Raquel e Zé (viajar até onde o amor nos leva), Daniela (de Fafe para a Letónia) e Nuno (EVS no sul da Estónia).
há 7 coisas que descobri desde que cheguei aqui:

1- um dia posso vir a ser uma pessoa (mais) paciente
2 - não gosto de funcho
3 - brincar na neve é fixe
4 - o sol da meia noite existe e é brutal
5- é possível ser amiga de pessoas que não têm nada que ver comigo
6 - gosto mais de povos do sul (até ao mediterrâneo) do que do norte
7 - ao longe se medem certas amizades...

vamos ver o que penso da Estónia daqui a 7 anos. E se ainda mantenho como amigos as 7 pessoas mais importantes para mim nesta experiência

sexta-feira, agosto 10, 2007

Festival de Música Folk Viljandi, Sábado parte II

Depois do chileno já nada me importava. A verdade é que o Chile vem desenvolvendo em mim uma atracção crescente. O meu poeta (estrangeiro) preferido é chileno. Sim, Neruda, claro, e não preciso explicar porquê. Tenho lido alguns livros de Isabel Allende, mas o último, não foi ler... devorei-o em menos de nada e emocionou-me muito. "Paula" é uma descrição da vida da autora, cheia de realismo mágico, mas onde tudo é verdade e não ficção. As descrições das viagens da infância pelas montanhas e as praias, o governo de Allende, o golpe militar, o exílio... tudo é descrito de semelhante maneira que cresce em mim uma curiosidade enorme sobre aquela franja de terra sul americana. E o concerto de Fernando Stern foi como que um culminar para esta "coisa" que não sei nomear muito bem. Portanto, depois daquele concerto eu estava... puff!
Fomos ver umas irlandesas, muito giras, que tinham uma música engraçada, mas nada de especial. a melhor parte foi mesmo quando dançaram um bocadinho e a malta foi ao rubro!

o Simon conseguiu apanhá-las todas com os pés no ar. Muito giro.
mas eu estava mais entretida a tirar fotos aos apaixonados...

Camille, França e Moos, Holanda. uns fofos.
Acabadas as irlandesas mudámos de palco para uns espanhóis alucinados! A banda de Eliseo Parra deu um espectáculo muito bom. Cheio de diferentes tipos de música tradicional, cantado em espanhol e catalão, com N instrumentos. Para completar o ramalhete era o aniversário da Sete, de Sevilha...

As ibéricas ao rubro!
e ao rubro estava também esta valente croma

que era tão espanhola como uma coreana vestida de minhota! Há povo neste mundo que bate muito mal. Entretanto, o Senhor Eliseo Parra dava um espectáculo tocando pandeiro e umas merdinhas de percussão muito à frente. Mas o homem dos sopros, que fumava enquanto tocava saxofone é que deu show. A meio do concerto lembra-se de pegar na muletea em que se ia apoiando e fazer dela mais uma flauta!

o delírio claro!!
entretanto apercebi-me de mais uma cena interessante que distingue este festival dos outros onde estive. Os pais sentam os putos na beira do palco. Isso, não existe fosso entre os artistas e o público. E eu só me apercebi disso porque de deparei com este puto a olhar para mim e a sorrir, de vez em quando

Depois do concerto foi quand encontrei os artistas portugueses na rua, dois dedos de conversa e tá feito. À noite fomos ver os húngaros Besh O Drom a tocarem umas ciganadas bem catitas. Mas quando os músicos só se interessam pela música e tão-se bem a cagar para o povo... por muito boa que seja a música e não era assim nada de extraordinário.

cenas do próximo episódio, já a seguir

quarta-feira, agosto 08, 2007

darle un respiro al planeta

El 10 de AGOSTO de 19:55 a 20:00 Hrs. se propone apagar todas las luces para darle un respiro al planeta (la propuesta proviene de Francia. si la respuesta es masiva, el ahorro energético puede ser brutal. Sólo 5 minutos, a ver que pasa. Si, si, ya sé que estaremos 5 minutos a oscuras con cara de tontos, pero recuerden que Internet tiene mucha fuerza y podemos hacer algo grande. Pasa la noticia. POR FAVOR NO reenvíes este mensaje, COPIA Y PEGA EL texto en nuevo un mensaje para no crear listas de usuarios para correo basura, sólo se tarda unos segundos más.
GRACIAS


--
www.trochujinak.cz
incoming@duha.cz
www.iynf.org
www.meetthefreak.net
www.hospitalityclub.org
www.tuganacheca.blogspot.com


vamos todos apostar que é hora espanhola e francesa...

figuras e festivais sem fumo

Façamos uma prolepse na narrativa deste blog, de modo a recuarmos (um pouco) no tempo real desta história que é a minha. Saltemos do final de Maio, da visita dos três tripes tugas, para o final de Julho, o Festival de Música Folk de Viljandi. (ainda aqui vos hei-de contar o que se passou entre Junho e Julho. Mas foram meses tão povoados de festas de despedida e choradeiras pegadas, que ainda me custa um pouco escrever sobre eles!)
Ora então 27 de Julho, sexta feira eis que eu e a Julka nos fazemos à estrada depois de almoço para apanharmos uma qualquer boleia rumo a Viljandi, que dista uns quase 200 km de Tallinn. Um pai de família, com a sua filha adolescente, dá-nos boleia no seu jipe a cheirar a novo, directamente para o Festival! Fácil fácil!! Pelo caminho fomos a ouvir The Doors e a apreciar a paisagem. Tanto que até vimos um alce!! Há muitos alces na Estónia, bem como ursos, castores, veados, andorinhas e cegonhas. Mas eu cá nunca tinha visto um. foram 3 segundo muito felizes. depois lembrei-me de ligar à minha Super Pi para lhe desejar um FeLiZ aNivErSáRiO e perguntar se tinha recebido a minha prenda no correio. Para mim é sempre uma excitação falar com quem me diz tanto, mesmo que seja em silêncio. Mas desta vez foi ainda mais potente porque foi no momento exacto em que ela recebia a prenda e a desembrulhava... Não vos vou dizer o que era. Fico à espera que ela a vista e tire uma foto que eu possa colocar aqui!! (ouviste??)
Chegadas a Viljandi lá tratámos de encontrar a malta, especialmente a Bárbara que tinha o meu belo bilhete de imprensa... há tiques que nunca se perdem, como o de pedir credenciais de imprensa para tudo e mais alguma coisa. e não é que resulta?!? Então ainda apanhei o restinho do concerto de uns freaks do Sul da Estónia. São de uma área que se chama Setoma e que tem o seu próprio dialecto e cidades divididas a meio pelas fronteiras com a Rússia... Os Setots são considerados os índios da Estónia, ainda vivem de maneira muito tradicional e há muitos que não falam nada mais que o seu dialecto que é um misto de Estoniano com russo, numa mescla incompreensível!! (Ontem, por acaso, conheci um tipo desta região que tinha mais pinta e cor de ser do Sul da Europa que muito tuga que eu conheço!) O concerto foi fofo, dentro de uma tenda onde tive as primeiras impressões do festival: afinal há gente gira na Estónia (devem é viver todos em Viljandi!!) e... nem sei como hei-de pôr isto em palavras... Não cheirava a Birls, ninguém fumava, nada! Foi a primeira vez que me vi num concerto e num festival, com ar totalmente puro. E digo-vos: não tem grande piada!
Depois foi hora de ver os tugas Dazkarieh! É verdade e foi uma das razões que me levou a ir ao Festival. Já não me lembrava da última vez que os tinha visto... talvez Avante! 2005... não sei! Mas foi uma alegria ouvir gaitas e puder cantar, mesmo sabendo que era a única, além da vocalista!! Eles deram um belo concerto, puseram os estonianos a cantar e a dançar.

Numa música mais calma, instrumental, um canto da audiência transformou-se em grupo de dança tradicional estoniana. Estes tipos adoram dançar e cantar, mas eu nunca pensei que visse a cena mais tradicional estoniana ao som de música portuguesa. Foi, no mínimo, emocionante! Acho que os artistas também gostaram.

mais tarde encontre-os na rua, pelo festival e eles confirmaram ter gostado muito do concerto! Ficaram espantados de ver uma tuga na Tóina... mas o que eles não viram foi o meu look durante o concerto...

sim, choveu que não foi fácil... tanto que mesmo ao meu lado se dançava assim:

peço desculpa por ter cortado as cabeças aos bailarinos. Não é que fossem feios, mas vocês sabem que tenho o visor da máquina partido...
Mais bonita era a paisagem que se tinha do palco, suponho eu... é que Viljandi é das poucas terras na Estónia que tem colinas. Aqui não há montanhas. E o palco estava montado no topo de uma colina que ao fundo tem as ruínas de um castelo e em baixo um lago.


de uma colina para a outra há uma bela de uma ponte vermelha, suspensa, na qual eu quis tirar uma foto de família com a minha máquina parida... bem, ia ficando sem máquina, e ponte... quase nem se vê!!

ora ai estou eu e os alemães... à minha direita a Barbara, à esquerda a Doro, e no segundo anel Laura e Simon.
Fomos dar um pézinho de dança no folk estoniano... é muito bonito, mas lentooooo... e à noitinha vimos um alucinado de um australiano que eu não percebi o que estava a fazer no Festival. Ora além de ser dj de música electrónica tem nome de dj de trance: Amanaska! oh pah... mas o gajo era muito bom, assim mais pó chill out. Até tem uma música com as índias de Setoma a cantarem no seu dialecto marado... e vale a pena porque o gajo faz a música no seu belo MacBook Pro e enquanto deixa o som rolar toca didgeridu, umas cenas freaks de sopro e algo que se assemelha a um realejo! ah!! e canta!!

no Sábado, o primeiro concerto do dia foi o de um chileno chamado Fernando Stern. O homem foi tão bom que tocou em todos os dias do Festival, tiveram que lhe arranjar espaços no programa porque toda a gente o queria ver. Basicamente o senhor, sozinho, com a sua guitarra e a sua flauta foi capaz de dar mais show que muitas bandas que eu já vi. Cantou música chilena, cubana, mexicana... sempre a introduzir as canções com pequenas estórias sobre as mesmas. É daqueles músicos que tem semelhante vocação de entertainer que até arrepia. E canta com tanto sentimento que mesmo os estonianos sem perceberem uma palavra do que o homem cantava, estavam emocionados. Quando ele cantou a música que um brasileiro fez porque queria orar à Nossa Senhora da Aparecida, mas não sabia ler e como tal rezar... foi o fim, o caos! "Sou caipira pira pora Nossa..." fez-me chorar do início ao fim enquanto trauteava a letra sob o olhar assomado de quem se sentava ao meu lado. (também porque me lembrei muito da menina dos anos do dia anterior e do quanto ela gosta desta música) Foi dos melhores concertos que vi em toda a minha vida! A música foi boa, o espectáculo também e no seu conjunto, o concerto teve aquele estranho puder que só as obras de arte têm de nos comover e tocar e sensibilizar sem sabermos porquê nem conseguirmos contrariar os arrepios ou as lágrimas.

por hoje é tudo... até jazz

quinta-feira, agosto 02, 2007

viajantes e viajantes

eu queria aqui assinalar o 4 000 visitante deste blog (mesmo que eu seja um milhar deles), mas escapu-se-me a oportunidade... Lembrei-me disto há uns dias, mas hoje quando me lembrei se novo já íamos nos 4450... um bem haja a todos os que me lêem, um especial aos que gostam do que lêem e voltam mais tarde!

Entretanto esta semana estou perdida no meio da Estónia (no Sul, na verdade). Estamos no nosso treino de meio termo, no meio da área pantanosa do país! Já fizemos sauna, canoagem e caminhadas na floresta. Hoje à noite há mais sauna e uma churrascada para a malta, porque é a última noite... depois conto-vos tudo!!

deixo-vos com uma foto de um lago preto num Bog que em português é um lodaçal... mas eu depois explico melhor

musi

quinta-feira, julho 19, 2007

os saldos na Estonia

eis que cerca de dez anos depois da última vez que calcei umas All Star me venho rendida às evidências... Não resisti a este belo par de exemplares coloridos pelo Scott Morse, esse grande senhor! (http://www.allenspiegelfinearts.com/morse.html ou http://scottmorse.blogspot.com



e pronto, estou de volta ao Rock n Roll style! mas há que dizer que mais do que ter colado no boneco, colei no preço: 195 EEK, ou seja 12,5 euros!!

aceitam-se encomendas! ahah

quarta-feira, julho 18, 2007

53 around the world

quer-me parecer que em Tallinn há um alucinado do 53... algures! aqui ficam as provas!




Vou tentar descobrir quem é, Xica! **

segunda-feira, julho 16, 2007

abaixo assinado pela liberdade de informaçao

Alerta ao País

O grupo de jornalistas abaixo assinados constatando que se encontra em marcha o mais violento ataque à liberdade de Imprensa em 33 anos de democracia, decidiu juntar a sua voz à de todos os cidadãos e entidades que se têm pronunciado sobre a matéria e manifestam publicamente o seu repúdio por todo o edifício jurídico aprovado pela Assembleia da República, ou à espera de aprovação, referente à sua actividade profissional, que consideram limitativo do direito Constitucional de informar e ser informado.

Em causa estão, designadamente, os poderes e a prática da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, as novas leis da Rádio e Televisão, o recentemente aprovado Estatuto do Jornalista e o anteprojecto de lei contra a concentração da titularidade, ainda em fase de discussão pública e ironicamente apresentado pelo legislador como de promoção do pluralismo e da transparência e “independência perante o poder político e económico”. Acresce ainda o futuro Código Penal - negociado entre PS e PSD no Pacto da Justiça – na parte que se refere à Violação do Segredo de Justiça.

Do conjunto destaca-se, no imediato, o novo Estatuto do Jornalista, recentemente aprovado no Parlamento e prestes a ser sujeito ao escrutínio do Presidente da República.

Tal diploma, ao arrepio da tradição democrática portuguesa, do espírito e letra da Constituição e das regras internacionalmente adoptadas em sociedades livres e democráticas, obrigará os jornalistas a violar o segredo profissional em nome de conceitos passíveis de todas as arbitrariedades; concederá a um órgão administrativo (na prática não independente) o papel de árbitro em litígios entre os jornalistas e as suas entidades empregadoras em matérias de foro ético e deontológico; insistirá em manter na alçada desse órgão administrativo o controlo deontológico da actividade jornalística, reforçando-lhe, além do mais, e, de forma abusiva, os poderes sancionatórios.

Assim, por considerarem que, neste momento, em Portugal, está verdadeiramente em causa a Liberdade de Imprensa, um direito fundamental constitucionalmente garantido;

por considerarem que o exercício da sua profissão passará (no caso de promulgação do diploma do Estatuto do Jornalista), a ser desenvolvido com limitações intoleráveis;

por considerarem que uma informação livre, sem qualquer temor pelos poderes, quaisquer que eles sejam, é um garante decisivo da Democracia;

por considerarem que, tal como sucede em Portugal em outras áreas de actividade, deverão ser os jornalistas a autoregular-se em matérias de Ética e Deontologia e no controlo do acesso e do exercício da profissão;

os jornalistas profissionais abaixo assinados manifestam publicamente a sua total disponibilidade para assumir essa autoregulação e esse controlo, desenvolvendo para tal, desde já, todos os esforços necessários nesse sentido, em articulação com todos os profissionais e com as instâncias também empenhadas em garantir o direito fundamental de informar com liberdade.

Lisboa, 27 de Junho de 2007

Ana Sá Lopes
António Ribeiro Ferreira

Carlos Albino
Carlos Rodrigues
Castro Moura

Fernando Madaíl
Fernando Sobral

Graça Franco

João Fragoso Mendes
João Pedro Henriques
José Alberto Machado
José António Santos
José Carlos Carvalho

Luciano Alvarez

Mário Bettencourt Resendes

Nuno Simas

Octávio Ribeiro

Paulo Baldaia
Pedro Camacho

Publicada por Alerta ao País em 23:22


O texto foi retirado do blog http://movimentoinformacaoliberdade.blogspot.com. Diz o DN que "O MIL vai enviar esta semana o abaixo-assinado a Cavaco Silva, numa tentativa de evitar a promulgação do Estatuto, que professores de direito vieram já dizer ser inconstitucional."

terça-feira, julho 10, 2007

mais um desafio da blogosfera

Desta feita, andou o desafio a passear desde o http://maryvillano.blogspot.com pelo Rabo de Saia, pelo Diário de uma gestora, uma paragem da Aldeia e eis que chega a mim... vamos lá ver se me oriento! Ora então, as minhas setes maravilhas:

Sete 7 coisas que faço bem.
1 – Cozinhar, comer e beber
2 - rir às gargalhadas até à exaustão
3 – tentar tirar fotos
4 – arrotar
5 – dormir
6 – ouvir (pessoas, musica)
7 – escrever cartas (e outros documentos afins)

Sete coisas que não faço bem.
1 – desenhar e tudo o que envolva criatividade na ponta dos dedos
2 – cantar (mas não desisto)
3 – desportos radicais e afins
4 - prever o futuro
5 – limpar o pó
6 - ter paciência
7 - esperar

Sete coisas que me atraem no sexo oposto (acrescento: "e no meu próprio", porque eu gosto mais de pessoas do que sexo oposto)
1 - capacidade de me fazer rir de rir de si próprio
2 -capacidade de me surpreender e de ser surpreendido
3- capacidade de puder ser confiável
4- destreza e rapidez
5- sensibilidade
6 –inteligência
7 –bom gosto


Sete coisas que não suporto em qualquer sexo (em vez de "no sexo oposto")

1 –estupidez e "atadice"
2- falta de coragem
3- inércia
4- falta de sentido de humor
5 –falta de responsabilidade
6 - não suporto que desconfiem de mim
7 –repetir constantemente a mesma pergunta (tira-me do sério)

Sete coisas que digo com frequência
1 –No way!! are you sure?
2 – Fucking Estonian weather!!
3 –Foda-se!!!! (já há franceses e russas a repetir quase na perfeição!)
4 – Rock 'n Roll!! (que é como quem diz "andamento nessa merda!!")
5 – üks õlu, palun (um fino, faz favor)
6 - tere, aitäh, nagemiste (olá, obrigado, adeus)
7 – Let´s go!

Sete actores/atrizes que eu gosto
1 - Nicolas Cage e Angelina Jolie (juntos em "60 Seconds")
2 – Jack Gilenhal
3 - Anthony Hopkins
4 – todo o elenco de LOST
5 – Joaquim de Almeida
6 –Javier Cámara (Benigno em "hable con ella", por exemplo!)
7 – Juliet Binoche

Sete actores/atrizes que eu detesto

1 – O elenco de Marés Vivas
2 - O elenco das novelas da TVI (excepto a Maria João, o Albano e o Paulo)
3 – gajas com mamas demasiado grandes e beiças de silicone
4 – gajos insuflados com esteroides
5 – cantores
6 – cantoras
7- pessoas que não sabem representa, no geral!


7 –muitos filmes que eu adoro (sem ordem de preferência) (o primeiro seria "No Points", realizado aqui, por um amigo, comigo)
1 –Butterfly effect e ExistenZ
2- Donnie Darko e Volver
3- The eternal sunshine of the spotless mind e Miss Lillte sunshine
4 – Before Sunrise e Befor Sunset
5 –awaking life (onde está o meu dvd, Bri???) e Animatrix
6 –Delicatessen e Le Fabuloux Destin de Amélie Poulain
7 – Les triplettes de Beleville e todos de João Cesár Monteiro


Sete filmes que eu detesto
1 – tenho tendencia a esquecer o que não gosto...
2 – Todos os Rambos
3 – filmes de terror
4 - titanic
5 - manoel de oliveira... em geral
6 – transe, Teresa Villa Verde
7 - a maior parte das adaptações feitas a partir de bons livros


Sete Livros Favoritos

1- "Diário de Anne Frank" , Anne Frank
2- "O Medo", Al Berto (deste homem, tudo)
3- "Notícia de um Sequestro", Gabriel Garcia Marquez
4- "Se isto é um homem", Primo Levi
5- "O Princepezinho", Antoine de Saint-Exupéry
6- "O Perfume", Patrick Süskind
7-"O Estrangeiro", Albert Camus

Sete Lugares Favoritos (esta lista pode mudar após viagens a Berlim e Praga...)

1- Adamastor, Bairro de Santa Catarina, Lisboa
2 –HardClub, Vila Nova de Gaia
3- Barcelona, Catalunha, Espanha
4 – São Jacinto, Aveiro, Portugal
5 – Oued-Laou, Marrocos
6- Tallinn, Estónia
7- São João da Madeira, Portugal


Desafio toda a gente a responder

segunda-feira, julho 09, 2007

conversas com uma desconhecida

há umas semanas atrás, a pedido da Brigite, respondi a um questionário sobe "participação associativa". este questionário faz parte do doutoramento em Psicologia a realizar na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, da Dr. Cláudia Múrias. Respondi prontamente ao dito inquério que enviei para a dita doutora.
ora dada a minha condição de licenciada/voluntária/não empregada nem desempregada foi-lhe complicado inserir-me num gupo de referência. esta situação despoletou uma troca de e-mails, a fim de lhe explicar a minha situação. deixo-vos agora com alguns destes e-maisl, porque acho que são bastante significativos e explicativos da minha situação na Estónia!
Além disso, sõ também um esboço do texto que estou a escrever para o Vitor e a Cristina (que poderão ver brevemente na Europe Boulevard)

"Cara Liliana Guimarães,

desculpe incomodá-la outra vez, mas fiquei com dúvidas ao introduzir o seu questionário no computador. É voluntária na Comissão Europeia pela Youth Union Sinn? Qual a actividade desta associação?

Fiquei com dúvidas ao agrupá-la. Não sei qual será o grupo experimental apropriado para a inserir.

Se me pudesse explicar melhor em que consiste a sua actividade principal de voluntariado, agradecia-lhe imenso.

Saudações académicas,

Cláudia Múrias"


"Cara Cláudia,

antes de mais peço desculpa pelo atraso na minha resposta. vou tentar explicar-lhe a minha situação "profissional".
Antes de mais, a minha formação académica dá-me o grau de licenciada em jornalismo. Apesar de ter trabalhado como jornalista num órgão local não o fiz durante o tempo suficiente para requerer a carteira profissional. Portanto, não sei até que ponto posso afirmar ser jornalista...

Neste momento, e até Dezembro, sou voluntária. estou tomar parte num programa da Comissão Europeia que se chama "European Voluntary Service", que se insere na política da Comissão para a juventude. esta política tem um programa designado "Youth in Action" onde se inserem várias actividades de educação não formal. fazem parte dessas actividades projectos profissionais, intercâmbios juvenis e o serviço voluntário europeu.

este último consiste em deslocar jovens de e para países da UE e parceiros. a CE financia viagens, alojamento, comida, seguro, formação linguística e um pocket money mensal (que não pode ser considerado como um salário), em troca de trabalho voluntário em várias associações das mais diferentes índoles.

ou seja, no meu caso, trabalho como voluntária numa organização de informação para jovens da comunidade russófona, em Tallinn, capital da Estónia. as actividades da minha organização de acolhimento - Youth Union Siin ou Mtü Noorteühendus SiiN- vão desde de projectos de jornalismo a intercâmbios, actividades promotoras de tolerância, democracia e cidadania europeia a clubes de debate e participação em parlamentos juvenis. Eu, como voluntária, ajudo no que é preciso desenvolvendo as mais diferentes actividades: dou workshops de jornalismo, fotografo para o jornal para onde os jovens escrevem notícias, preparo um intercâmbio internacional com a minha organização de envio e faço trabalho de secretariado.

Portanto, não sei em que grupo experimental me pode incluir (porque desconheço os grupos)... mas se tiver um grupo que se destine a voluntários será esse o mais apropriado. Não se pode dizer que esteja desempregada, apesar de não ter emprego. tenho uma ocupação principal não remunerada que é ser voluntária nesta organização. Não é que seja muito diferente de qualquer tipo de associativismo que tenha desempenhado antes, seja na Associação Académica de Coimbra ou na associação de jovens da minha cidade. A principal diferença aqui é que esta actividade é a minha única ocupação, não estando a estudar nem a trabalhar simultaneamente.
Apesar de receber dinheiro por este voluntariado a CE não o considera como um salário pois é uma quantia irrisória. serve para sobreviver e não para viver! todos os custos de estão cobertos pelo programa, servindo o pocket money (105 euros/mês na Estónia) para financiar experiências interculturais como viagens pelo país de acolhimento.

Espero que a tenha elucidado sobre a minha situação actual. Se lhe restarem dúvidas não hesite em contactar-me de novo. Se preferir alguma informação institucional pode encontrá-la no site da minha organização de envio http://www.vertigem-app.pt ou, em inglês, no site da UE http://ec.europa.eu/youth/program/sos/vh_evs_en.html. pode ainda encontrar informação no site da Associação Nacional de Ex-Voluntários Europeus http://www.aneve.pt/

espero ter sido útil. desejo-lhe a continuação de um bom trabalho

Saudações

Liliana"


"Cara Liliana,

deve estar a passar por uma experiência interessantíssima!!! Fascinante!

Diga-me só uma coisa: depois de pesquisar na net, percebi que o Youth Union Siin (tinha escrito Sinn, daí não encontrar referências), tem tb uma actividade política (naturalmente).
Daí, dadas as condições sócio-políticas da área onde está, sente-se a participar numa organização com participação política ou apenas com participação na área da juventude e da educação não formal?

A minha dúvida é essa! Se fosse cá era apenas uma organização juvenil, mas aí, na Estónia, dadas as condições actuais, é uma "organização política" ou não?

Dê-me a SUA opinião, a sua PERCEPÇÃO sobre o seu trabalho e sobre a importância
do trabalho da Y.U. Siin.

Boa Sorte e Aproveite Bem essa experiência!

Saudações e coragem!

Cláudia Múrias"


"Cara Cláudia,

Sim, é bastante interessante esta experiência!

Sim, a Siin tem uma actividade política, a meu ver. só o cariz da associação denota logo uma afirmação política! é uma associação de jovens russófonos. Aqui luta-se pela integração e contra a assimilação.
a comunidade russófona representa um terço da população estoniana. dez por cento deste terço não tem nacionalidade. não são estonianos nem russos, tem um passaporte cinzento onde está escrito: "Alien Passport/ Citizenship: XXX". a Siin trabalha pela integração promovendo a diversidade e a multiculturalidade.

Claro que muitas vezes, a meu ver, exageram na politização das questões. eu sinto-me a trabalhar numa organização com participação política. Pior, às vezes sinto-me uma arma política! Usada como prova da multiculturalidade e da diversidade, da abertura e da partilha.

Não sei se está ao corrente dos motins que aconteceram aqui no final de Abril. Foram várias as consequências para a organização, ainda que ninguém ligado à Siin tenha participado em actos de violência. na Estónia não se vive em plena democracia, há coisas muito cinzentas que me custam a engolir! daí que só tome parte em actos que não violentam a minha consciência. Manifestações pacíficas ou simbólicas são algumas das actividades de que tomei parte. mas por exemplo, escrever artigos de opinião sobre a situação da minoria russófona, para órgãos de comunicação internacionais já vai além das minhas competências e da minha vontade.

do meu ponto de vista, o objectivo principal da organização é a educação não formal e a integração dos jovens russófonos na sociedade estoniana. Obviamente que isto envolve afirmações políticas e tomadas de posição mediante decisões governamentais.
No entanto, como lhe será de fácil compreensão esta "luta" entre estonianos e russos não é minha e eu não tomo partido nela! Eu tento manter-me na confortável posição de observador, intervindo apenas quando considero que o assunto me toca directamente, enquanto cidadão europeia. Nã obstante, tenho a minha opinião formada e consolidada.

Obviamente, os jovens que fazem parte desta organização tem a sua posição política semelhante à restante comunidade russófona, aos valores transmitidos pela família e pelas instituições escolares (note-se que aqui há escolas russas e escolas estonianas). Claro que há os mais radicais e os mais moderados. Quando chegam a esta organização sabem ao que vêm, sabem que não vão apenas participar num projecto, mas que esse projecto tem uma orientação política: pró-integração da comunidade russófona na sociedade estoniana. eu não sabia. fui-me apercebendo e sofrendo choques culturais, uns atrás dos outros.

No entanto, estou muito certa que a comunidade russófona comete tantos ou mais erros que a comunidade estoniana, no que toca à integração e vida em conjunto. Apesar de me sentir culturalmente mais próxima da comunidade russófona não me é difícil compreender a parte estoniana.
No entanto, e como já fiz saber aos responsáveis da minha organização, esta "luta" não é minha. Eu interesso-me e preocupo-me, mas não tomarei parte em defender uma das partes que considero não agir 100% bem.
Por isso me é complicado dizer se tomo parte em actividades políticas. Tomo sim, quando estas são pequenas e de dimensão europeia. Quando se trata de actividades que focam unicamente as relações Estonianos/russófonos, reservo-me ao direito de não intervir.

Quando digo não intervier refiro-me a não estar na linha da frente, porque enquanto voluntária não posso negar trabalho. e faço tudo o que é preciso na preparação das acções, no trabalho de secretária. Não acho que isso me torne uma "vira casacas". Mas sinceramente, não consigo ir para a linha da frente lutar porque algo com o que não concordo a 100%. Não me importo, no entanto, de ajudar quem acredita.

Eu acho que o trabalho da minha organização é muito importante no espectro desta sociedade. Aliás estou certa disto. Não tivessem peso e nome aqui e não teriam sofrido consequências políticas no rescaldo dos motins (o ministério da Educação e o governo de Tallinn cortaram os financiamentos anuais, deixando a associação em maus lençóis). Estas consequências são actos anti-democráticos, para mim, inaceitáveis.
Estamos agora empenhados em resolver este problema.

Simultaneamente prosseguem os trabalhos com os jovens no âmbito da integração. Promovem-se vários jogos e encontros, debates e cerimónias entre as duas comunidades. Por exemplo, a organização de intercâmbio internacionais permite aos jovens estonianos russófonos ver como noutros países, diferentes comunidades vivem quase em harmonia. Acredito que este trabalho é muito importante para esta pequena
sociedade.
A Estónia tem um milhão e meio de habitantes. se um terço anda de candeias às avessas com os restantes dois terços o país nunca se poderá desenvolver de forma positiva! a Siin, como outras organizações, lutam pela integração, contra a assimilação e a discriminação. No entanto, muitas vezes, são os próprios russófonos que não se querem misturar, discriminando-se antes de serem discriminados. Esta é uma situação muito muito complicada, com décadas de problemas enraizados na cultura e na história. Em 16 anos de independência a Estónia parece não ter andado muito para a frente... mas com a entrada na UE, com a abertura das fronteiras, creio que será obrigada a aceitar estrangeiros, pessoas diferentes e hábitos diversos. Não é fácil ser diferente, neste país, isso eu sei por experiência própria. Por isso é que considero importante o trabalho desta e outras organizações. muito importante mesmo. Acredito que daqui a outros 16 anos seja mais tolerante esta sociedade e que ambas as comunidades tenham aprendido a ceder e compreender-se mutuamente.
até lá vamos trabalhando

Peço desculpa pelo longo mail, mas como deve compreender estas questões pautam a minha vida no momento. Por vezes é me muito complicado compreender e aceitar certas coisas. Se em Portugal tomo por garantidos os meus direitos, a minha liberdade e a minha segurança, aqui tomo por garantido que tudo pode acontecer! E é contra isso que trabalho. Em prol dos direitos humanos e da igualdade de oportunidades entre cidadãos europeus, sejam portugueses, russófonos, estonianos, finlandeses ou italianos!


Saudações

Liliana


PS - se em todo o mail usei russófonos em vez de russos é porque uma das principais questões deste problema para mim é exactamente este: a maior parte dos jovens que se dizem russos têm cidadania Estoniana. dizem-se russos pela herança transmitida pelos pais e pelas escolas. Muitos deles nem estoniano falam, mas é com o passaporte estoniano que viajam. Dizem-se russos e culturalmente são-no, mas muitos nunca foram à Rússia... Aprendem a língua russa, comem comida russa, envergam bandeiras na rua. Mas nada sabem sobre os escritores russos, sobre política, sobre história anterior à URSS. Isto enerva-me um bocado porque parece-me que se dizem russos só porque não querem ser estonianos.
Mas é compreensível que não queiram ser parte de um povo racista que não aceita a mudança e a diferença. Entendo que não queiram ser tomados como nórdicos frios que não sabem receber pessoas, porque os estonianos são assim e orgulham-se disso... é muito complicada esta situação...
L"


"Cara Liliana,

senti-me "orgulhosa" por ter confiado em mim neste desabafo tão intenso que teve! Não tem que pedir desculpa, eu é que tenho que Agradecer ter Partilhado comigo pormenores tão interessantes e importantes sobre o contexto em que está a viver. Sendo a Liliana tão jovem, tenho a certeza que essa experiência a vai marcar para sempre e, possivelmente, mudar-lhe o rumo de vida!

Sou licenciada em Psicologia, mas ao longo da minha formação pós-graduada tenho percorrido o caminho da Psicologia Social, logo, entendo e fascinam-me todas as relações, confituais e/ou pacíficas, de interesses entre grupos, grandes ou
pequenos.

Apesar de não me conhecer, terei todo o gosto em "ouvi-la" sempre que tiver
necessidade de exprimir o que tem sentido aí!!!

Já pensou em iniciar um blog para testemunhar e partilhar as suas vivências daí connosco? Teria muito prazer em divulgá-lo no meu www.justaposicao.blogspot.com.

Conte comigo em tudo o que precisar!!!

Com admiração,

Cláudia"



"Cara Cláudia,

Não nos conhecermos, mas parece-me que temos uma boa amiga em comum. e já sabe como se diz: Amigo do meu amigo, meu amigo é!
Não me custa, portanto, ter este tipo de desabafo. Aliás, mais que um desabafo é uma constatação, uma série de factos reunidos ao longo de 5 meses a viver em Tallinn.
Acredito piamente que este é um dos paraísos para psicólogos que se dediquem às relações sociais... há muita coisa por estudar aqui. as relações entre russos e estonianos, os casais mistos, a segregação nas escolas, os jogos de futebol, as diferentes maneiras de beber vodka, os filmes com legendagem dupla... acho que quase tudo dava matéria de estudo! Fica aberto o convite: Se até Dezembro quiser vir à Estónia, terei todo o gosto de fazer-lhe umas visitas guiadas!
Entretanto, eu já tenho um blog, desde antes de vir para aqui. www.4000kmaleeste.blogspot.com serve mais como um diário de bordo do que outra coisa. Assim, as minhas constatações sobre as formas de vida deste lado do Báltico estão misturadas com descrições de festas, viagens, fins de semana, etc. São relatos da minha vida aqui. Talvez uma boa companhia para
momentos mais parados...
Há desabafos e simples constatações, mensagens para os amigos, muitas fotografias... Quando não tiver mais nada que fazer, dê uma vista de olhos. lá colocarei a referência ao justa posição.
acho que vou publicar no meu blog o ultimo e mail que lhe enviei. porque agora é que em dou conta que não tenho muitos posts relativos às relações estoniano/russos

cumprimentos e votos de um bom trabalho

Liliana"

sábado, julho 07, 2007

rabo de saia

a vizinha Maria e que sabe! Grande video que ela mostra aqui

livros de papel

do parallel lines, para o 53, para o Moscatel chega a mim o convite entao ca vai

A triologia de Nova Iorque, Paul Auster (a 50 paginas do fim)
O Jogador, Fiodor Dostoyesky
Retrato a Sepia, Isabel Allende
O Visconde Cortado ao Meio, Italo Calvino
Se Isto E Um Homem, Primo Levi

lanco o repto ao Pedro, ao Braga, aos habitantes da Aldeia, ao Luis e ao JP

quarta-feira, julho 04, 2007

NOTAS PARA O DIÁRIO

deus tem que ser substituído rapidamente por poemas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis, vivos e limpos.

a dor de todas as ruas vazias.

sinto-me capaz de caminhar na língua aguçada deste silêncio. e na sua simplicidade, na sua clareza, no seu abismo.
sinto-me capaz de acabar com esse vácuo, e de acabar comigo mesmo.

a dor de todas as ruas vazias.

mas gosto da noite e do riso de cinzas. gosto do deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e dos encontros inesperados.
pernoito quase sempre no lado sagrado do meu coração, ou onde o medo tem a precaridade doutro corpo.

a dor de todas as ruas vazias.

pois bem, mário — o paraíso sabe-se que chega a lisboa na fragata do alfeite. basta pôr uma lua nervosa no cimo do mastro, e mandar arrear o velame.
é isto que é preciso dizer: daqui ninguém sai sem cadastro.

a dor de todas as ruas vazias.

sujo os olhos com sangue. chove torrencialmente. o filme acabou. não nos conheceremos nunca.

a dor de todas as ruas vazias.

os poemas adormeceram no desassossego da idade. fulguram na perturbação de um tempo cada dia mais curto. e, por vezes, ouço-os no transe da noite. assolam-me as imagens, rasgam-me as metáforas insidiosas, porcas... e nada escrevo.
o regresso à escrita terminou. a vida toda fodida — e a alma esburacada por uma agonia tamanho deste mar.

a dor de todas as ruas vazias.


Al Berto, in "horto de incêndio" assírio & alvim, 2000


foto - Kêlig Roger

terça-feira, julho 03, 2007

post numero 100

aproveito o post número 100 deste blog para dizer que hoje iniciei um outro blog, em conjunto com os meus amiguinhos de Tallinn. Chama-se L'Auberge Estonienne e está alojado em www.laubergeestonienne.blogspot.com
sim, é uma referência clara à "Residência Espanhola", mas quem já viu e viveu o que por la se passa, perceberá facilmente porquê!
portanto, este espaço é nosso, meu e dos meus amigos, mas eu espero que vos ajude a compreender melhor (se quiserem saber) o que nos junta e o que nos une e que nos mantém agarrados...
hoje fui ao aeroporto duas vezes... amanhã vou lá de novo
começa amanhã o take II desta experiência

vão, regularmente, a www.laubergeestonienne.blogspot.com